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Revista M&T - Ed.83 - Jun/Jul 2004
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PAVIMENTAÇÃO

Porque nossas vias estão assim ?

A chamada operação "Tapa-Buraco", bastante comum principalmente em períodos pré-eleitorais nas vias urbanas e estradas, geralmente é uma solução emergencial, feita de maneira inadequada, desconsiderando os aspectos técnicos envolvidos na constituição do pavimento.

o Brasil, a malha viária pavimentada foi essencialmente construída com o emprego da pavimentação flexível. Funcional e de construção econômica em relação a muitas outras opções, o pavimento flexível é formado basicamente por camadas compactadas constituídas pela mistura de agregados minerais e materiais betuminosos onde cada camada contribui para a resistência e distribuição das tensões, resultantes do tráfego, para o terreno de função (subleito).

O pavimento destina-se a melhorar as condições de tráfego sobre uma superfície, principalmente no que se refere aos fatores de conforto, segurança e durabilidade, de forma a garantir os parâmetros mínimos de rodagem como resistência aos esforços solicitantes, resistência ao desgaste flexibilidade, impermeabilidade, drenagem, rugosidade e uniformidade, dentre outros.

As camadas empregadas em um determinado pavimento e suas especificações técnicas (constituição, espessura, densidade, índice de vazios, etc.) seguem parâmetros estabelecidos no projeto do pavimento no qual estão relacionadas a classificação da via, o tipo de trafego e as condições naturais do local de construção para resistir adequadamente aos esforços a que ele será submetido e proporcionar aos usuários os parâmetros mínimos de rodagem já citados.


A chamada operação "Tapa-Buraco", bastante comum principalmente em períodos pré-eleitorais nas vias urbanas e estradas, geralmente é uma solução emergencial, feita de maneira inadequada, desconsiderando os aspectos técnicos envolvidos na constituição do pavimento.

o Brasil, a malha viária pavimentada foi essencialmente construída com o emprego da pavimentação flexível. Funcional e de construção econômica em relação a muitas outras opções, o pavimento flexível é formado basicamente por camadas compactadas constituídas pela mistura de agregados minerais e materiais betuminosos onde cada camada contribui para a resistência e distribuição das tensões, resultantes do tráfego, para o terreno de função (subleito).

O pavimento destina-se a melhorar as condições de tráfego sobre uma superfície, principalmente no que se refere aos fatores de conforto, segurança e durabilidade, de forma a garantir os parâmetros mínimos de rodagem como resistência aos esforços solicitantes, resistência ao desgaste flexibilidade, impermeabilidade, drenagem, rugosidade e uniformidade, dentre outros.

As camadas empregadas em um determinado pavimento e suas especificações técnicas (constituição, espessura, densidade, índice de vazios, etc.) seguem parâmetros estabelecidos no projeto do pavimento no qual estão relacionadas a classificação da via, o tipo de trafego e as condições naturais do local de construção para resistir adequadamente aos esforços a que ele será submetido e proporcionar aos usuários os parâmetros mínimos de rodagem já citados.

Infelizmente os pavimentos não são, e nem poderiam ser concebidos para durar eternamente, mas por um determinado ciclo de vida, sendo que no decorrer desse período há um decréscimo natural das condições dos parâmetros de rodagem. A Influência de fatores agressivos como sobrecarga de utilização, enchentes, agressões mecânicas e até mesmo falhas estruturais de projeto e de execução da obra acentuam os processos de desgaste e produzem danos na capa asfáltica.

Se os danos da capa não forem rápida e devidamente reparados, as camadas inferiores ficam expostas a infiltração de umidade e agressões mecânicas provenientes do tráfego que provocam perda dos materiais que formam as camadas e resultam em redução da capacidade de suporte pavimento, formam deflexões que originam a ruptura do pavimento e o surgimento de buracos ou panelas.

Processos inadequados — E comum verificarmos processos inadequados na manutenção de pavimentos asfálticos danificados, que na prática resultam apenas numa melhora visual e temporária do local afetado e não numa solução definitiva do problema. Nesses trabalhos não são realizados nenhum tipo de controle tecnológico, não há preocupações com identificação da patologia do dano e consequentemente a reconstituição das camadas afetadas é inadequada, mal executada e de baixa durabilidade.

Pode-se notar que nesses processos de manutenção não são seguidas rotinas ou normas de execução que garantam uma boa qualidade dos serviços, de forma genérica áreas danificadas do pavimento (buracos e depressões) são preenchidas em sua totalidade com massa asfáltica sem a utilização de equipamentos adequados para limpeza, imprimação, espalhamento, compactação, etc. O resultado desses trabalhos são camadas com densidades inadequadas e fora das especificações que resultam em um pavimento irregular com baixa resistência aos carregamentos.

