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Revista M&T - Ed.295 - Julho de 2025
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TREINAMENTO

Porta de entrada para o setor

Com a escassez de profissionais, o setor de máquinas pesadas mobiliza forças para impulsionar a qualificação, preencher seus quadros técnicos e apoiar as comunidades
Por Antonio Santomauro

Foto: TRACBEL


Profissionais com qualificação adequada e atualizada constituem um requisito fundamental para o desenvolvimento de qualquer atividade econômica. Isso vale especialmente para os setores que lidam com máquinas e equipamentos pesados, como construção, mineração, agronegócio e outros.

Afinal, são setores que lidam com máquinas de alto valor agregado, utilizadas em projetos que geralmente envolvem volumes expressivos de recursos.

Nesse âmbito, qualquer problema – seja de operação incorreta ou decorrente de manutenção malfeita – pode ocasionar não apenas perdas materiais significativas, mas também acidentes com graves consequências.

A questão é que, historicamente, o país enfrenta uma aguda e recorrente escassez de profissionais, especialmente em períodos de crescimento econômico.

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Foto: TRACBEL


Profissionais com qualificação adequada e atualizada constituem um requisito fundamental para o desenvolvimento de qualquer atividade econômica. Isso vale especialmente para os setores que lidam com máquinas e equipamentos pesados, como construção, mineração, agronegócio e outros.

Afinal, são setores que lidam com máquinas de alto valor agregado, utilizadas em projetos que geralmente envolvem volumes expressivos de recursos.

Nesse âmbito, qualquer problema – seja de operação incorreta ou decorrente de manutenção malfeita – pode ocasionar não apenas perdas materiais significativas, mas também acidentes com graves consequências.

A questão é que, historicamente, o país enfrenta uma aguda e recorrente escassez de profissionais, especialmente em períodos de crescimento econômico.

Não à toa, diversas empresas investem em projetos próprios de qualificação, dirigidos não apenas à própria equipe ou aos respectivos clientes, mas também a interessados em ingressar nessas atividades ou mesmo aprimorar os conhecimentos.

Com o avanço da pauta ESG, esses projetos frequentemente incorporam uma abordagem de ação social – com foco em camadas sociais menos favorecidas – que, além de contribuir para o recrutamento de talentos, agrega um componente de compromisso com a comunidade cada vez mais essencial para o conjunto do setor.

FORMAÇÃO

Atualmente, uma das empresas que se destacam na área é a locadora Mills, cujo programa TransFormar oferece bolsas para cursos técnicos e profissionalizantes, visando a formação de jovens nas áreas de manutenção de máquinas.

Mantido pela Mills, o Programa TransFormar oferece bolsas para cursos técnicos e profissionalizantes. Foto: MILLS


O público-alvo é composto por jovens entre 18 e 28 anos, renda mensal familiar de até três salários-mínimos e que estudaram em escolas públicas ou receberam bolsas integrais em escolas privadas.

Há desde cursos de curta duração, para áreas onde há mais carência de mão de obra, quanto cursos com 1,5 ano ou 2 anos, como eletrotécnica e técnico de edificações, por exemplo.

Segundo o diretor de pessoas e ESG, Kleber Racy, a empresa já contava com vários programas de qualificação da mão de obra própria, mas a recente expansão nacional aprofundou a necessidade de profissionais qualificados, levando à criação do programa, que já chegou a 48 localidades, sendo a mais recente em São Luís (MA).

O executivo explica que os cursos são oferecidos por instituições parceiras como o Senai. Visando reter os alunos em um estrato social em que a necessidade de trabalhar muitas vezes concorre com a possibilidade de estudo, o programa também concede bolsas de estudos para despesas como deslocamento, alimentação e material didático.

Mais de 800 pessoas já passaram pelo TransFormar, sendo que cerca de 100 foram contratadas pela própria Mills.

“Quase 50% dos formados terminam o curso já trabalhando, mas em alguns locais esse índice chega a 70% ou 80%”, ressalta Racy, comentando que o programa tem foco específico em mulheres e pessoas negras, que têm mais dificuldades para conseguir emprego no país.

