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Revista M&T - Ed.256 - Agosto 2021
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Editorial

O futuro das tecnologias de armazenamento de energia

“O lítio é apenas um dos estágios iniciais da transição para as energias renováveis, pois até 2050 devem surgir novas tecnologias, como a queima de hidrogênio em turbinas ou sistemas de armazenamento de longa duração baseados em zinco.”

Com a atual ênfase da indústria OEM em equipamentos elétricos, a demanda por lítio tem crescido em um ritmo sem precedentes e deve aumentar ainda mais nos próximos anos. De fato, o inevitável avanço das soluções elétricas pode fazer deste mineral uma das commodities mais estratégicas do planeta, exigindo multiplicar por dez a produção atual para evitar o desabastecimento.

Nesse quadro, muitos já se perguntam o que pode acontecer com o preço das baterias baseadas nessa tecnologia, ante à inevitável disparada da demanda do metal mais leve disponível na Terra. Essa tensa expectativa faz todo sentido, ainda mais em um cenário de dificuldades na exploração e ineficiência na produção, o que empurra os preços do mineral para cima.

As estimativas apontam que a reserva mundial de lítio seja de 13 milhões de toneladas. Na América do Sul, há um local conhecido como “Triângulo de Lítio”, que se estende do norte do Chile e da Argentina ao sul da Bolívia, com reservas abundantes, responsáveis por 60% do lítio produzido anualmente no mundo. A Austrália e a China, juntas, têm mais 30% das reservas glo


Com a atual ênfase da indústria OEM em equipamentos elétricos, a demanda por lítio tem crescido em um ritmo sem precedentes e deve aumentar ainda mais nos próximos anos. De fato, o inevitável avanço das soluções elétricas pode fazer deste mineral uma das commodities mais estratégicas do planeta, exigindo multiplicar por dez a produção atual para evitar o desabastecimento.

Nesse quadro, muitos já se perguntam o que pode acontecer com o preço das baterias baseadas nessa tecnologia, ante à inevitável disparada da demanda do metal mais leve disponível na Terra. Essa tensa expectativa faz todo sentido, ainda mais em um cenário de dificuldades na exploração e ineficiência na produção, o que empurra os preços do mineral para cima.

As estimativas apontam que a reserva mundial de lítio seja de 13 milhões de toneladas. Na América do Sul, há um local conhecido como “Triângulo de Lítio”, que se estende do norte do Chile e da Argentina ao sul da Bolívia, com reservas abundantes, responsáveis por 60% do lítio produzido anualmente no mundo. A Austrália e a China, juntas, têm mais 30% das reservas globais, enquanto os EUA têm outros 17%, embora contribuam com apenas de 2% do fornecimento global.

Ocorre que, mesmo que seja relativamente abundante, coletar e concentrar o mineral em uma forma comercialmente viável é um processo bastante complexo. Por meio de bombeamento das fontes, tanques de evaporação e precipitação por eletrólise, o laborioso método padrão precipita o lítio puro a partir de cloreto de lítio fundido (LiCL), em um ambiente isento de água e ar.

Todavia, segundo Teague Egan, CEO da EnergyX, empresa de energia sustentável que atua na extração de lítio, a produção a partir da tradicional mineração de rochas – a palavra lítio vem de “lithos”, termo grego para “pedra” – ou extração de bacias salinas de origem vulcânica é capaz de recuperar apenas 30% do lítio disponível.

Como destaca o especialista, citado em artigo da Association of Equipment Manufacturers (AEM), métodos mais aperfeiçoados podem viabilizar a produção de lítio em escala industrial, ao recuperarem cerca de 90% do material extraído, levando a uma maior eficiência de custos na indústria. Não menos importante, também há uma questão ambiental envolvida, no sentido de como tratar o descarte (engenharia reversa) das baterias.

Mas o lítio é apenas um dos estágios iniciais da transição para as energias renováveis. De acordo com Zachary Kuznar, diretor da mais que centenária Duke Energy, até 2050 devem surgir novas tecnologias, como a queima de hidrogênio em turbinas ou sistemas de armazenamento de longa duração.

Por enquanto, uma alternativa que já tem sido pesquisada inclui um sistema de baterias baseado em zinco, assim como baterias de fluxo, que podem ajudar a resolver o problema de armazenamento de eletricidade (no caso, como energia química) e, enfim, viabilizar a descarbonização completa do setor. Boa leitura.

Silvimar Fernandes Reis
Presidente do Conselho Editorial

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