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Revista M&T - Ed.19 - Set/Out 1993
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PERFIL

O JEITINHO JAPONÊS NO BRASIL

Acompanhando de perto o desenvolvimento do mercado de equipamentos pesados desde 1972, Valdemar Shinhiti Suguri, da Komatsu do Brasil S./4., é o entrevistado desta edição. Participaram da entrevista membros da diretoria da SOBRATEMA e o diretor-presidente da Komatsu, Norimichi Kitagawa

O engenheiro Valdemar Suguri, 44 anos, já completou a maioridade dentro da Komatsu do Brasil S.A. Ele ingressou na empresa em 1972 “com a intenção de fazer alguns meses de estágio" e acabou trabalhando em todos os setores, à exceção da fábrica. Hoje ele ocupa o cargo de diretor comercial e espera - seguindo a tradição dos profissionais japoneses - aposentar-se na companhia em que já dedicou 21 anos de sua carreira. Casado e pai de dois filhos, este paulista de Miguelópolis fala à M&T sobre o mercado de equipamentos pesados, planos da Komatsu, Fórmula 1 e, claro, do Japão.
M&T - Como estão as vendas da Komatsu?
VS - Têm melhorado bastante. Durante este ano, a economia vem apresentando sinais de melhora. Mas nossa participação no mercado continua nos mesmos níveis; os tratores de esteiras participam em 33%, as escavadeiras em 40%, motoniveladoras em 25% e as pás-carregadeiras em 30%, em sua classe.
M&T- Existem muitos fabricantes de equipamentos pesados se unindo. Como o senhor avalia esta tendência?
VS - Há 20 anos muitas empresas fabricavam apenas um produto. Mas a demanda de equipamentos de construção diminuiu e a quantidade de fabricantes tornou-se exagerada, fabricação de um item passou a não justificar investimentos em desenvolvimento e pesquisa de novos produtos. Por isso, as empresas começaram a juntar-se para formar uma linha de produtos que viabilizasse o crescimento de todas. Hoje existem muitas companhias que para dar continuidade a um produto, ou lançar um novo, precisaram se unir. Para competir neste mercado é necessário ter tecnologia. Daí vem a explicação para o fato de empresas menores produzirem p


Acompanhando de perto o desenvolvimento do mercado de equipamentos pesados desde 1972, Valdemar Shinhiti Suguri, da Komatsu do Brasil S./4., é o entrevistado desta edição. Participaram da entrevista membros da diretoria da SOBRATEMA e o diretor-presidente da Komatsu, Norimichi Kitagawa

