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Revista M&T - Ed.80 - Dez/Jan 2004
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CAMINHÕES

Rodoviários avançam no canteiro

Menor distância entre eixos, suspensão diferenciada, freio retarder e maior capacidade de carga são alguns dos recursos embarcados para a conquista do mercado fora-de-estrada.

A opção por transportar grandes volumes de material em frentes de obras ou em mineração nem sempre recai sobre os tradicionais caminhões fora-de-estrada. Muitas construtoras e mineradoras têm escolhido caminhões rodoviários projetados para estas finalidades. E cada vez maior o número de montadoras que projetam ou adaptam seus veículos para atender à demanda crescente. Scania, Volvo, Mercedes-Benz, e, mais recentemente, Volkswagen e Ford têm colocado à disposição dessas operações caminhões especialmente configurados para enfrentar as condições de transporte mais severas da construção e da mineração. Recentemente, a Iveco juntou-se às outras montadoras que fabricam modelos no Brasil e passou também a oferecer opções para este segmento, ampliando ainda mais o gradiente da escolha das empresas. Em linhas gerais, os modelos de caminhões chamados rodoviários, mas desenhados para trabalhos além do asfalto, apresentam longarinas duplas, reforçadas, suspensão com molas especiais para grandes cargas e o conjunto motor-caixa de câmbio com potência suficiente e relações de marchas especialmente projetadas para aplicações severas e específicas. Durante o Salão Internacional do Transporte de Cargas e Logística (Fenatran 2003), realizado em outubro de 2003, a indústria de caminhões exibiu, entre seus tradicionais produtos, aqueles vocacionados para operar junto a obras e jazidas de minérios.

A Scania foi uma das primeiras montadoras estabelecidas no país a disponibilizar modelos rodoviários voltados para trabalhos &ldqu


Menor distância entre eixos, suspensão diferenciada, freio retarder e maior capacidade de carga são alguns dos recursos embarcados para a conquista do mercado fora-de-estrada.

A opção por transportar grandes volumes de material em frentes de obras ou em mineração nem sempre recai sobre os tradicionais caminhões fora-de-estrada. Muitas construtoras e mineradoras têm escolhido caminhões rodoviários projetados para estas finalidades. E cada vez maior o número de montadoras que projetam ou adaptam seus veículos para atender à demanda crescente. Scania, Volvo, Mercedes-Benz, e, mais recentemente, Volkswagen e Ford têm colocado à disposição dessas operações caminhões especialmente configurados para enfrentar as condições de transporte mais severas da construção e da mineração. Recentemente, a Iveco juntou-se às outras montadoras que fabricam modelos no Brasil e passou também a oferecer opções para este segmento, ampliando ainda mais o gradiente da escolha das empresas. Em linhas gerais, os modelos de caminhões chamados rodoviários, mas desenhados para trabalhos além do asfalto, apresentam longarinas duplas, reforçadas, suspensão com molas especiais para grandes cargas e o conjunto motor-caixa de câmbio com potência suficiente e relações de marchas especialmente projetadas para aplicações severas e específicas. Durante o Salão Internacional do Transporte de Cargas e Logística (Fenatran 2003), realizado em outubro de 2003, a indústria de caminhões exibiu, entre seus tradicionais produtos, aqueles vocacionados para operar junto a obras e jazidas de minérios.

A Scania foi uma das primeiras montadoras estabelecidas no país a disponibilizar modelos rodoviários voltados para trabalhos “fora-de-estrada”. Hoje, a empresa tem três caminhões para o segmento, todos com opção de tração 8x4. Enquanto os modelos P94 e P114 encontram maior aplicação com implemento de betoneira, a série 124 é a que tem se destacado na carga de material em canteiros de obras e frentes de lavra. Segundo o engenheiro comercial da Scania, Antonio Celso Mendonça o P124 é um caminhão próprio para trabalhos como o de mineradoras. Pode receber caçamba com grande capacidade volumétrica e seu peso bruto total (PBT) é de 47 toneladas. Esse modelo sai de fábrica sem caçamba e com preparação da bomba hidráulica (acionamento da caçamba). A cabine apresenta algumas modificações em relação aos “estradeiros”, como o horímetro no lugar do odômetro, além do ar condicionado (opcional), para trabalho com os vidros fechados onde há muita poeira e outros materiais particulados no ar. Mendonça lembra que todos os três tipos de caminhões são equipados com freio retarder, com capacidade de frenagem de até 870 cavalos. O P124 também é equipado com câmbio GRS900R, de 14 velocidades, 12 sincronizadas e duas superlentas (“crawler”). “Sempre há uma marcha para atender às diversas solicitações de operação”, considera. Nesse modelo de caminhão “minerador”, as molas da suspensão são trapezoidais (sem amortecedores) e a capacidade de arrasto do veículo (CMT — capacidade máxima de tração) é de 150 toneladas. Seu peso (tara) sem caçamba é de 10,4 toneladas, chegando a aproximadamente 16 toneladas com a caçamba. Os pneus utilizados são os 11x22. Algumas exigências de mercado foram atendidas pela Scania em seu P124. O caminhão sai da linha de montagem com vidro traseiro (para o operador ver a báscula), eliminação do ar quente (que segundo os usuários “só atrapalhava”), eliminação dos porta-trecos e da carenagem plástica. No caso específico dos veículos que levam balão para concreto a montadora coloca a caixa de câmbio mais adequada para este tipo de operação, que é a GR900 (oito marchas à frente, uma à ré e uma “crawler” - superlenta), com tomada de força apropriada para movimentar o equipamento enquanto o caminhão roda. Outro detalhe para o mercado de betoneiras é o pneu sem câmara, na medida 295/80, que é mais baixa em relação aos convencionais. Antônio Celso Mendonça lembra que o mercado de concreteiras não gosta de altas potências, pois acredita que causam maior desgaste dos pneus. Dessa forma, prefere modelos com motorização inferior à 330 HP. “A Scania oferece para as betoneiras motores de 260 HP e 330 HP”, diz. A suspensão tem feixes de molas parabólicas, para maior conforto do operador. A capacidade de carga de 36 toneladas está dividida em 21 toneladas nos dois eixos traseiros e 7,5 toneladas em cada eixo dianteiro. As longarinas duplas, de 9,5 mm (tanto no P94 quanto no P114), completam os reforços estruturais.

