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Revista M&T - Ed.252 - Abril 2021
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A Era das Máquinas

Soluções diferenciadas de compactação

Com peso de 1 ton, o modelo Delmag 1000 foi o maior compactador de impacto já construído

A partir dos anos 30, foram desenvolvidas diversas tecnologias – com maior ou menor sucesso – para compactação de aterros e, posteriormente, de pavimentos. Algumas dessas soluções permanecem em uso até hoje, embora somente em serviços específicos.

A compactação por impacto, por exemplo, foi um método realizado por meio da elevação de um peso com um guindaste, deixando-o cair sobre o solo. Bastante difundido até a década de 40, ainda é usado em compactação profunda. Marcas como Demag, Menck & Hambrock e Wesserhutte oferecem lanças especiais e pesos bipartidos para a aplicação.

Com o tempo, o método seria aperfeiçoado pela Losenhausenwerk, por meio do acoplamento de uma placa vibratória de 5 ton a um guindaste. Acionado por um motor de 75 hp, o conjunto podia


Com peso de 1 ton, o modelo Delmag 1000 foi o maior compactador de impacto já construído

A partir dos anos 30, foram desenvolvidas diversas tecnologias – com maior ou menor sucesso – para compactação de aterros e, posteriormente, de pavimentos. Algumas dessas soluções permanecem em uso até hoje, embora somente em serviços específicos.

A compactação por impacto, por exemplo, foi um método realizado por meio da elevação de um peso com um guindaste, deixando-o cair sobre o solo. Bastante difundido até a década de 40, ainda é usado em compactação profunda. Marcas como Demag, Menck & Hambrock e Wesserhutte oferecem lanças especiais e pesos bipartidos para a aplicação.

Com o tempo, o método seria aperfeiçoado pela Losenhausenwerk, por meio do acoplamento de uma placa vibratória de 5 ton a um guindaste. Acionado por um motor de 75 hp, o conjunto podia ser usado em frequências entre 7 e 26 Hz. Mas, tão logo as frequências aumentaram, a sistemática passou para a compactação por vibração.

Durante os anos 30, a Delmag fez sucesso com um martelo de cravação movido a óleo diesel. Se o martelo podia cravar estacas, também podia receber uma placa maior para uso em compactação de solos. Era uma tecnologia comum na época. Mas, por incrível que pareça, no início da década de 50 ainda seriam produzidos compactadores pesados de impacto vertical, acionados por motores diesel, um conceito lançado na virada do século.

ROLOS

Em 1969, a Bros. lançou o SP-255DA, uma máquina para serviço pesado que utilizava dois tambores pé-de-carneiro no mesmo chassi, montados lado a lado na traseira, além de um conjunto de tração na dianteira. Essa máquina, aliás, chegou a ser fabricada no Brasil pela Tema Terra, sob licença.

Fabricantes como a Hyster também inovaram ao desenvolver conjuntos pé-de-carneiro que podiam ser rebocados por um trator de eixo único – normalmente, ainda eram usadas estruturas de scrapers desativados.

Uso de controle remoto em modelos como este Wacker com pata pé-de-carneiro trouxe avanços relevantes à segurança operacional

A Buffalo Springfield produziu rolos tandem e de três rodas com tambores segmentados, que permitiam maior profundidade de compactação. Mas as máquinas eram lentas para aproveitar o efeito dinâmico criado pelo conceito de tambor. No entanto, o know-how adquirido pela empresa (àquela altura já parte da Koehring) facilitou o sucesso do K550, uma máquina de 27 ton que usava a velocidade de até 20 km/h para obter uma compactação melhor.

Em 1968, a Hyster lançou sua derradeira máquina inovadora na década, o compactador de aterros C450A, de 25 ton, que não teve concorrentes. Outro produto de destaque na época foram seus rolos de grelha, copiados sem muito sucesso por outras empresas.

Nos anos 70, os fabricantes de carregadeiras e tratores também desenvolveram versões dessas máquinas, com tambores tamping no lugar dos pneus, aliando as vantagens de um equipamento de série com maior estabilidade, decorrente da configuração com quatro tambores.