O engenheiro Valdemar Suguri, 44 anos, já completou a maioridade dentro da Komatsu do Brasil S.A. Ele ingressou na empresa em 1972 “com a intenção de fazer alguns meses de estágio" e acabou trabalhando em todos os setores, à exceção da fábrica. Hoje ele ocupa o cargo de diretor comercial e espera - seguindo a tradição dos profissionais japoneses - aposentar-se na companhia em que já dedicou 21 anos de sua carreira. Casado e pai de dois filhos, este paulista de Miguelópolis fala à M&T sobre o mercado de equipamentos pesados, planos da Komatsu, Fórmula 1 e, claro, do Japão.
M&T - Como estão as vendas da Komatsu?
VS - Têm melhorado bastante. Durante este ano, a economia vem apresentando sinais de melhora. Mas nossa participação no mercado continua nos mesmos níveis; os tratores de esteiras participam em 33%, as escavadeiras em 40%, motoniveladoras em 25% e as pás-carregadeiras em 30%, em sua classe.
M&T- Existem muitos fabricantes de equipamentos pesados se unindo. Como o senhor avalia esta tendência?
VS - Há 20 anos muitas empresas fabricavam apenas um produto. Mas a demanda de equipamentos de construção diminuiu e a quantidade de fabricantes tornou-se exagerada, fabricação de um item passou a não justificar investimentos em desenvolvimento e pesquisa de novos produtos. Por isso, as empresas começaram a juntar-se para formar uma linha de produtos que viabilizasse o crescimento de todas. Hoje existem muitas companhias que para dar continuidade a um produto, ou lançar um novo, precisaram se unir. Para competir neste mercado é necessário ter tecnologia. Daí vem a explicação para o fato de empresas menores produzirem para as maiores que a detém.
M&T- A distância tecnológica entre a matriz japonesa e a filial brasileira é grande?
VS - Não. Os avanços dos meios de comunicação e da informática eliminaram esta distância. Hoje, estamos “on line” com a matriz.
M&T- Entre os equipamentos pesados japoneses, a escavadeira hidráulica se destaca pela alta tecnologia e grande aceitação no Japão. Por quê?
VS - O Japão investiu muito em escavadeiras, tornando-as um equipamento sofisticado. Existem 11 companhias fabricando este produto. O primeiro motivo é que o país é pequeno, tem muitas obras de pequeno porte, dos mais variados tipos. Portanto, os empreiteiros buscam uma máquina versátil, que dê conta de todos os serviços. A maioria das construtoras japonesas possuem apenas escavadeiras. Outra razão é o espaço reduzido em que as máquinas têm de operar. Além de pequeno, o Japão tem 130 milhões de habitantes. Como a escavadeira não requer uma grande área para trabalhar, adapta-se melhor às condições das obras japonesas.
M&T- Qual o próximo lançamento da Komatsu?
VS - Pretendemos ampliar a linha de pás-carragadeiras e de escavadeiras. Claro que estes planos dependem da situação econômica do País. Mesmo com a crise, continuamos investindo e lançando produtos de última geração, mas é preciso considerar que o mercado brasileiro está retraído. O que nos incentiva a prosseguir, é saber que existem construtoras brasileiras com nível internacional, que avaliam não só os preços, mas também a qualidade de nossos produtos.
M&T- Qual a importância da implantação ISO 9000 na Komatsu brasileira?
VS - Além de trazer benefícios para a operação interna, a ISO 9000 facilita nossas exportações para a Europa, Estados Unidos e Japão, que são mercados que exigem esta certificação. Exportamos componentes fundidos e nos certificamos neste setor da empresa. A certificação da parte de equipamentos sai até o final deste ano.
M&T - Quanto da produção é destinado às exportações?
VS - Atualmente exportamos cerca de 40% do que produzimos. Objetivamos reduzir este número para 20 ou 30% e destinar o restante às vendas domésticas. Estamos no Brasil para atender ao mercado brasileiro, mas a exportação é uma forma de conseguirmos divisas e o País precisa desta contribuição. A exportação é um estímulo para aumentarmos o nível dos nossos equipamentos. Temos que importar, agregar novidades e exportar. Isto possibilita o melhoramento do produto fornecido ao mercado interno.
M&T - Por que a Komatsu resolveu fornecer suporte à Fórmula 1?
VS - Aplicar a tecnologia Komatsu em Fórmula 1 é um modo de demonstrarmos nossa capacidade O mesmo de quando fizemos o primeiro trator anfíbio do mundo. No caso da Lotus, apoiamos através do fornecimento de suspensão ativa, sensores eletrônicos e transmissões automáticas. Garanto que, se esta equipe não melhorou seu desempenho, não foi por falha nos sensores, na transmissão ou na suspensão.
M&T - A empresa tem uma política de marketing discreta. Por quê?
VS - Quando chegamos ao Brasil fizemos muita propaganda e percebemos que isto embasa a imagem da empresa a curto prazo. A longo prazo é preciso usar outras armas. E aí entra o jeito japonês de encarar desafios. Para atingir os objetivos e superar as adversidades, a empresa optou por canalizar sua energia em atividades que tragam resultados mais sólidos. Estamos melhorando a fábrica e investindo em facilidades de projetos. Até porque, para atender às necessidades do mercado, no momento, não é preciso fazer divulgação. Esta será maior quando a situação brasileira for mais favorável.
M&T- Quais são os planos da Komatsu a longo prazo?
VS - Ambicionamos ser fabricantes “full line". No ramos de equipamentos, fabricantes, construtores e distribuidores formam uma sociedade na qual cada um tem suas responsabilidades. Mas todos se abastecem da mesma fonte: obras. Portanto, nossa parte é fornecer o melhor produto, de alta qualidade, e acompanhar o distribuidor para que ele ofereça o melhor suporte possível, e torne viável a execução de uma obra.
M&T - Qual sua opinião sobre o trabalho da SOBRATEMA?
VS - A SOBRATEMA conseguiu colocar fabricantes, construtores e distribuidores em contato permanente e estimulou a troca de ideias no setor. A participação da Komatsu na SOBRATEMA tornou, inclusive, mais fácil a comercialização de nossos produtos. Ficamos mais próximos do comprador e isto é muito importante.

GABRIELA GARCIA

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