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Revista M&T - Ed.261 - Fev/Mar 2022
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CAMINHÕES

Projetando o futuro

Acelerando a transição energética rumo a um transporte de baixas emissões, montadoras atingem níveis recordes de vendas de caminhões pesados na América Latina em 2021
Por Marcelo Januário (Editor)

No que pesem todos os problemas que a pandemia ainda provoca, o mercado brasileiro de caminhões não tem do que reclamar em relação a 2021. Até pelo contrário. Mesmo com os desafios que ainda persistem na produção e em plena transição energética rumo a um transporte mais sustentável, o segmento mostrou resiliência e obteve números históricos no ano passado. Dentre as principais montadoras do país, houve recordes de vendas, anúncios de investimentos, introdução de tecnologias e lançamentos.

Segundo a Fenabrave (Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores), a indústria de caminhões emplacou 128.700 unidades (+43,5%) no Brasil em 2021. A Volvo, por exemplo, registrou nada menos que o melhor resultado de sua história no país, com o emplacamento de 21.823 unidades (+45,7% em relação a 2020), quebrando o recorde anterior, de 2013.

Puxado principalmente pelo setor agrícola, o desempenho interno representou 85% do total de emplacamentos obtido pela empresa na América Latina, que chegou a 25.808 unidades (+43%), com destaques para Peru e Chile, que cresceram +62% (1.628 unidades) e +42% (1.355 unidades), respectivamente. Globalmente, o faturamento da Volvo cresceu +10% no ano, considerando todos os mercados.

No Brasil, o presidente do Grupo Volvo na América Latina, Wilson Lirmann (leia entrevista nesta edição), estima que o mercado de caminhões acima de 16 t cresça +10% neste ano, incluindo todas as marcas. “Isso a partir de uma base muito alta, pois em 2021 tivemos uma retomada forte dos emplacamentos no Brasil”, recorda.

MOVIMENTO


No que pesem todos os problemas que a pandemia ainda provoca, o mercado brasileiro de caminhões não tem do que reclamar em relação a 2021. Até pelo contrário. Mesmo com os desafios que ainda persistem na produção e em plena transição energética rumo a um transporte mais sustentável, o segmento mostrou resiliência e obteve números históricos no ano passado. Dentre as principais montadoras do país, houve recordes de vendas, anúncios de investimentos, introdução de tecnologias e lançamentos.

Segundo a Fenabrave (Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores), a indústria de caminhões emplacou 128.700 unidades (+43,5%) no Brasil em 2021. A Volvo, por exemplo, registrou nada menos que o melhor resultado de sua história no país, com o emplacamento de 21.823 unidades (+45,7% em relação a 2020), quebrando o recorde anterior, de 2013.

Puxado principalmente pelo setor agrícola, o desempenho interno representou 85% do total de emplacamentos obtido pela empresa na América Latina, que chegou a 25.808 unidades (+43%), com destaques para Peru e Chile, que cresceram +62% (1.628 unidades) e +42% (1.355 unidades), respectivamente. Globalmente, o faturamento da Volvo cresceu +10% no ano, considerando todos os mercados.

No Brasil, o presidente do Grupo Volvo na América Latina, Wilson Lirmann (leia entrevista nesta edição), estima que o mercado de caminhões acima de 16 t cresça +10% neste ano, incluindo todas as marcas. “Isso a partir de uma base muito alta, pois em 2021 tivemos uma retomada forte dos emplacamentos no Brasil”, recorda.


Em um ano de recordes, a Volvo emplacou 25.808 unidades na América Latina

MOVIMENTO

No segmento de pesados, a Volvo mais uma vez fechou o ano na liderança no Brasil, com 27% de participação, embora com distância menor para a concorrência, após crescer 41% (abaixo do mercado, que cresceu 49% no segmento). Ao todo, foram comercializadas 17.980 unidades. “Não crescemos na proporção que gostaríamos neste segmento, mas o movimento foi positivo”, acentua Alcides Cavalcanti, diretor executivo de caminhões da Volvo no Brasil.

