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Revista M&T - Ed.67 - Out/Nov 2001
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Tendências

Tecnologia embarcada no Brasil

Desvalorização cambial leva fabricantes a ampliar produção local (de produtos mundiais), para manter competitividade no mercado interno e alavancar exportações
Por: Wilson Bigarelli

M&TEXPO'2001 revelou que há uma tendência entre os principais fornecedores de equipamentos de ampliarem o índice de nacionalização e o leque de produtos "made in Brasil". É uma estratégia para fazer frente à desvalorização do real que, ao mesmo tempo em que inibe importações, torna mais barato produzir no país.

Adicionalmente, ganha-se acesso à linha Finame. Felizmente, não é uma volta ao passado, onde se produziam internamente equipamentos "tropicalizados" (e defasados tecnologicamente) única e exclusivamente para o mercado local. O objetivo agora é o de transformar todas as fábricas brasileiras em plataformas de produtos mundiais, que possam atender indistintamente o mercado latino-americano, os Estados Unidos, a Europa e até mesmo os países asiáticos. Desse modo, garante-se a competitividade no mercado doméstico e a escala necessária para fabricação de equipamentos de ponta.

Fabricantes como a Caterpillar e a Komatsu deixaram claro essa disposição, ao privilegiarem na M&T EXPO a apresentação de suas linhas nacionais. Além disso, reservaram aos visitantes pelo menos uma grande surpresa. A Caterpillar ao mesmo tempo em que enfatizava a retroescavadeira 416D, a escavadeira hidráulica 320C e o trator de esteiras D8R-Series II saídos diretamente de sua fábrica em Piracicaba, anunciava o início da produção local de grupos geradores, em uma nova linha de produção, de 3.200 m2. A Caterpillar Brasil, segundo seu presidente, Willian Rohner, já é uma das mais diversificadas do grupo e exporta 70% de sua produção para mais de 120 países. George Beckwith, gerente de vendas da marca, ressalta que "não há grandes lacunas" na produção nacional da Caterpillar, mas ela pode ser ampliada. "É o mercado que


Por: Wilson Bigarelli

M&TEXPO'2001 revelou que há uma tendência entre os principais fornecedores de equipamentos de ampliarem o índice de nacionalização e o leque de produtos "made in Brasil". É uma estratégia para fazer frente à desvalorização do real que, ao mesmo tempo em que inibe importações, torna mais barato produzir no país.

Adicionalmente, ganha-se acesso à linha Finame. Felizmente, não é uma volta ao passado, onde se produziam internamente equipamentos "tropicalizados" (e defasados tecnologicamente) única e exclusivamente para o mercado local. O objetivo agora é o de transformar todas as fábricas brasileiras em plataformas de produtos mundiais, que possam atender indistintamente o mercado latino-americano, os Estados Unidos, a Europa e até mesmo os países asiáticos. Desse modo, garante-se a competitividade no mercado doméstico e a escala necessária para fabricação de equipamentos de ponta.

Fabricantes como a Caterpillar e a Komatsu deixaram claro essa disposição, ao privilegiarem na M&T EXPO a apresentação de suas linhas nacionais. Além disso, reservaram aos visitantes pelo menos uma grande surpresa. A Caterpillar ao mesmo tempo em que enfatizava a retroescavadeira 416D, a escavadeira hidráulica 320C e o trator de esteiras D8R-Series II saídos diretamente de sua fábrica em Piracicaba, anunciava o início da produção local de grupos geradores, em uma nova linha de produção, de 3.200 m2. A Caterpillar Brasil, segundo seu presidente, Willian Rohner, já é uma das mais diversificadas do grupo e exporta 70% de sua produção para mais de 120 países. George Beckwith, gerente de vendas da marca, ressalta que "não há grandes lacunas" na produção nacional da Caterpillar, mas ela pode ser ampliada. "É o mercado que determina os produtos que poderão ser fabricados aqui".

A grande novidade da Komatsu na M&TEXPO'2001 na verdade estava no estande da Randon. Trata-se do caminhão rígido Komatsu H325, que passou a ser fabricado pela Randon, em Caxias do Sul (RS). "É um veículo inteiramente intercambiável com o H325 japonês. Guarda as mesmas especificações e características e, portanto, sua implantação no Brasil foi relativamente fácil, já que trata-se de um produto de série no Japão, um projeto mundial", diz Astor Milton Schmitt, diretor corporativo da Randon e gerente-geral da Randon Veículos.

As duas principais marcas para construção e mineração do Grupo CNH -a FiatAIlis e a Case — também estão empenhadas em aumentar ainda mais a produção das fábricas brasileiras, que estão recebendo um investimento de US$ 100 milhões em reestruturação e desenvolvimento de novos produtos.

