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Revista M&T - Ed.145 - Abril 2011
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Pavimentação

O fim do corpo de prova

Tecnologias de monitoramento racionalizam a compactação de solos e asfaltos com redução nos custos e no prazo de execução da obra

Sem sair da cabine, o operador do rolo vibratório acompanha em tempo real, por meio do monitor de controle do equipamento, qual o nível de compactação atingido e quantas passadas precisa executar para concluir o serviço. A tecnologia, que simplifica os trabalhos de compactação de solos e massa asfáltica, já está disponível para as empresas especializadas nesses tipos de obras, apesar de pouco utilizada no Brasil. Ela faz parte do portfólio de opcionais oferecido pelos fabricantes do setor, para a maior produtividade nos canteiros de obras, e promete transformar a coleta de corpos de prova em coisa do passado.

O compactômetro pode ser considerado o coração dos sistemas de monitoramento de compactação de solo e de asfalto. Ele é responsável por avaliar se o nível de compactação estipulado em projeto está sendo alcançado. “Esse sistema já se transformou em um dos opcionais mais comuns nos rolos compactadores de um cilindro”, adianta Clauci Mortari, diretor de vendas da Ciber, que comercializa e fabrica os equipamentos da marca Hamm no Brasil.

Segundo o especialista, a empresa já di


Sem sair da cabine, o operador do rolo vibratório acompanha em tempo real, por meio do monitor de controle do equipamento, qual o nível de compactação atingido e quantas passadas precisa executar para concluir o serviço. A tecnologia, que simplifica os trabalhos de compactação de solos e massa asfáltica, já está disponível para as empresas especializadas nesses tipos de obras, apesar de pouco utilizada no Brasil. Ela faz parte do portfólio de opcionais oferecido pelos fabricantes do setor, para a maior produtividade nos canteiros de obras, e promete transformar a coleta de corpos de prova em coisa do passado.

O compactômetro pode ser considerado o coração dos sistemas de monitoramento de compactação de solo e de asfalto. Ele é responsável por avaliar se o nível de compactação estipulado em projeto está sendo alcançado. “Esse sistema já se transformou em um dos opcionais mais comuns nos rolos compactadores de um cilindro”, adianta Clauci Mortari, diretor de vendas da Ciber, que comercializa e fabrica os equipamentos da marca Hamm no Brasil.

Segundo o especialista, a empresa já disponibiliza tecnologias capazes de medir também a densidade do solo durante a compactação e a temperatura do asfalto no momento das passadas, entre outros parâmetros. “Essas informações são enviadas por GPS (sistema de posicionamento global) para um escritório ou a cabine do equipamento, onde o operador tem acesso a elas por meio de uma tela LCD.” Mortari salienta que, apesar dos benefícios proporcionados pelo sistema, ele ainda é pouco adotado no Brasil, marcando presença em cerca de 2% a 3% dos rolos compactadores encomendados no ano passado.

Luiz Lemos, responsável pela divisão Dynapac na Atlas Copco, confirma a baixa adoção de tecnologias de monitoramento de compactação no Brasil, mas adverte que os sistemas estão evoluindo cada vez mais e que já há equipamentos com essas soluções operando em grandes obras de infraestrutura no Brasil. Como exemplo, ele cita o projeto da Ferrovia Transnordestina, onde a Construtora Norberto Odebrecht utiliza quatro rolos compactadores com sistema de monitoramento.

Compactação inteligente
“Essas tecnologias têm evoluído gradativamente na Dynapac, motivo pelo qual avaliamos que elas estejam atualmente numa segunda geração”, pondera Lemos. Ele explica que os primeiros sistemas de monitoramento calculavam o nível de compactação a cada metro quadrado e as informações somente eram transferidas a um notebook por cabo ou pen drive. “Além de servir como parâmetro para programar a quantidade de passadas necessárias, esses dados são a documentação do serviço e servem de respaldo técnico para os empreiteiros na hora de demonstrar para os clientes a qualidade da compactação realizada.”

Já o que Lemos considera como a segunda geração, ou compactação inteligente, envolve não somente a análise do nível de compactação em cada trecho, mas também o gerenciamento da operação. “A compactação inteligente avalia a dureza do solo durante a compactação e, de acordo com os resultados de cada trecho, a amplitude de vibração do rolo é aumentada ou diminuída, podendo até ser anulada, caso apresente a compactação necessária.” De acordo com o especialista, quanto mais racionalizada for a amplitude de compactação, menor será o consumo de combustível do equipamento.

Nos equipamentos produzidos pela Bomag, cuja comercialização em alguns estados brasileiros é feita pela Brasif Máquinas, há a disponibilidade de monitoramento de compactação com sistemas que adotam desde a simples indicação analógica da resistência adquirida pelo solo durante a compactação, até as soluções completas, que gerenciam eletronicamente esses dados e calculam o ganho de resistência de cada metro quadrado em compactação.

“Essas informações podem ser especificadas manualmente no sistema da máquina ou automaticamente, através das indicações do GPS”, diz Rubens Brito, gerente da divisão Bomag na Brasif Máquinas. “O Asphalt Manager, versão do sistema para pavimentação, agrega ainda o monitoramento da temperatura do asfalto durante a compactação”, ele complementa. De acordo com Brito, os dados obtidos são indicados ao operador através de um monitor e podem ser impressos em forma de relatório ou transferidos para gerenciamento por um computador externo por meio de cabo, pen drive ou transmissão via redes de telefonia celular ou GPS.

Ação e reação
Segundo o especialista da Brasif, o sistema da Bomag se baseia na resposta do solo em relação à energia aplicada durante a compactação. “Quanto maior a reação do solo ao golpe aplicado, maior é a compactação”, ele exemplifica. Dessa forma, o nível de compactação especificado em projeto pode ser registrado previamente no sistema, que fará automaticamente a regulagem de energia aplicada pelo equipamento e interromperá sua aplicação quando aquele índice for atingido.

Quando o assunto é a vantagem de utilizar essas tecnologias, Brito é enfático: “Se em determinado trecho foram dadas quatro passadas ao invés de cinco, porque o sistema de monitoramento mostrou que não havia necessidade desse ciclo adicional, significa que a tecnologia gerou economia de 20% com uma compactação mais homogênea, pois o sistema aplica a energia na intensidade necessária em toda a área de trabalho”. Ele acrescenta que o número de passadas normalmente é pré-estabelecido em pistas experimentais que não contemplam, com exatidão, cada metro quadrado das áreas que serão compactadas, como fazem os sistemas de monitoramento em tempo real.

Lemos, da Dynapac, avalia que, num futuro próximo, as funcionalidades das tecnologias de monitoramento e compactação podem evoluir ainda mais, com a transmissão em tempo real de dados relacionados a parâmetros de produtividade, disponibilizando essas informações no escritório da construtora ou diretamente na cabine do operador. “Isso é o que consideramos como a terceira geração desses sistemas, algo que poderá definir novos parâmetros de operação em tempo real e proporcionar ainda maior otimização de recursos.”

Atualmente, tanto os equipamentos da Dynapac quanto os da Bomag incorporam GPS para posicionamento da máquina na frente de serviço. Dessa forma, os sinais de satélites ajudam a definir o ponto ideal para o início do trabalho antes que o equipamento comece a compactação.

 

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