Visando ampliar o alcance do programa TransFormar, no ano passado a Mills passou a atrair empresas parceiras, resultando na adesão de marcas como Skyjack, Genie, Dingli e Vale.

“A cada bolsa oferecida pelos parceiros, comprometemo-nos a oferecer outras duas”, diz Racy, que visualiza um expressivo contingente de profissionais qualificados no país, porém distribuídos de forma desigual pelas diferentes regiões.

“Vários estudos mostram que, em geral, os jovens com ensino técnico têm salários maiores”, acentua.

EFETIVAÇÃO

Ainda na locação, a Armac combina programas de qualificação dirigidos à própria equipe com iniciativas destinadas a contingentes maiores de público.

Nessa segunda vertente está o programa EducArmac, que disponibiliza cursos para formação de auxiliar de mecânico de máquinas pesadas por meio de parceiros, além de reforçar aspectos profissionalizantes como apresentação pessoal e comunicação.

Atendendo a 110 alunos, o programa já foi oferecido na cidade de Parauapebas (PA) e na região dos municípios mineiros de São Gonçalo do Rio Abaixo e Barão de Cocais.

“Contratamos o Senai para oferecer os cursos, que depois são complementados por nossos instrutores”, conta Vivian Cristina Pacola Alves, gerente de RH da Armac.

Academia Bravos da Armac provê formação para mecânicos e operadores. Foto: ARMAC


A empresa mantém ainda a Academia Bravos, com cursos tanto para mecânicos quanto operadores – que representam cerca de 65% da equipe de 4,8 mil colaboradores.

“Na área de manutenção, há um programa de entrada para quem não tem conhecimentos nessa área, mas já está contratado e passa a ser auxiliar de manutenção”, explica Alves, referindo-se ao curso prático-teórico com duração de dois a três meses.

“Em operações nas instalações dos clientes sempre há a exigência dos nossos instrutores”, observa.

Nesse sentido, a gerente confirma o cenário de escassez de mão de obra qualificada nesse mercado. “Notamos que ainda há essa carência no país, seja porque o mercado tem fases mais aquecidas ou mesmo pela falta de investimento em qualificação”, pondera Vivian.

Mas os esforços de qualificação não se restringem à locação. Presente nos mercados de Linha Amarela e soluções portuárias, florestais e agrícolas, o Grupo Tracbel oferece cursos para formação e qualificação de técnicos de manutenção.

Já em sua 4ª edição, o programa tem duração de 7 meses e atende jovens entre 18 e 26 anos, provendo formação técnica e mecânica sem custos. A empresa, inclusive, garante que chega a pagar para que os jovens estudem e obtenham a qualificação profissional.

Cerca de 60% dos participantes das edições anteriores foram contratados pela própria empresa.

“Este ano, abrimos vagas para jovens com interesse em ingressar na área técnica de máquinas pesadas Volvo, mas que não tiveram oportunidade no mercado formal de trabalho”, comenta Lalia Albino, coordenadora de RH da divisão de máquinas pesadas da Tracbel, que nota escassez na oferta de mecânicos qualificados principalmente na Linha Amarela.

Já o programa de qualificação para técnicos em máquinas agrícolas teve início este ano. Com duração de oito meses, o curso oferece a oportunidade de efetivação em uma das 16 unidades da divisão, com contrato em regime CLT formalizado já durante a formação.

“Esses profissionais trabalham com tratores, colhedoras e colheitadeiras, entre outros equipamentos, além de tecnologias e serviços de conectividade da John Deere”, ressalta Patrícia Feijó, gerente de RH da Tracbel Agro, destacando a dificuldade de quantificar a carência atual de profissionais.

“Esse gargalo pode ser avaliado pela alta taxa de vagas e procura por profissionais, com oferta limitada de cursos técnicos na área”, argumenta.


INSTITUCIONAL
Instituto Opus já qualificou 10 mil profissionais

Por meio do Instituto Opus, a Sobratema oferece cursos para qualificação e formação de operadores de guindastes, plataformas elevatórias e máquinas da Linha Amarela, entre outros equipamentos, juntamente com cursos especializados para rigger projetista de movimentação de cargas, supervisor de içamento, sinaleiro amarrador, profissionais da área de segurança do trabalho e gestão de frotas.