A massa asfáltica não é por si só um fator gerador de resistência na capacidade de suporte do pavimento. Uma camada de asfalto muito grossa e mal compactada, tem por consequência baixa resistência e resulta em uma superfície extremamente instável suscetível a deflexões acentuadas que produzem irregularidade e desconforto na rodagem, além de originar fissuras na superfície da capa asfáltica que permitem a percolação de água desagregando as camadas inferiores, reduzindo ainda mais a resistência do pavimento levando-o ao colapso.

Outro fator negativo resultante desse tipo de procedimento é a não homogeneidade dos materiais utilizados e a irregularidade na espessura das camadas em relação às condições originais do pavimento. Recuperadas desta forma, as camadas não distribuem adequadamente as tensões provenientes do trafego no pavimento, o que provoca concentrações de tensões e acelera ainda mais a desagregação e o colapso do pavimento.

E obvio e desnecessário dizer que esses “processos” de manutenção se mostram ineficientes e altamente onerosos, pois além de não recuperar efetiva e definitivamente os danos do pavimento, eles mesmos são fatores agressivos e destrutivos que agravam danos tornando-os cíclicos e crescentes. Numa linguagem clara e popular-' “Tapa-se buraco, o buraco retorna maior no mesmo local, tapa- se o buraco, o buraco... “É difícil imaginar a quem isso possa interessar...

Ciclo de vida multiplicado — O ciclo de vida de um pavimento flexível pode ser prolongado e multiplicado indefinidamente adotando-se um processo de conservação que contemple atividades periódicas e rotineiras. O processo de conservação não deve ser encarado como um recurso temporário, e sim como um investimento aplicado ao pavimento que permita a ele desempenhar os parâmetros de rodagem para o qual ele foi projetado. Nos reparos executados em pavimentos asfálticos deve-se considerar rotinas de procedimentos estabelecidos (Manual de Reabilitação de Pavimentos Asfálticos do DNER por exemplo) que visam a recuperação das propriedades funcionais originais do pavimento.

Deve-se reconstituir todas as camadas afetadas que tiveram as suas características alteradas, remover os materiais comprometidos e recompor as camadas danificadas com a correta substituição de materiais granulares e betuminosos devidamente compactados respeitando as especificações originais do projeto (composição das misturas, granulometria, densidades, índice de vazios, etc), com a adoção de um processo de ligação adequado que proporcione uma perfeita ligação e impermeabilização das juntas para que se obtenha uma restauração definitiva e para que o pavimento recupere sua características funcionais originais.

A densidade das misturas é um fator decisivo na qualidade dos serviços de recuperação e na durabilidade dos pavimentos flexíveis. A densidade está intimamente relacionada com a capacidade de suporte das camadas constituídas de materiais granulares, pesquisas mostram que o acréscimo de 1% no grau de compactação de uma mistura granular resulta em um aumento de 10 a 15% na capacidade de suporte.

Camadas mal compactadas resultam em um pavimento com alto índice de vazios e baixa resistência o que ocasiona grandes deformações, aparecimento de trincas, percolação de água que desagrega o pavimento, reduz sua resistência e ocasionando o colapso da estrutura.

Atualmente os projetos de pavimentação estabelecem um grau mínimo de compactação a ser alcançado nas construções de pavimentos flexíveis, normalmente definido entre 95 e 97% do ensaio Marshall independentemente do tipo de equipamento de compactação que será utilizado. Esses parâmetros devem ser obedecidos também nos processos de conservação para que os pavimentos restaurados recuperem suas características originais.

Parâmetros de vibração como frequência e amplitude são importantes nos processos de compactação vibratória, sendo que para compactação de massa asfáltica considerando fatores econômicos e índices de densidade que atualmente são exigidos, os melhores resultados são obtidos com compactadores vibratórios que operam com amplitude nominal inferior a 1mm e frequência na faixa de 50 a 70 Hz dependendo da espessura da camada compactada e do peso do equipamento.

É fundamental a utilização de equipamentos adequados no processo de compactação, rolos, placas vibratórias ou compactadores tipo sapo (estes menos adequados para o uso na capa asfáltica, mas indicado na compactação das camadas de base) proporcionam alta produtividade com baixo custo operacional. Equipamentos de compactação vibratórios de última geração trabalham com uma combinação das cargas estática e dinâmica.

A vibração transmitida ao solo reduz a força de atrito existente entre os grãos que compõe a massa asfáltica facilitando o seu reposicionamento no momento em que a massa é submetida aos esforços de compressão, isso resulta em um efeito de compactação mais efetivo o que permite reduzir o número de passadas para se obter o acabamento e o grau de compactação necessários para reconstituição do pavimento.

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