Destaque do segmento, o modelo FH 540 emplacou 8.935 unidades, tornando-se o caminhão mais vendido do ano na categoria. “Desde 2018 esse modelo é líder do ranking geral de vendas nacional”, comemora o diretor, detalhando ainda que a linha de semipesados registrou crescimento ainda maior, com 3.843 veículos (+73%).

Na linha VM (de pesados e semipesados, na qual a empresa produziu quase 10 mil unidades em 2021), a demanda confirmou a tendência de crescimento dos últimos anos, registrando avanço de 81% nas vendas (6.393 unidades). “Pela primeira vez, o modelo VM270 subiu para a vice-liderança do ranking de semipesados, enquanto o modelo de distribuição VM City e o caminhão-betoneira VM Light Mixer 8x4 (com 500 unidades) também tiveram bons desempenhos”, diz o executivo. “Isso demonstra que a marca também tem crescido na preferência dos clientes nesses segmentos.”

Em vocacionais, cuja linha foi totalmente renovada em 2021, foram emplacadas mais de 4 mil unidades (+118%) pela marca. Os modelos FH, FM e FMX somaram 15.430 unidades. “Todos os segmentos foram bem, canavieiro, florestal, construção e mineração”, diz Cavalcanti, destacando que o segmento respondeu por 18% do total de caminhões vendidos em 2021. “Mas queremos crescer ainda mais”, avisa.

Em relação à aceitação da nova Linha F – o maior lançamento da marca no país – a empresa assegura que tem sido “espetacular”. “A carteira de pedidos com entregas programadas já está preenchida até o segundo trimestre deste ano”, exulta o diretor, que prevê aumentos nos preços dos produtos em 2022, mas não cita percentuais. “São muitas variações, não tem como dizer”, admite.

Na área de pós-venda, os planos de manutenção da Volvo acompanharam o crescimento do mercado de caminhões novos, com a cobertura chegando a oito em cada dez veículos vendidos. “Isso significa mais de 32 mil veículos da marca com planos de manutenção no Brasil”, comenta Cavalcanti.

PARTICIPAÇÃO

Quem também celebra o desempenho do ano passado é a Scania, que completa 65 anos no país em 2022. Apostando em novos conceitos tecnológicos, a marca emplacou 15.702 unidades de pesados (+80,7%) e registrou aumento de 4 p.p. de participação (para 23,6%), com destaque para os modelos R 450 (6.772 unidades), R 540 (3.501 unidades) e R 500 (1.898 unidades).

Segundo a Fenabrave, a marca foi a única que teve três modelos no ranking dos dez caminhões mais emplacados do país em 2021. “Desse volume, mais de 40% foram dedicados ao agribusiness, seguidos pelo segmento de carga industrial”, posiciona Silvio Munhoz, diretor de vendas de soluções da Scania no Brasil, que acaba de se tornar uma região independente na estrutura global da montadora, separada da América Latina.

No segmento fora de estrada, a empresa vendeu 1.007 unidades, o que garantiu a liderança, com 40% de participação, com destaque para mineração e cana. Voltado para mineração, o modelo Heavy Tipper G540 10x4 ganhou maior capacidade de carga em 2021, com PBT saltando de 58 para 60 toneladas.

“O modelo G540 10x4 HT também se destacou e tivemos ainda a consolidação do modelo G540 6x4, além do lançamento do PMS exclusivo para o segmento de cana”, comenta Munhoz, complementando que desde o lançamento da Nova Geração, há três anos, já foram vendidas mais de 40 mil unidades.

Outro resultado bastante comemorado foi a venda de 600 unidades de caminhões a gás (natural e/ou biometano) para grandes embarcadores, como Nespresso, L’Oréal, Gerdau, Carrefour, Pepsico, Unilever, Nestlé e outros. “As unidades movimentadas em 2021 ainda são um percentual pequeno (3,3%) em relação ao total de caminhões vendidos (18 mil), mas já representam mais da metade da proporção da marca na Europa”, conta Munhoz.

“Na mineração, também já realizamos prova técnica de um modelo a gás em uma mina da Gerdau operada pela Fagundes, em um trabalho de campo que deve terminar ainda este ano. Essa preparação é importante, pois o segmento requer cuidados especiais, como maior proteção das tubulações.”

