À parte os impactos diretos na atividade minerária, uma leitura dos dados trazidos pelo mais recente relatório do Instituto Aço Brasil dá bem o tom da (instável) situação da indústria pesada no Brasil, incluindo neste rol a construção civil e de bens de capital, os principais setores na demanda deste metal no país.
Publicado em julho, o documento mostra que os setores responsáveis por 80% do consumo de aço no Brasil registraram queda de 10,7% em 2016, na comparação a 2015. Quando comparado ao mesmo período de 2013, a queda se acentua para 31,6%. Com isso, a produção de aço voltou ao patamar de 2006, retrocedendo mais de uma década, com 31 milhões de toneladas, enquanto as vendas internas e as exportações voltaram ao nível de 2005, com 16,5 milhões de toneladas e 13 milhões de toneladas, respectivamente. Como resultado, a siderurgia nacional opera com apenas 63% de sua capacidade instalada no momento.
Na variação setorial da produção, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que atualmente o setor de construção civil responde por 39,6% do consumo aparente de aço no país, ao passo que o segmento de bens de capital absorve 22,3% do total. O detalhe é o decréscimo: -11,8% em relação a 2015, em ambos os casos.
Com a previsão da quase estagnação do PIB neste ano (no momento, algo entre 0,1 e 0,5%, segundo o Ministério da Fazenda), tal cenário configura
À parte os impactos diretos na atividade minerária, uma leitura dos dados trazidos pelo mais recente relatório do Instituto Aço Brasil dá bem o tom da (instável) situação da indústria pesada no Brasil, incluindo neste rol a construção civil e de bens de capital, os principais setores na demanda deste metal no país.
Publicado em julho, o documento mostra que os setores responsáveis por 80% do consumo de aço no Brasil registraram queda de 10,7% em 2016, na comparação a 2015. Quando comparado ao mesmo período de 2013, a queda se acentua para 31,6%. Com isso, a produção de aço voltou ao patamar de 2006, retrocedendo mais de uma década, com 31 milhões de toneladas, enquanto as vendas internas e as exportações voltaram ao nível de 2005, com 16,5 milhões de toneladas e 13 milhões de toneladas, respectivamente. Como resultado, a siderurgia nacional opera com apenas 63% de sua capacidade instalada no momento.
Na variação setorial da produção, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que atualmente o setor de construção civil responde por 39,6% do consumo aparente de aço no país, ao passo que o segmento de bens de capital absorve 22,3% do total. O detalhe é o decréscimo: -11,8% em relação a 2015, em ambos os casos.
Com a previsão da quase estagnação do PIB neste ano (no momento, algo entre 0,1 e 0,5%, segundo o Ministério da Fazenda), tal cenário configura um desafio e tanto para nossa produção de aço, permeada por vetores complementares como a queda na arrecadação e o aumento de impostos, dentre outros. E que vai demorar em ser vencido. Em simulação, o IAB projeta que somente em 2028 as vendas internas de aço cheguem a 25 milhões de toneladas, equiparando-se a 2013, quando houve o auge na demanda. Isso considerando um avanço de 3% no PIB de 2019 a 2028.
Enquanto isso, para recuperar a competitividade, a palavra de ordem no setor é exportar. O que também não é nada fácil, tendo em vista o excesso de capacidade instalada de 736 milhões de toneladas de aço registrado no mundo, segundo dados da World Steel Association. O fato é que – nunca é demais repassar – o desempenho da siderurgia brasileira está intimamente relacionado a segmentos cruciais para a economia, como a fabricação de máquinas pesadas, a mineração, a construção e a infraestrutura, que acompanham com atenção o que acontece nas forjas do nosso país, e vice-versa. Boa leitura.
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