Na FiatAIlis, que apresentou na M&T EXPO'2001 uma frota totalmente renovada (incluindo dois novos tratores de esteira e três novas pás-carregadeiras, somados a uma nova geração de retroescavadeiras e escavadeiras FX) esse objetivo é claro. "Estamos empenhados em estabelecer uma base de exportação sólida, até para superar as freqüentes oscilações de demanda no mercado interno, afirma o diretor comercial, Gino Cucchiari.

Dave Whiston e Bernard Foster: fábrica JCB em Sorocaba.

As exportações, segundo ele, representam 30% da produção da FiatAIlis. Com os novos produtos, a meta é chegar a 35% ainda neste ano e 40% no ano que vem. "Nos EUA, as exportações são incipientes, na Europa alguns produtos são bem aceitos e agora com a Kobelco (fabricante japonês que ingressou no grupo) queremos ampliar exportações para o Extremo Oriente".

A fábrica da CNH em Contagem (MG) já é fornecedora mundial de motoniveladoras e tratores de esteira da FiatAIlis e deve ampliar suas atividades a curto e médio prazo. "Temos tentado também nacionalizar ao máximo os nossos vários equipamentos para tornar os preços mais competitivos aos usuários da região. Queremos reduzir o percentual de peças importado e convencer fornecedores a se instalarem no Brasil ao nosso lado".

A mesma filosofia vem sendo posta em prática pela Case. A pá-carregadeira 521 D, uma das maiores novidades da marca na M&T Expo'2001, hoje está sendo fabricada em apenas dois locais no mundo todo. Na linha de produção de Sorocaba (que será transferida para Contagem) e em Fargo, nos Estados Unidos. "É um desenvolvimento conjunto de engenheiros americanos e brasileiros e que vai atingir no máximo em 2 anos um índice de nacionalização de 60 a 65%", diz o diretor comercial Roque Reis. "Iremos manter todas suas características de produto mundial. Não vai mudar nada. O motor, por exemplo, vai continuar a ser Cummins, mas fabricado no Brasil".

A W20, que já passou por processo semelhante de nacionalização nos seus 20 anos de existência, também continuará a ser produzida normalmente. "Quando lançamos a 521, muitos perguntaram se essa máquina sairia de linha. Eu não vou tirar uma líder de mercado (22 a 23% de todo o segmento). Estamos trabalhando para que ela fique ainda mais robusta e econômica".

Roque Reis adianta que já existem estudos para nacionalização de outras linhas de equipamentos, incluindo a nova geração de escavadeiras apresentadas na M&T EXPO'2001. "A CX210, por exemplo, é a melhor máquina do mercado na faixa de 20 t, e hoje só perde competitividade por ser importada.

Ele lembra que a linha (de financiamento) Finame é muito importante nesse tipo de equipamento. Estamos discutindo com a Sumitomo (parceira da Case no projeto), o quanto conseguiremos nacionalizar dessa máquina, até para reivindicar o Finame, já disponível aos nossos principais concorrentes".

Yoshio Kawakami, presidente da Volvo Construction Equipment, considera estratégica para a marca a produção local na fábrica brasileira, em Pederneiras (SP). Depois da linha tradicional de pás-carregadeiras e de caminhões articulados, a empresa também passou a produzir motoniveladoras e ele não descarta no futuro o início da fabricação no Brasil da linha de escavadeiras. "É uma plataforma de produção mundial, de equipamentos com índice de nacionalização de 60% em sua maioria. Não teríamos obtido um crescimento tão expressivo nos últimos anos sem esse suporte local".

A Liebherr também vem ampliando progressivamente suas linhas de produção em Guaratinguetá (SP), antes restritas a alguns modelos, principalmente de escavadeiras, tratores de esteira e betoneiras. O grande lançamento da marca neste ano foi justamente a pá-carregadeira L580, integrante de uma nova geração e que passou a ser fabricada no Brasil. Outro equipamento, também apresentado na M&T Expo, que deve ganhar um índice significativo de nacionalização - mantendo características de produto mundial - é a escavadeira móvel sobre pneus modelo A964 Litronic Industrial.

Há muito tempo aguardado, o início da produção local de equipamentos pela Ingersoll-Rand já consta de um projeto amplo definido como infra 2.002. "Estamos em estudos para iniciar a produção local de algumas linhas de produtos, como compressores e rolos compactadores, no ano que vem", confirma José Guilherme Pecoa, diretor da Ingersoll Rand.

A JCB, referência mundial em retroescavadeiras, depois de seis anos de presença no mercado brasileiro com equipamentos importados, levou para a M&T EXPO'2001 o modelo 214 E série, fabricado na sua nova fábrica recentemente inaugurada em Sorocaba. Dave Whiston, gerente regional de vendas para o Mercosul, diz que esse é apenas o primeiro passo para uma presença mais efetiva da empresa na região. "Somos um dos cinco maiores fabricantes mundiais de equipamentos de construção e agora disponibilizaremos todas as nossas soluções com suporte local".

L 580 Liebherr: reforço ba linha brasileira.

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