Modelos “vocacionais” — A nova linha Volvo de caminhões rodoviários igualmente destinou parte de seus veículos para trabalhos mais severos. Estes modelos são tratados pelos engenheiros da empresa como “vocacionais”. Os FM 12 6x4, com PBT de 34 toneladas ou 41 toneladas, já estão sendo utilizados no transporte de minérios como cassiterita e ferro.

De acordo com o engenheiro de vendas da Volvo, Álvaro Enoncin, esse caminhão tem uma menor distância entre eixos, o que lhe permite um raio de giro (manobrabilidade) mais curto, ideal para espaços pequenos, como os encontrados em vários sítios de mineradoras ou até mesmo em obras como as de barragens.

“Como estes trabalhos exigem caminhões mais altos em relação ao solo, a suspensão é especialmente projetada para trabalhos mais rústicos, em terrenos muitos inclinados e ondulados”, diz Enoncin. A suspensão no eixo frontal é parabólica enquanto no eixo traseiro é elíptica do tipo tandem.

O engenheiro explica que a maioria das mineradoras tem limite de velocidade máxima de 40 quilômetros por hora para os veículos que operam nas frentes de lavra, o que faz do FM 12 o veículo adequado para tal necessidade, já que possui quatro relações de marchas para baixas velocidades.

“O FM 12 de 41 toneladas só está no mercado há pouco mais de sete meses e é o nosso caminhão mais vendido para mineração de ferro e construção pesada como hidrelétricas”, afirma Enoncin. Sob encomenda, a Volvo pode entregar caminhões também na configuração 8x4.

Similar em tudo ao FM 12, o NH 12 tem apenas o capô frontal que o diferencia do primeiro, o que faz o piso da cabine ser plano, já que o motor fica à frente. O também engenheiro de vendas da Volvo, Delnir Gasperin, acredita que a montadora tem produtos bastante competitivos. “Trabalhamos com soluções totais de transporte. Nossa hnha é totalmente eletrônica, incluindo o motor, proporcionando menor consumo de combustível. Além disso, os veículos possuem software que permite aos operadores e empresas gerenciarem adequadamente os equipamentos, maximizando a produtividade e a rentabilidade da operação”, garante.

Estrelas “extrapesadas” — A estrela da Mercedes-Benz também pode ser vista em trabalhos além das rodovias. Entre sua extensa linha de caminhões rodoviários está o robusto extrapesado LK-2638 com tração 6x4, indicado para trabalhos fora-de-estrada. O modelo conta com motor turbo cooler gerenciado eletronicamente, de 380 HP. Com capacidade de 45 toneladas de peso bruto total combinado (PBTC) e 123 toneladas de capacidade máxima de tração (CMT), é considerado pela montadora ideal para o setor de mineração, por enfrentar os terrenos mais difíceis e acidentados.

Os eixos traseiros motrizes do LK- 2638, o HD-7 e o HL-7, são robustos e duráveis, podendo suportar até 13 toneladas cada um. O caminhão vem equipado com tomada de força para acionamento de báscula, direção hidráulica e freio-motor Top Brake, exclusivo da marca produzida pela Daimler-Chrysler. Outro Mercedes- Benz voltado para o segmento da construção é o 2423 B 8x4, em nova versão, e que recentemente recebeu o Prêmio Top Anamaco/ADVB 2003, como o melhor case na categoria “Produção e Logística”. E um caminhão betoneira que, originalmente era oferecido pela montadora na configuração 6x4 e direcionado ao segmento da construção civil, especialmente para transporte de concreto e argamassa. Para atender às empresas que atuam nesse ramo e que solicitavam veículos com maior capacidade de carga, a Daimler-Chrysler desenvolveu um veículo com um segundo eixo direcional (transformando-o num 8x4). O novo projeto evita a sobrecarga e o desgaste prematuro dos componentes do caminhão e

também atende a legislação da lei da balança durante as operações em rodovias. O Mercedes-Benz 2423 B 8x4 (quatro eixos) passa a oferecer um PBT técnico de 32 toneladas, nove a mais que a versão 6x4.

