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Revista M&T - Ed.67 - Out/Nov 2001
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Caminhões

Off-Roads da M&T Expo incorporam tendências mundiais na área de equipamentos

Colocando o mercado brasileiro lado a lado com o primeiro mundo dos veículos de carga e transporte, caminhões lançados na feira aliam tecnologia de ponta, produtividades maiores e busca do menor custo por tonelada.

Marcas maiores, mais rápidas e mais inteligentes ou que utilizem as tecnologias disponíveis para aperfeiçoar as ferramentas de controle e as ferramentas para a tomada de decisões, de forma a ganhar economia no custo por tonelada". Foi assim que Victor Becattini, gerente de Marketing e Vendas da P&H, representante no Brasil da norte-americana Terex, abriu sua palestra sobre as novas tendências mundiais no projeto e desenvolvimento de equipamentos de carga e transporte, durante o Congresso M&TExpo. Para atender a essas exigências, os caminhões fora-de-estrada tiveram sua capacidade de carga aumentada, ganharam sistemas embarcados de operação e monitoramento de desempenho, receberam reforço estrutural e foram equipados com caçambas de design mais funcional, fabricadas em materiais de altíssima resistência. Do lado de dentro da cabina, a conjugação de todas essas condições acabou transformando simples operadores em verdadeiros "gerentes de produção", que detêm


Marcas maiores, mais rápidas e mais inteligentes ou que utilizem as tecnologias disponíveis para aperfeiçoar as ferramentas de controle e as ferramentas para a tomada de decisões, de forma a ganhar economia no custo por tonelada". Foi assim que Victor Becattini, gerente de Marketing e Vendas da P&H, representante no Brasil da norte-americana Terex, abriu sua palestra sobre as novas tendências mundiais no projeto e desenvolvimento de equipamentos de carga e transporte, durante o Congresso M&TExpo. Para atender a essas exigências, os caminhões fora-de-estrada tiveram sua capacidade de carga aumentada, ganharam sistemas embarcados de operação e monitoramento de desempenho, receberam reforço estrutural e foram equipados com caçambas de design mais funcional, fabricadas em materiais de altíssima resistência. Do lado de dentro da cabina, a conjugação de todas essas condições acabou transformando simples operadores em verdadeiros "gerentes de produção", que detêm o controle absoluto e total de suas máquinas.

Nos corredores da feira, não foi nada difícil identificar exemplos claros dessas afirmações, principalmente diante de modelos como o H325, resultado da aliança tecnológica entre a fabricante japonesa e a Randon Veículos, do grupo Randon e do A35, um dos protagonistas do show de máquinas da Volvo. Outro destaque ficou por conta da caçamba projetada pela TCP, com base em tecnologia francesa, e fabricada em aços especiais que dispensam a necessidade de reforços ou revestimentos adicionais.

Komatsu Brasileiro

Inteiramente intercambiável com o H325 japonês, o modelo lançado durante a M&T Expo guarda, segundo Astor Milton Schmitt, diretor corporativo da Randon Participações e gerente geral da Randon Veículos, as mesmas especificações e características. Entre estas, estão a capacidade de carga de 40 ton (36,5 mil kg), o motor Komatsu SAA6D140E, com potência bruta de 508 HP e líquida no volante de 488 HP e o tempo de basculamento da caçamba de 10 s.

"Por isso, sua implantação no Brasil foi relativamente fácil, já que se trata de um produto de série no Japão, um projeto mundial onde nada de novo foi inventado", explica, admitindo por outro lado que, "ao ser montado aqui, é óbvio que foram respeitadas necessidades, características e o ambiente de trabalho brasileiros".

Tanto Randon quanto Komatsu evitaram especulações sobre sua parceria durante todo o desenvolvimento do projeto de nacionalização do H325, inclusive mantendo em segredo a data de seu lançamento. Ainda assim, Schmitt afirma que "nos impressiona o impacto causado, embora tenha comigo que a surpresa e, de certa forma, a perplexidade causada por essa iniciativa aqui na feira, decorra não somente do produto que estamos apresentando, mas do sentido da união de nomes como o da Randon, empresa líder desse nicho de mercado no Brasil e em países vizinhos e o da Komatsu, um líder mundial na área de construção".