Em linha com as projeções da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o executivo projeta um crescimento para o setor de 9% em 2022, aproximando-se da marca de 130 mil unidades. “Existe a vontade de pré-compra do Euro 6, mas com as persistentes rupturas na cadeia de fornecimento é provável que o volume seja menor que o previsto”, aponta Munhoz. “Estamos preparados para vender, mas entregar ainda é uma incógnita.”

TRANSIÇÃO

Diversificando as opções, a Scania também entregou a primeira unidade de seu veículo movido a GNL (gás natural liquefeito) no Brasil, que integra um lote de cinco unidades adquirido pela Morada Logística. “O GNL tem rendimento energético idêntico ao gás natural comprimido, mas com maior autonomia, de até 1.200 km”, diz Munhoz.

A montadora considera a tecnologia a gás como ideal para a transformação energética em curso, mas já projeta a introdução, nos próximos anos, de elétricos, híbridos, modelos HVO (Hydrotreated Vegetable Oil) e a células de combustível.

O certo é que essa caminhada não será sem desafios. “Para o HVO, por exemplo, ainda não há disponibilidade de combustível e não se sabe a que preço chegará”, diz Munhoz. “Já para os elétricos, o custo ainda é alto e os gargalos na distribuição de energia podem ser entraves.”


Apostando em alternativas energéticas, a Scania entregou o 1° modelo movido a GNL do país

No exterior, a montadora recentemente vendeu um caminhão elétrico de três eixos e 54 t para a transportadora Vibax, que vai operá-lo em um trecho de pequena distância (80 km), no norte da Suécia. No Brasil, por sua vez, um modelo elétrico de médio porte já vem passando por provas de conceito e adequações, especialmente em relação à durabilidade e robustez da bateria em ambientes de temperatura elevada, como no Brasil.

“O período normal de testes é de dois anos e, em 2025, pode ocorrer a liberação desses produtos elétricos”, acentua o diretor. “Mas modelos de grande porte (para longas distâncias) ainda são inviáveis.”

Como se vê, é um trabalho de desenvolvimento, sem viabilidade comercial instantânea, mas que mostra como a montadora segue firme em seu propósito de substituir os modelos a diesel por veículos que utilizam combustíveis alternativos. “A matriz energética brasileira será muito mais eclética no futuro”, avalia Fábio Souza, o novo vice-presidente e diretor geral das operações comerciais da Scania. “Essa visão de uma solução única como o diesel vai mudar, preparando-se para o set up que vai aparecer em cada um dos mercados. Mas cada solução só é viável quando faz sentido para o transportador economicamente.”

O atual ciclo de investimentos, que vai até 2024, prevê o aporte de R$ 1,4 bilhão na operação brasileira, especialmente para modernização da fábrica e introdução do Euro 6 (atualmente em processo de homologação e que deve começar a ser vendido no país a partir da metade do 2º semestre), mas também para preparar a chegada dessas novas tecnologias, incluindo autônomos e semiautônomos.

Segundo Souza, todavia, é possível reduzir o impacto das operações e ter um transporte rentável com ferramentas que já estão disponíveis. “Ainda temos um longo caminho até que outra matriz energética seja implementada em grande escala”, diz. “Mas o planeta, os clientes e as empresas não podem esperar, o momento é agora.”

INVESTIMENTOS
Apostando em elétricos, Volvo anuncia investimento de R$ 1,5 bi no país

Após obter recordes de vendas no ano passado, o Grupo Volvo anunciou um novo pacote de investimentos de R$ 1,5 bilhão, válido até 2025. Do total, 85% desse aporte são voltados para pesquisa e desenvolvimento, além de contemplarem as áreas industrial, de serviços, rede de distribuição e digitalização de processos em todas as divisões.

Uma pequena parcela refere-se ao ciclo anterior, para a introdução dos novos motores Euro 6, que chegam em 2023. “A indústria vai passar por uma grande transformação com a eletromobilidade, veículos autônomos e serviços conectados”, aponta Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo na América Latina. “E é claro que há muito recurso nesse pacote para desenvolver essas frentes.”