“Tailor Made” —- A Volkswagen Caminhões oferece algumas opções para operações em canteiros de obra e até mesmo em mineração. Uma delas é a linha VW 23.210 / 23.220 / Titan 23.310 (6x2). Com um dos chassis mais robustos da categoria, possuem terceiro eixo de fábrica. O modelo VW 23.210 ainda tem as opções de motorização Cummins ou MWM. Como novidade, a marca oferece os veículos em sistema Tailor Made (sob medida) das distâncias entre eixos, que podem ser de 3.560 e 5.207 mm para a linha de 23 toneladas. Segundo a montadora, tais medidas são as únicas que já vêm de fábrica no mercado brasileiro.

Os VW 26.220 / 26.260 (6x4), para 26 toneladas, com duplo eixo traseiro de tração integral, são projetados para elevado torque e capacidade de vencer rampas mais acentuadas. Sua transmissão Eaton RT 7608-LL é de dez marchas à frente e três à ré, incluído a velocidade 7cw/ow(super- reduzida) para casos de atolamento ou superação de obstáculos, como ondulações do terreno. Estes dois modelos têm motores Cummins 6CTAA turbo e intercooler, sendo o 26.220 com potência de 218 HP e o 26.260 com potência de 256 HP. O supervisor de Marketing do Produto da Volkswagen Caminhões, Rogério Gil Costa, diz que a montadora recebe pedidos de caminhões com o quarto eixo.

“Hoje temos também solicitações de veículos sob encomenda de 8x4. Isso faz com que os modelos de PBT de 26 toneladas ganhem mais 6 toneladas de capacidade, elevando o PBT para 32 toneladas”, comenta, dizendo ser prática comum entre empresas que operam com betoneiras.

MaxTruck —A Ford, que em 2003 completou 100 anos de fundação e 46 anos de produção do primeiro caminhão brasileiro (o Ford F-600), mostrou na Fenatran que continua conectada à modernidade tecnológica. Na ocasião, exibiu seus novos Cargo MaxTruck modelos 2421 e 2422, que estrearam a linha de veículos 6x2 de fábrica. Uma das inovações incorporadas em sua gama de produtos é o “air dryer”,

um dispositivo que evita o efeito de umidade nos componentes do freio e amplia a vida útil do conjunto. Os traçados Cargo 2622, 2626 e 2631 receberam ainda a nova embreagem dupla Eaton 365, que permite menor esforço no acionamento e maior durabilidade.

O cargo 2626 Mixer, com tração 6x4, PBT de 26 toneladas e PBTC de 42 toneladas é o modelo da marca especialmente projetado para utilização como betoneira. Equipado com motor Cummins Turbodiesel Aftercooler C8.31 253 CIV-0, de 256 HP e torque de 106 mkgf (a 1.500 rpm), tem transmissão Eaton de dez velocidades à frente, não sincronizadas, e duas a ré. A preparação para instalação da tomada de força dianteira no motor, os radiadores de água e ar superdimensionados, com furação para montagem da bomba hidráulica da betoneira, facilitam a instalação de seus implementos. A Iveco começa 2004 com um grande diferencial no mercado de caminhões pesados. No primeiro trimestre deste ano, a montadora inaugura a

produção no Brasil dos modelos Eurotech 6x4 e 4x2 e Eurocargo 170E22 e 230E22, antes produzidos somente em Córdoba, na Argentina. A fábrica da Iveco no país será em Sete Lagoas (MG), o que mostra a disposição da marca em competir com vigor em território brasileiro.

O modelo Eurotrakker 6x4 (ainda importado) está voltado para o transporte de minérios, materiais rochosos, terra e também cana-de- açúcar. Segundo Vicente Lopes Garcia Filho, gerente de vendas da Iveco no Brasil, uma das vantagens desse veículo é seu PBT de 38 toneladas e potência de 370 HP. “Para mineração pode transportar entre 24 e 25 toneladas. Sua relação de diferencial pode ser alterada, ficando mais curta para o uso em rampas”, afirma. Assim como seus concorrentes diretos, o Eurotrakker tem chassi extra- reforçado e longarinas duplas na região da suspensão traseira. O motor é o Iveco Turbocooler de 13.8 litros, potente o suficiente para uma CMT de 132 toneladas. A versão caminhão, denominada 380 E 37H pesa 9,2 toneladas e seu motor tem potência de 370 HP. Já a versão cavalo mecânico, 720 E 42HT, pesa 9,4 toneladas e seu motor tem potência de 420 HP.

De acordo com a Iveco, o Eurocargo Tector 170E22, lançado em fevereiro de 2003, foi o primeiro de sua categoria a rodar nas ruas brasileiras já atendendo os limites de emissões Conama Fase 5 (Euro III) a serem exigidos no Brasil para caminhões somente a partir de 2005. O modelo foi o mais vendido na Europa em 2002, com 21.858 unidades comercializadas.

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