Resultado, como definiu, de "uma conversação realizada por um tempo que já podemos chamar de anos, no plural", o diretor reconhece a importância estratégica desse "programa de cooperação tecnológica e de mercado" para as duas fabricantes. "Nossa percepção clara é de que estamos sendo um instrumento importante de introdução dos caminhões Komatsu no Brasil, dando a eles uma "cara" brasileira, enquanto para a Randon isso significa estarmos ao lado de uma marca de altíssima reputação", considerou.

O grupo Randon projeta para este ano uma receita bruta total de mais R$ 850 milhões, contra R$ 818 milhões registrados em 2000. "A despeito de todo o clima de apreensão, com os acontecimentos recentes nos Estados Unidos, com as dificuldades internas a nível político e da crise energética, este ano foi certamente muito bom para nosso grupo e estamos bastante satisfeitos. Independente das crises, nosso negócio tem vínculos muito importantes com alguns setores, principalmente o de produção primária, agricultura, energia e mineração, entre outros, onde a expansão da produção se reflete diretamente em nosso segmento", justificou.

Roubando a Cena

Lançado mundialmente pela Volvo Construction Equipment South America no primeiro semestre deste ano, o caminhão articulado A35D já chegou na M&T Expo com o prêmio "Red Dot Award", conferido recentemente pela publicação "Design Innovation Yearbook 2001", em razão de seu design inovador. Segundo o júri, que avaliou 1500 concorrentes, "o projeto resulta em linhas simples, influenciado pela busca de melhor custo por tonelada transportada, promovendo garantia de segurança e conforto aos operadores".

Mas, além das linhas arredondadas e mais aerodinâmicas, o A35 é também um caminhão ágil, de alta manobrabilidade, estável e "inteligente". Sucessor do A35C, o modelo reúne inovações como a maior capacidade de carga, ciclos de operação mais curtos e maior disponibilidade decorrente da eliminação de lubrificações diárias e semanais para todos os pontos de lubrificação SAE, já que os níveis de fluídos são verificados através do painel de instrumentos.

Já o monitoramento de todos os componentes de seu trem de força é executado por cinco computadores que acompanham a operação do veículo, analisam seu regime de rotação e velocidade e, a partir disso, aplicam a marcha mais adequada através da transmissão automática.

Durante o show de máquinas apresentado no estande da Volvo, esse conjunto de características ficou bastante evidente quando o caminhão acelerou sua velocidade para escalar uma pilha de terra parando, contra todas as expectativas do público assistente, a poucos centímetros da também nova carregadeira de rodas A220, que subia pelo outro lado. Não bastasse, manteve-se firme e imóvel ao impacto da pá durante o carregamento.

A grandiosidade do evento é uma estratégia confirmada pelo presidente da Volvo, Yoshio Kawakami: "É a menor forma de desenvolver e solidificar a imagem da empresa no setor de equipamentos, conquistando credibilidade a longo prazo", afirma.

A fabricante já detém cerca de 16% do mercado de equipamentos em toda a América Latina e projeta vendas de 826 máquinas para este ano, a maioria com índice de nacionalização de 60%. Entre elas, também figura o A35, que já está sendo fabricado na unidade de Pederneiras, em São Paulo.

Diesel-Elétricos

Os "computadores de bordo" do A35 são um bom exemplo, também, de outra afirmação de Becattini: a de que "a tecnologia embarcada para auxiliar a manutenção, ou seja, o uso da tecnologia de informação integrada, com a transmissão dos dados diretamente da máquina em campo, fazendo o monitoramento contínuo de seu desempenho, acaba transformando o operador em um gerente de produção dentro da máquina."