Novo ciclo de investimento prevê recursos para P&D e eletrobilidade

Em elétricos, a linha da marca foi completada no ano passado com a adição de veículos pesados ao portfólio. Em 2021, o grupo também realizou a maior venda de caminhões equipados com a tecnologia até o momento, com a encomenda de 100 unidades do modelo FM Electric para a dinamarquesa DFDS, que se juntaram às centenas de unidades já entregues na Europa.

Com isso, o share da Volvo já é de 42% no continente, o que a coloca como líder de mercado em elétricos. “Até 2040, todos os veículos produzidos serão ‘fossil free’”, observa o executivo. “Hoje, temos uma curva em S, com adoção inicial de alguns clientes, aceleração e, lá frente, chegando a 100% em todos os mercados.”

No Brasil, especificamente, até 2025 a Volvo pretende introduzir “algumas centenas” de veículos elétricos. “É um volume pequeno, de arrancada, pois estamos em um momento de aprendizado, avaliando a viabilidade”, diz Lirmann. “A partir daí teremos mais clareza, mas tenho certeza de que a eletromobilidade vai representar uma fatia importante do nosso negócio no final desta década.”

LANÇAMENTO
DAF Caminhões reforça portfólio para o segmento de semipesados

Voltado para o segmento de distribuição até 35 t, o novo modelo CF de chassi rígido traz motor Paccar GR-7 de 6,7 l e seis cilindros, com opções de tração 6x2 (com Peso Bruto Total de 23 t) e 8x2 (PBT de 29 t). Com entregas iniciadas em março, o modelo está disponível nas versões com 280 cv de potência e 950 Nm de torque e de 300 cv e torque de 1.000 Nm.


Modelo CF chassi rígido abre as portas de um novo segmento para a DAF no país

Segundo o presidente da DAF Caminhões Brasil, Lance Walters, o lançamento abre as portas da empresa para um novo segmento, “muito competitivo, mas com ótimas oportunidades”, que representa 25% do mercado nacional de caminhões. “Esse caminhão, juntamente com a linha XF e o restante dos modelos da família CF, nos dará a oportunidade de crescermos 20% ou mais em comparação ao ano passado”, afirma o executivo, destacando ainda que os emplacamentos aumentaram 46% em 2021.

Com o maior índice de nacionalização da fabricante no país até aqui, o modelo traz transmissão automatizada ZF AS-Tronic de 12 velocidades, adaptada para diversas aplicações específicas do mercado brasileiro, além de tanque de combustível com capacidade para 650 l de diesel e tanque Arla 32 de 42 l.

“Os tanques são confeccionados em plástico de alta resistência, o que auxilia na redução de peso do veículo”, detalha Rafael Casagrande, gerente de projetos da DAF Caminhões Brasil.

INVESTIMENTOS
Scania planeja investir SEK 1 bilhão em pista de testes para autônomos e elétricos

A montadora planeja construir uma nova pista de testes adaptada para caminhões autônomos e eletrificados em Södertälje, na Suécia, aprimorando a sinergia entre as áreas de desenvolvimento, produção e testes.

“Nossa ambição é ser líder na eletrificação de veículos pesados e fortalecer nossa capacidade para veículos autônomos no longo prazo”, diz Anders Williamsson, líder de operações industriais da Scania. “E serão necessários grandes investimentos para permanecer na vanguarda.”

O executivo refere-se a um investimento inicial previsto de cerca de 975 milhões de coroas suecas (SEK) para a instalação da nova pista, além da extensão das estruturas já existentes. O projeto deve ser iniciado ainda este ano, durando até pelo menos 2026. “Isso é vital para a Scania assumir a liderança no desenvolvimento de soluções de transporte sustentável”, acredita Williamsson.


Pista de testes adaptada para caminhões autônomos e eletrificados será construída em Södertälje

Saiba mais:
DAF:
www.dafcaminhoes.com.br
Scania: www.scania.com/br
Volvo: www.volvogroup.com/br

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