Administrar uma frota própria de mais de 5.000 equipamentos pesados, distribuídos em canteiros de obras por todo o Brasil e até mesmo no exterior, requer uma estrutura afinada, composta por profissionais qualificados e ferramentas adequadas para o cumprimento das políticas da empresa em termos de aquisição, manutenção e procedimentos operacionais. A experiência da Construtora Norberto Odebrecht, a maior do setor no Brasil e América Latina, demonstra que essa tarefa pode ser otimizada com o aproveitamento da eletrônica embarcada dos equipamentos.
A união desse recurso com a tecnologia de transmissão de dados via satélite ou rede celular, que viabiliza o acompanhamento em tempo real dos sinais vitais das máquinas, possibilitou a implantação de um sistema de monitoramento remoto que já cobre uma parcela considerável da frota da construtora. Segundo Afonso Mamede, diretor de equipamentos da Odebrecht, o sistema já está implantado para o rastramento de 1.250 caminhões e 1.900 equipamentos fora de estrada. “Ele vem proporcionando ganhos consideráveis nos custos de manutenção, bem como na
Administrar uma frota própria de mais de 5.000 equipamentos pesados, distribuídos em canteiros de obras por todo o Brasil e até mesmo no exterior, requer uma estrutura afinada, composta por profissionais qualificados e ferramentas adequadas para o cumprimento das políticas da empresa em termos de aquisição, manutenção e procedimentos operacionais. A experiência da Construtora Norberto Odebrecht, a maior do setor no Brasil e América Latina, demonstra que essa tarefa pode ser otimizada com o aproveitamento da eletrônica embarcada dos equipamentos.
A união desse recurso com a tecnologia de transmissão de dados via satélite ou rede celular, que viabiliza o acompanhamento em tempo real dos sinais vitais das máquinas, possibilitou a implantação de um sistema de monitoramento remoto que já cobre uma parcela considerável da frota da construtora. Segundo Afonso Mamede, diretor de equipamentos da Odebrecht, o sistema já está implantado para o rastramento de 1.250 caminhões e 1.900 equipamentos fora de estrada. “Ele vem proporcionando ganhos consideráveis nos custos de manutenção, bem como na segurança e produtividade da operação”, diz Mamede.
Vale ressaltar que a construtora opera com cerca de 5.400 equipamentos próprios e 5.900 locados, o que permite vislumbrar uma expansão na cobertura do sistema. Mamede explica que a própria implantação dessa ferramenta foi em etapas, começando com o sistema de monitoramento remoto Íris, voltado para os caminhões da Scania. “Aos poucos fomos agregando sistemas de outros fabricantes.” Por esse motivo, ele explica que uma empresa interessada em ser fornecedora da Odebrecht precisa abrir o código fonte de seu respectivo sistema eletrônico.
Ganhos com o sistema
Atualmente, o sistema de monitoramento remoto da Odebrecht, que integra as ferramentas disponibilizadas pelos fabricantes, reúne o Íris, o CareTrack (equipamentos de terraplenagem da Volvo), o Komtrax (máquinas da Komatsu), ProductLink (linha da Caterpillar) e San Remo (carretas de perfuração). Além disso, outras ferramentas de monitoramento remoto se encontram em fase de desenvolvimento ou implantação para o acompanhamento de máquinas como guindastes, rolos compactadores, centrais de britagem, tuneladoras e sistemas de pesagem dos equipamentos.
Nessa trajetória, além da integração dos diferentes sistemas ao ambiente criado, a construtora precisa realizar uma extensa negociação junto aos fabricantes para que seus sistemas eletrônicos sejam abertos – o que gera informações para a concorrência. Devido ao volume de aquisições da construtora, entretanto, que figura como maior compradora de máquinas para construção do país, ele tem conseguido impor essa necessidade aos fornecedores. E esse esforço vem se mostrando importante para a produtividade e lucratividade das operações.
“Em Angola, onde contamos com cinco salas para monitoramento remoto da frota em diferentes obras, o índice de acidentes com caminhões caiu 90% e as infrações cometidas pelos operadores, que totalizavam oito incidências a cada hora, foi reduzida para uma por hora”, diz Mamede. As incidências às quais ele se refere são situações nas quais o operador do caminhão excede a velocidade estabelecida no canteiro ou rodovia, arranha a troca de marcha, opera fora da rotação indicada para o motor ou usa o pedal da embreagem para “descansar o pé”, entre outras ocorrências.
Ao permitir a coleta de dados relacionados a motor, transmissão e outros subconjuntos, por meio de sensores instalados nas máquinas, o sistema também ajuda a promover maior capacitação dos operadores, inclusive com premiação aos mais eficientes e programação de cursos de reciclagem para aqueles com maior incidência de falhas. Ao assegurar uma operação correta, o sistema também contribui para a maior produtividade da operação e redução dos custos de manutenção.
“A redução de custos supera a faixa de 10% e, no caso de Angola, o monitoramento dos caminhões resultou numa economia mensal de R$ 400 mil apenas com pneus”, diz Mamede. Isso porque a frota em questão, que antes exigia a troca de 30 pneus por dia, teve esse índice reduzido a dois por dia. Além disso, ao ser operado de forma correta, dentro dos limites de velocidade determinados e na melhor faixa de rotação do motor, o equipamento apresenta uma economia de 10% no consumo de combustível.
Investimentos na frota
Responsáveis por cerca de 30% do faturamento do grupo Odebrecht, que foi de US$ 42 bilhões no ano passado, os negócios na área de construção da empresa contam com uma carteira de cerca de 180 contratos no mundo, totalizando US$ 32 bilhões, dos quais 50% são na América Latina. Esses números transformam a empresa na maior construtora da América Latina e, para suprir sua demanda nos canteiros de obras, ela também figura como importante cliente da indústria de equipamentos para construção. Segundo Mamede, desde 2004, a empresa investiu US$ 1,5 bilhão em sua frota de equipamentos.
“Não compramos pelo preço, mas sim pela qualidade do equipamento e suporte oferecido pelo fornecedor”, afirma Mamede. Ele ressalta que a negociação comercial só prossegue após a análise técnica determinar que o equipamento oferecido atende às necessidades da empresa. Para isso, a Odebrecht realiza até mesmo inspeções na linha de produção dos fabricantes. “A empresa tem que entregar até mesmo um plano de içamento para a mobilização da máquina no canteiro”, completa Paulo Oscar Auler Neto, superintendente de aquisição de equipamentos da Odebrecht.
Na linha inversa, a substituição da máquina, os critérios de custo assumem papel preponderante. Ao final de uma obra, se o equipamento não tiver um destino definido para outro contrato, ele automaticamente é colocado a venda, esteja ou não com o horímetro na faixa indicada para substituição. Esse procedimento evita que a empresa acumule ativo fixo e custos com equipamento improdutivo. “Nossa frota se renova automaticamente, diante da necessidade das obras”, pondera Mamede.
Obviamente, um equipamento próximo do ponto de substituição não é encaminhado para um grande projeto em fase inicial, mesmo considerando que em todos os seus deslocamentos foram cumpridas as normas de manutenção preventiva estabelecidas pela empresa. Mas a aquisição de uma nova unidade, seja pela compra ou locação da máquina, será definida em função da melhor lucratividade e retorno ao investimento para a empresa.
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