Um dos temas mais comentados atualmente no país é a carência de mão de obra especializada, um problema que atinge diversas áreas de nossa força produtiva. Na construção e mineração o cenário não é diferente, evidentemente. Pelo aspecto mais crítico, a insuficiência de profissionais especializados resulta em um significativo aumento de custos, reduzindo nossa competitividade no cenário internacional. E isso ocorre de duas formas: a defasagem gera uma disputa por uma parcela da reduzida mão de obra disponível, forçando a um consequente aumento dos benefícios. Mas, por outro lado, também prejudica a produtividade, que tende a ser menor sem o aporte de trabalhadores qualificados e aptos a atuar em um cenário de alta tecnologia.
Hoje, é bom frisar, o Brasil possui a mesma produtividade que tinha nos anos 70. Ou seja, é baixíssima em relação aos desafios que se antepõem ao país, certamente muito maiores que há 40 anos. Sem medo de errar, podemos apontar que uma das causas desse atraso está na educação superior, pois ainda não temos uma universidade que seja alinhada com as demandas da indústria. Afinal, não basta realizar uma pesquisa na universidade, muitas vezes alheia à realidade, e levar para a indústria testar. E esse tem sido o nosso modelo, infelizmente. O ideal é que a universidade desenvolva soluções e pesquisas junto à própria indústria. Nesse sentido, o governo até que tem se esforçado, principalmente com incentivos fiscais para tecnologia e inovação, mas o re
Um dos temas mais comentados atualmente no país é a carência de mão de obra especializada, um problema que atinge diversas áreas de nossa força produtiva. Na construção e mineração o cenário não é diferente, evidentemente. Pelo aspecto mais crítico, a insuficiência de profissionais especializados resulta em um significativo aumento de custos, reduzindo nossa competitividade no cenário internacional. E isso ocorre de duas formas: a defasagem gera uma disputa por uma parcela da reduzida mão de obra disponível, forçando a um consequente aumento dos benefícios. Mas, por outro lado, também prejudica a produtividade, que tende a ser menor sem o aporte de trabalhadores qualificados e aptos a atuar em um cenário de alta tecnologia.
Hoje, é bom frisar, o Brasil possui a mesma produtividade que tinha nos anos 70. Ou seja, é baixíssima em relação aos desafios que se antepõem ao país, certamente muito maiores que há 40 anos. Sem medo de errar, podemos apontar que uma das causas desse atraso está na educação superior, pois ainda não temos uma universidade que seja alinhada com as demandas da indústria. Afinal, não basta realizar uma pesquisa na universidade, muitas vezes alheia à realidade, e levar para a indústria testar. E esse tem sido o nosso modelo, infelizmente. O ideal é que a universidade desenvolva soluções e pesquisas junto à própria indústria. Nesse sentido, o governo até que tem se esforçado, principalmente com incentivos fiscais para tecnologia e inovação, mas o retorno ainda é muito tímido se comparado com as realizações de países como China, Índia e Coreia, por exemplo.
Além disso, sem investimentos pesados em educação de base – o que inevitavelmente envolve mudanças de fundo nas condições sociais da população –, de nada adiantará contarmos com um bônus demográfico. Essa vantagem, tão alardeada em nosso país, só será convertida em riqueza efetiva se as crianças que estão entrando hoje na escola receberem investimento maciço em educação. Com isso, daqui a 20 anos poderemos dizer que houve mudança e evolução em nossos quadros de profissionais disponíveis. O momento de maior benefício do bônus demográfico será em 2024, o que nos põe a 11 anos desse momento. Portanto, a hora é agora. Se isso ocorrer, nas próximas gerações teremos um grande diferencial de competitividade, cujo potencial pode ser vislumbrado nas reportagens sobre máquinas, tecnologias e serviços contidas nesta edição.
Claudio Schmidt
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