Fabricantes como Caterpillar, Michigan, Hough e Allis-Chalmers, nos EUA, além de Hanomag e Kaelble, na Alemanha, seguiram a tendência. O Cat 815, por exemplo, tinha motor de 170 hp, enquanto o 825 tinha motor de 300 hp e velocidade acima de 25 km/h.

Na década de 80, houve uma redução significativa na quantidade de modelos de rolos estáticos para solo (na maioria derivados de carregadeiras), que ficaram restritos a grandes obras e aterros.

A partir dos anos 60, os equipamentos estáticos foram sendo paulatinamente substituídos pelos vibratórios. Na década de 80, quase todos os compactadores já eram vibratórios, tandem, combinados, de pneus ou autopropelidos, cada um projetado para tipos específicos de serviço.

Mas os rolos estáticos ainda tinham seu lugar, especialmente em solos “difíceis”. Tanto que a Bomag, Aveling-Barford, Bitelli e Hamm continuaram a produzir rolos estáticos de três rodas. Os rolos tandem estáticos também continuaram a ser fabricados por empresas como ABG, Ingersoll-Rand, Ammann, Caterpillar, Dynapac e Vibromax, além de Hamm e Marini.

Com 95 hp e 8 ton, a placa vibratória O&K RV12A utilizava até seis placas montadas na frente

Enquanto alguns eram articulados, outros tinham direção nos dois tambores. Foram produzidos ainda rolos menores, para serviços de compactação de valas e outros. Alguns traziam controle remoto, permitindo ao operador dirigir o rolo de fora da vala, com evidentes vantagens de segurança.

Uma alternativa interessante de projeto foram os equipamentos combinados, nos quais o sistema de vibração ficava isolado na dianteira e o motor acionava rodas traseiras, equipadas com pneus. Com aplicação em compactação profunda, essa solução assegurava boas condições de tração e compactação, tanto com tambores lisos como com rolos pé-de-carneiro, sendo bastante usada no período.

PLACAS

Em 1934, a Losenhausen desenvolveu a primeira placa vibratória, que nada mais era que um compactador de impacto de maior frequência e menor curso. Posteriormente, foram lançados produtos como o Vibromax ATN 5000 e a primeira placa da Wacker, a ERP, apresentada em 1939. Diversos fabricantes produziram placas vibratórias, como PTC, ABG, Wacker, Vibromax e outros.

Ao mesmo tempo, fabricantes como Lima, O&K e America’s Vibrotampers desenvolveram máquinas com uma série de placas vibratórias montadas na parte inferior do chassi. A Galion também lançou um conjunto de quatro placas, que podia ser montado na traseira de suas motoniveladoras menores. Mas a máquina mais emblemática desse tipo foi a Lima Road Packer, lançada em 1956. Com largura de 4,5 m e seis placas, cada uma comandada por um par de excêntricos de acionamento hidráulico, a máquina foi a maior do tipo fabricada até hoje, cuja velocidade variava de 0,5 a 5 km/h.

Na década de 60, os compactadores de placa vibratória se tornaram mais populares para pequenas obras, por serem mais leves e mais baratos que um rolo. Marcas como Wacker e Losenhausen foram alguns dos primeiros fabricantes de placas vibratórias, sendo que a primeira lançou um modelo com motor de 10 hp e placa de 2,5 ton.

Em 1961, a alemã Flottman apresentou o Vibrotek R42, um projeto baseado em um trator de esteiras de 37 hp e com seis placas vibratórias na dianteira, cuja velocidade de trabalho era de 700 m/h. Por sua vez, a O&K produziu o RV12A, similar à máquina da Flottman, mas com motor de 95 hp.

Os compactadores de placa vibratória seriam produzidos até o início dos anos 80, quando foram superados pelos rolos vibratórios, de desempenho superior. E, atualmente, as placas são usadas somente em pequenas obras ou espaços confinados.

Leia na próxima edição:
Surgem as redes de água pressurizada

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