Segundo ele, softwares específicos também foram adotados no desenvolvimento da estrutura do equipamento, com o objetivo de diminuir o peso morto e ajustar a tensão entre as partes e já há, com relação aos sistemas elétricos atualmente utilizados todo um direcionamento para sua substituição por controles digitais.

Também se consolida, em sua opinião, a aprovação da performance operacional dos caminhões diesel-elétricos, em relação aos caminhões mecânicos, principalmente em função da eliminação da transmissão e diferencial e do funcionamento com corrente alternada (sistema AC). "Os caminhões chamados mecânicos necessitam de maiores intervenções ou manutenções preventivas, com um maior custo por tonelada transportada. Já no sistema de corrente alternada, as rodas trabalham de forma independente, contrário da corrente contínua (sistema DC) que exige um sincronismo perfeito entre as rodas dos caminhões mecânicos."

Citando a operação de um caminhão diesel- elétrico em uma mina de ferro nos Estados Unidos (EUA), ele afirmou que foi registrada uma disponibilidade de 8135 horas no ano, recorde para um equipamento de mineração. Já em uma mina de mina de granito também nos EUA, o modelo, comparado ao mecânico, garantiu uma economia maior por reduzir as paradas de manutenção, uma maior produtividade, em função da maior velocidade, e conseqüente menor custo por tonelada transportada.

A P&H concretizou, neste ano, a venda de 20 caminhões fora-de-estrada Unit Rig, modelo MT4400, com capacidade de carga de 260 ton, motor MTU/Detroit Diesel, de 2.500 HP, alternador e rodas elétricas da GE e caçamba de 144 m3, para as minas da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em Itabira (MG) e Carajás (PA).

A montagem dos equipamentos, cuja entrega foi iniciada em julho através de lotes mensais com 4 unidades cada, está a cargo da P&H e da Terex Mining e o suporte pós-venda será dado por uma equipe exclusiva da P&H.

Tecnologia Francesa

Maior disponibilidade e durabilidade e custos menores também pautaram, segundo Júlio César Ribeiro dos Santos, gerente industrial da TCT o projeto da nova caçamba para operações de mineração e construção, apresentada na M&T Expo.

Utilizando tecnologia patenteada pela empresa francesa DPPM Bennes-Guillaume, a caçamba tem design em forma de "U", para facilitar o escoamento do material durante a descarga e é fabricada com aços especiais de altíssima resistência, importados da França, com espessuras entre 5 ou 6 mm que, por suas características dispensam o uso de reforços ou revestimentos adicionais.

Como diferenciais principais em relação a outras marcas existentes no mercado, Santo aponta a redução de seu peso em cerca de 3 mil kg, o que lhe permite transportar mais carga útil e menor peso morto e o centro de gravidade mais baixo em 300 mm, dando melhor dirigibilidade. A estabilidade maior do veículo durante o basculamento é obtida em função de não ocorrer a agregação de material no fundo da caixa e, ainda, pela eliminação da tampa na parte traseira, que resulta em uma altura menor de levantamento na hora de descarga", acrescenta.

O produto foi testado durante a construção da Hidrelétrica de Machadinho em Santa Catarina, por 3 anos, em condições de trabalho severo, transportando rochas necessárias à execução da Barragem. "Os resultados apontaram que essa caçamba transportou cerca de 2m3 a mais que as caçambas heavy-Duty e teve também um melhor desempenho durante a operação, inclusive com aumento da vida útil do conjunto caminhão/caçamba em 2000 horas", conta.

A TCT, que lidera o segmento de carrocerias blindadas para transporte de valores, resolveu diversificar sua atuação, incorporando linhas de produtos "com tecnologia de ponta e ótima qualidade", explicou Santos. No caso da caçamba, 98 unidades já foram adquiridas pela Construções e Comércio Camargo Corrêa, para utilização na construção das hidrelétricas de Campos Novos e Barra Grande nos estados de Rio grande do Sul e Santa Catarina.

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