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Revista M&T - Ed.65 - Jun/Jul 2001
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Treinamento

Opus conclui primeiro curso In House para operadores iniciantes

Curso evita transferência de vícios de antigos operadores e atende exigência do mercado para certificação dos profissionais.

Operação da Tomé Engenharia e Transportes, uma das maiores locadoras do país

Programa Opus, da Sobratema, que vinha trabalhando apenas com operadores experientes, concluiu em maio passado o primeiro curso para iniciantes na operação de guindastes. A turma, composta de catorze jovens, com idades entre 21 e 23 anos, foi selecionada pela Tomé Engenharia e Transportes – uma das maiores locadoras do país com frota de mais de 500 equipamentos e veículos — entre já empregados como ajudantes e recém-contratados para a função, acrescidos de quatro treinandos vindos de outras empresas, também locadoras de equipamentos, sediadas em São Paulo e Belo Horizonte(MG).

Segundo o engenheiro Rafael Angel Mohedano, diretor de equipamentos da Tomé, o objetivo do curso foi exatamente o de formar novos operadores, "inclusive porque estamos comprando máquinas novas, investindo em equipamentos modernos e não queríamos aproveitar somente o pessoal antigo, formado na prática e, em alguns casos, com defeitos de operação cristalizados".

Iniciado em janeiro deste ano, o OPUS possui convênios com institutos de treinamento de prestígio internacional, entre eles a OETIO canadense para o desenvolvimento de cursos de formação, atualização e licenciamento de técnicos na operação de equipamentos em áreas de movimentação aérea de cargas, terraplenagem, mineração e aplicações industriais. De estrutura modular, cada curso, com carga diária de 8 horas, compreende duas semanas de ensinamentos teóricos e uma de exercícios práticos, após o que o treinando passa por uma avaliação e recebe a certificação de operador. No caso da Tomé, foram ce


Operação da Tomé Engenharia e Transportes, uma das maiores locadoras do país

Programa Opus, da Sobratema, que vinha trabalhando apenas com operadores experientes, concluiu em maio passado o primeiro curso para iniciantes na operação de guindastes. A turma, composta de catorze jovens, com idades entre 21 e 23 anos, foi selecionada pela Tomé Engenharia e Transportes – uma das maiores locadoras do país com frota de mais de 500 equipamentos e veículos — entre já empregados como ajudantes e recém-contratados para a função, acrescidos de quatro treinandos vindos de outras empresas, também locadoras de equipamentos, sediadas em São Paulo e Belo Horizonte(MG).

Segundo o engenheiro Rafael Angel Mohedano, diretor de equipamentos da Tomé, o objetivo do curso foi exatamente o de formar novos operadores, "inclusive porque estamos comprando máquinas novas, investindo em equipamentos modernos e não queríamos aproveitar somente o pessoal antigo, formado na prática e, em alguns casos, com defeitos de operação cristalizados".

Iniciado em janeiro deste ano, o OPUS possui convênios com institutos de treinamento de prestígio internacional, entre eles a OETIO canadense para o desenvolvimento de cursos de formação, atualização e licenciamento de técnicos na operação de equipamentos em áreas de movimentação aérea de cargas, terraplenagem, mineração e aplicações industriais. De estrutura modular, cada curso, com carga diária de 8 horas, compreende duas semanas de ensinamentos teóricos e uma de exercícios práticos, após o que o treinando passa por uma avaliação e recebe a certificação de operador. No caso da Tomé, foram certificados oito dos dez participantes.

Sala de aula na Tomé: apostilas, complementadas por componentes e acessórios

Seleção

Quatro dos inscritos no curso, já exerciam a função de ajudantes na Tomé, dois deles - os que obtiveram os melhores índices de aproveitamento - são inclusive filhos de antigos operadores de guindastes que, acredita Mohedano, "com certeza serão melhores que os pais e podem chegar a técnicos de movimentação de carga”. Os seis restantes foram selecionados entre alunos do SENAI, portanto, com escolaridade mínima de segundo grau. "Sempre formamos operadores práticos, que começam por máquinas pequenas, de 11,18 t. O problema é que, orientados pelo operador antigo, com pouca instrução, os vícios de operação se repetiam.

Com uma certa instrução, há maior facilidade de se assimilar a teoria, os cálculos, trigonometria, as mudanças de sistemas métricos, etc.", justificou Mohedano.

