Em tempos como os atuais, medidas de contenção dos gastos permanecem necessárias em todas as áreas. A situação está tão difícil que a economista Monica Bolle, autora do livro “Como Matar a Borboleta Azul” (Ed. Intrínseca), mencionou em recente entrevista à TV que as empresas já estão deixando de recolher os impostos para sobreviver.
A dívida fiscal tem sido usada por diversas empresas em todas as épocas. Ainda em 2014, um empresário gaúcho explicava que estava sobrevivendo por conta dos “empréstimos tomados com a Dilma”. Mas é raro que o fato chegue a ser comentado em público, como uma situação comum nas empresas em dificuldades.
O fato acontecia, mas era tratado com certa reserva e até mesmo um pouco de vergonha, na espera por um Refis (Programa de Recuperação Fiscal) generoso. Ocorre que, mesmo parceladas e com algumas vantagens, dívidas fiscais são cobradas e podem vir a ser um enorme problema.
Em épocas assim, centralizam-se as operações e controlam-se com mais rigor os gastos em geral. O inverso acontece quando o mercado está em crescimento e as empresas descentralizam para aproveitar melhor as oportunidades regionais. O segr
Em tempos como os atuais, medidas de contenção dos gastos permanecem necessárias em todas as áreas. A situação está tão difícil que a economista Monica Bolle, autora do livro “Como Matar a Borboleta Azul” (Ed. Intrínseca), mencionou em recente entrevista à TV que as empresas já estão deixando de recolher os impostos para sobreviver.
A dívida fiscal tem sido usada por diversas empresas em todas as épocas. Ainda em 2014, um empresário gaúcho explicava que estava sobrevivendo por conta dos “empréstimos tomados com a Dilma”. Mas é raro que o fato chegue a ser comentado em público, como uma situação comum nas empresas em dificuldades.
O fato acontecia, mas era tratado com certa reserva e até mesmo um pouco de vergonha, na espera por um Refis (Programa de Recuperação Fiscal) generoso. Ocorre que, mesmo parceladas e com algumas vantagens, dívidas fiscais são cobradas e podem vir a ser um enorme problema.
Em épocas assim, centralizam-se as operações e controlam-se com mais rigor os gastos em geral. O inverso acontece quando o mercado está em crescimento e as empresas descentralizam para aproveitar melhor as oportunidades regionais. O segredo destes movimentos é ser rápido na hora de centralizar e também antecipar-se à retomada do mercado para descentralizar em tempo de recuperar a estrutura e aproveitar o crescimento.
Vendo as previsões de um crescimento do PIB brasileiro de ordem de 1% (ou menos) sobre a base atual tão comprometida, na maioria dos setores as empresas ainda deverão “segurar as máquinas no pátio” pelo menos até o final de 2017. O que não deve ser esquecido é que é necessário exercitar e aprimorar a equipe durante o “off-season” do mercado. Faz parte dos preparativos para a recuperação e quem o deixa de fazer pode não ter “suficiente retomada de velocidade”.
Há muita gente nas empresas tão absorta com as dificuldades que, apesar de se dizer otimista, já deixou de fazer a leitura dos ciclos e não pensa em atualizar o conhecimento do pessoal, capacitar em novas abordagens e buscar visões diferentes no mercado. Mas o mundo continua girando e o conhecimento segue avançando em alta velocidade. E não é apenas a tecnologia dos produtos que muda. Muda a percepção do cliente, a expectativa da sociedade, a forma de fazer negócios, o fluxo de capital, a concorrência etc.
Crise não é sinônimo de hibernação. A história da humanidade ensina que a velocidade das mudanças aumenta com as crises, criando mais rapidamente novas soluções. Por isso, quem não se exercita voltará com as mesmas técnicas já obsoletas para competir na recuperação. A vantagem será daqueles que, mesmo nas crises, mantêm os olhos abertos, a cabeça elevada e o otimismo próprio de quem sabe que na vida tudo é cíclico.
*Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema
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