Recentemente, uma dupla de consultores com passagem pelo grupo CNH Industrial enviou um alerta aos fabricantes de máquinas e equipamentos de construção sobre um novo elemento de transformação, que pode afetar o mercado de máquinas pesadas da mesma forma que a Tesla impactou o setor automotivo.
O exercício é bem-vindo e interessante, tendo em vista o momento de acelerada reinvenção tecnológica que o setor atravessa. Segundo Carl Gustaf Göransson, ex-presidente global de construção, e Alan Berger, ex-líder de tecnologia, as OEMs possuem “amplo conhecimento sobre produtos, clientes e aplicações”, mas resta saber se, diante das profundas mudanças tecnológicas que estão por vir, esse know-how será suficiente para protegê-las do que os consultores chamam de ‘elemento disruptor digital’.
Os especialistas afirmam que já há alguns anos a indústria vem enfrentando desafios com a digitalização, assim como com a operação autônoma e a eletrificação, o que criou oportunidades para o surgimento de novos players. Ocorre que esse “aggiornamento”, digamos assim, também pode trazer dificuldades para q
Recentemente, uma dupla de consultores com passagem pelo grupo CNH Industrial enviou um alerta aos fabricantes de máquinas e equipamentos de construção sobre um novo elemento de transformação, que pode afetar o mercado de máquinas pesadas da mesma forma que a Tesla impactou o setor automotivo.
O exercício é bem-vindo e interessante, tendo em vista o momento de acelerada reinvenção tecnológica que o setor atravessa. Segundo Carl Gustaf Göransson, ex-presidente global de construção, e Alan Berger, ex-líder de tecnologia, as OEMs possuem “amplo conhecimento sobre produtos, clientes e aplicações”, mas resta saber se, diante das profundas mudanças tecnológicas que estão por vir, esse know-how será suficiente para protegê-las do que os consultores chamam de ‘elemento disruptor digital’.
Os especialistas afirmam que já há alguns anos a indústria vem enfrentando desafios com a digitalização, assim como com a operação autônoma e a eletrificação, o que criou oportunidades para o surgimento de novos players. Ocorre que esse “aggiornamento”, digamos assim, também pode trazer dificuldades para quem não se adaptar rapidamente à dinâmica digital.
Em seu argumento, os consultores apontam que as OEMs estão mais preparadas para suportar perturbações quando se trata de produtos e cadeias de fornecimento – alavancando seus conhecimentos e relações bem-estabelecidas com fornecedores, por exemplo. Um diferencial competitivo dos fabricantes é a melhor condição para atendimento às metas ambientais para os próximos anos, que também demandará soluções disruptivas em toda a cadeia (da fabricação à reciclagem).
Porém, essas empresas se encontram em uma situação mais vulnerável em áreas como distribuição, peças e serviços, além de acesso ao capital. “Um disruptor poderia construir uma rede somente de serviços, por exemplo, alavancando concessionárias estabelecidas, enquanto movimenta a maior parte da atividade de vendas de forma on-line”, escrevem. “Isso configura um quadro difícil para as OEMs, pois o recém-chegado tem uma vantagem considerável.”
Ademais, ao movimentarem capital intensivo, as OEMs precisam equilibrar P&D, despesas de produção e receita operacional, observam os especialistas. “As fabricantes não são start-ups, cujos modelos de negócios atraentes e com poucas dependências externas podem ter acesso a um capital significativo”, pondera o artigo.
Como conclusão prévia, Göransson e Berger destacam que o simples fato de as OEMs se comprometerem com a transformação digital completa já tem potencial de causar perturbações no mercado. “Mas, se nenhum deles o fizer, não se surpreenda se outra pessoa decidir fazê-lo por eles ou para eles”, avaliam os consultores. Boa leitura.
Silvimar Fernandes Reis
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