Exemplificando, o diretor lembrou que no primeiro curso do OPUS, ministrado em instalações da CNO - Construtora Norberto Odebrecht, "o nosso operador teve de fazer aulas particulares de matemática à noite". Desta vez, outros dois treinandos, já empregados da Tomé, também concordam que não foi fácil, apesar de não terem recorrido a reforços extras. “Aprendemos muito e tivemos que correr atrás", disse Joel Carneiro dos Santos, que cursa a 6ª série do 1° Grau, enquanto Reginaldo Duarte Costa, 23 anos, primeiro grau completo, para quem o curso complementou sua experiência de 4 anos como ajudante de operador, afirmou: "Tive que estudar bastante, mas foi tranquilo". Da parte de dois dos iniciantes, André Vitchcovski, 22 anos, cursando administração de empresas e Marcos Delgado, 21 anos, estudante da 2ª série do ensino médio, que nunca haviam operado um guindaste, o aprendizado foi rápido e proveitoso. "Considerando a matéria que foi dada, afirmou Delgado, nosso desempenho foi muito bom. Coisas que eu poderia levar 4 ou 5 meses para aprender, aprendi em 2 semanas, o que dá uma visão mais clara do meu trabalho na empresa agora”.

Outro problema solucionado com a formação de uma nova turma foi o da impossibilidade de disponibilizar operadores experientes durante o período do curso. “A Tomé está tendo um boom de serviços, com todas as máquinas trabalhando. Temos hoje, em torno de 24 obras e, para atendê-las, precisávamos contratar uma quantidade grande de operadores, que são escassos no mercado, ao mesmo tempo em que não podíamos parar os nossos", explicou Mohedano.

Turma de alunos: expectativa de se iniciar na carreira

A empresa possui atualmente 180 operadores para uma frota de 110 guindastes. Parte deles trabalha em regime de 2 turnos, de forma que algumas máquinas contam com dois operadores e ainda é preciso planejar a cobertura de férias e folgas. O quadro geral de pessoal é de 1200 funcionários a maioria motoristas de carretas, "caminhões-munk'', e empilhadeiras. Na área portuária, são cerca de 50 equipamentos, que também exigem operadores com credenciamento, outra vantagem do programa OPUS. "Começamos com o guindaste convencional porque algumas empresas, como siderúrgicas e a Petrobrás, por exemplo, exigem a certificação do operador. Mas, a tendência é ampliar isso também para operadores de estacas e empilhadeiras", garantiu Mohedano

Show-Room

Aulas práticas: aprendizado em condições reais

A primeira parte do treinamento foi baseado em apostilas complementadas por componentes e acessórios de guindastes. Isso facilita, disse o diretor, "para que os alunos aprendam como funcionam os cabos, manilhas, âncoras, reduções dinamômetros, enfim toda a estrutura do equipamento. Antes, nós tínhamos uma espécie de 'bê-a-bá' interno, com manuais de sinalização, segurança, enfim, muito teórico".

Já na segunda etapa, os treinandos trabalharam ao lado de operadores oficiais, como ajudantes, condição em que permanecerão até obterem a carteira de habilitação categoria "D", outra exigência da profissão. "Colocamos três guindastes à disposição dos instrutores e a turma foi dividida em três equipes: uma para o guindaste treliçado, a outra para o telescópico e a última para o caminhão munck. Os operadores se revezaram nessas três máquinas, fazendo os exercícios práticos. Foi uma semana só para esses exercícios", lembrou Mohedano. As máquinas utilizadas haviam saído da manutenção e se encontravam em fase de testes.

Para a avaliação final, foi montada uma estrutura equiparável a um "show-room", na avaliação do diretor, com direito a fitas de isolamento e demonstração da habilidade dos operadores movimentando cargas em meio a obstáculos dispostos na pista de operação. "Uma simulação muito realista do que os clientes geralmente exigem em campo", concluiu, contando que o próprio presidente da empresa, Laércio Tomé, ficou bastante entusiasmado com o nível do curso, que justificaria plenamente o custo do treinamento. Entusiasmados também ficaram os operadores antigos, que estão cobrando da empresa uma oportunidade idêntica que, garantiu Mohedano, será dada conforme a disponibilidade possível.

Outro curso da OPUS, ministrado em seguida ao de operação de guindastes, foi dirigido a encarregados de movimentação de carga que, entre outras, executam funções de sinalização, especificação de carga e do tipo de guindaste mais indicado para a operação. Depois desse, vira um de aprimoramento dos instrutores, capacitando-os a realizar reciclagens periódicas, cumprindo exigência do plano anual de treinamento interno determinado para renovação da certificação ISO 9000. "Temos hoje um instrutor que passa o conhecimento prático e, como o OPUS, trabalha com uma tecnologia moderna, vinda do Canadá, achamos bom que ele faça esse curso para aumento seus horizontes e ver o que existe lá fora em termos de treinamento, exercitando e cobrando de nosso pessoa e que eles aprenderam", explicou Mohedano.

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