Iniciativa da Sobratema, o Instituto Opus reforça a padronização normativa na formação e atualização dos profissionais. Foto: SOBRATEMA


Na maioria dos casos, os cursos são presenciais, ministrados nas instalações do Opus na cidade de São Paulo, mas também há a possibilidade de cursos in company para interessados.

Desde o ano 2000, cerca de 10 mil alunos já passaram por esses cursos, cujo conteúdo é definido de acordo com as competências necessárias para que os alunos possam atuar com eficiência e segurança nas funções para as quais serão treinados.

A falta de padronização, observa Carlos Gabos, instrutor de treinamento do Instituto Opus, é uma falha dos programas de qualificação disponíveis no setor, pois nem todas as iniciativas seguem normas internacionais e nacionais, o que potencialmente gera inconsistências na formação dos profissionais.

“O setor precisa não só de investimentos contínuos em treinamento, mas também de certificações reconhecidas, garantindo que os profissionais estejam preparados para operar equipamentos pesados com eficiência e segurança”, comenta Gabos.

Um dos profissionais que já passaram pelo instituto é a engenheira de segurança do trabalho da Vale, Daniela Aparecida Ferreira, que fez o curso de supervisor de rigging no ano passado.

Segundo ela, a experiência proporcionou avaliações mais criteriosas dos planos de rigging. “O curso aumentou o nível de percepção de riscos durante as atividades de içamento de carga”, assegura.

“Também notei que as pessoas envolvidas no processo de içamento estão mais confiantes em relação às minhas cobranças operacionais, além de sempre pedirem sugestões quando necessário.”

Já o engenheiro mecânico e projetista de rigger Sávio Abrão Silva Mendes passou inicialmente pelo Instituto Opus em 2017, quando fez um curso de formação de rigger.

Desde então, o profissional fez outros dois cursos de reciclagem e atualização, sendo o mais recente deles agora em maio.

“O curso forneceu uma base sólida de conhecimentos sobre os princípios de içamento, incluindo mecânica dos materiais, tipos de equipamentos e utilização de cada um”, enumera o atual responsável técnico da Servi-Sá Guindastes.

“Além disso, foi crucial para absorver técnicas de içamento e manuseio seguro de cargas, riscos associados ao içamento e melhores práticas para mitigá-los”, relata Mendes.


MÃO DE OBRA
Parceria inaugura centro inédito em MG

Iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) em parceria com o Grupo Inova, o Centro de Treinamento e Desenvolvimento Maurício Roscoe se propõe a formar profissionais qualificados no segmento de máquinas pesadas.

Inaugurado no início de junho em Betim (MG), o novo centro conta com 4.590 m² de área construída e mais de 13.500 m² de área livre destinada às práticas externas.

De acordo com a Fiemg, o espaço – cuja aquisição exigiu investimento de R$ 20 milhões – pode receber até 1.000 alunos por dia.

No ambiente, os estudantes têm acesso a cursos nas áreas de operação e manutenção de equipamentos, com conteúdo teórico e experiências práticas.

“Ou seja, tudo aquilo que sentimos falta no mercado vamos conseguir colocar em prática nos próximos anos por meio dessa unidade”, afirma o diretor de pós-venda do Grupo Inova, Eliel Bartels.

Instrutor de treinamentos do grupo, Emanoel Messias ressalta que o mercado de máquinas pesadas oferece ótimas oportunidades de trabalho.

“O técnico consegue ter uma profissão e construir um futuro melhor”, diz ele. “Por isso, vale a pena estudar, se profissionalizar e conquistar os objetivos.”

Centro de treinamento em MG pode receber até 1.000 alunos por dia. Foto: INOVA


Saiba mais:
Armac: https://armac.com.br
CNH Industrial: www.cnh.com
Inova: www.inovamaquinas.com.br
Instituto Opus: https://opus.org.br
Mills: www.mills.com.br
Servi-Sá Guindastes: https://servisaguindastes.com.br
Tracbel: www.tracbel.com.br
Vale: https://vale.com

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