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Revista M&T - Ed.199 - Março 2016
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Editorial

O desafio da indústria nacional

"No momento, a palavra de ordem nas empresas é manter o negócio e a participação de mercado, aguardando um momento mais propício para novos investimentos."

Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra recuo de 8,8% no faturamento entre 2014 e 2015. Foi a maior retração em mais de uma década neste segmento crucial para as pretensões do Brasil como nação emergente, coroada pelo rebaixamento da nota de crédito das principais agências internacionais. Mais que isso, a utilização da capacidade instalada no ano passado ficou em apenas 77,5%, mostrando o desafio que se impõe ao país em termos de estímulo à competitividade de sua indústria.

Tais números abrangem todo o setor industrial, pois em relação ao setor de máquinas e equipamentos o desempenho foi ainda pior, com uma retração de 14,4% na produção deste segmento, segundo dados agregados pelo jornal O Estado de S.Paulo. Mais especificamente, o setor de máquinas pesadas para construção e mineração deve acompanhar essa retração geral. Ao menos é o que se conclui das informações fornecidas por players globais, que – dentre cortes de pessoal e ajustes na estrutura – vêm perdendo dinheiro em suas operações no Brasil, quando não foram forçados a interromper a produção para equalizar estoques ou, em casos extremos, a desistir da presença local.

Em tal contexto, a travessia não será fácil. No momento, a palavra de ordem nas empresas é manter o negócio e a participação de mercado, aguardando um momento mais propício para novos investimentos. Como as perspectivas são de novo recuo da atividade produtiva em 2016 (com queda prevista de 3,8% no geral


Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra recuo de 8,8% no faturamento entre 2014 e 2015. Foi a maior retração em mais de uma década neste segmento crucial para as pretensões do Brasil como nação emergente, coroada pelo rebaixamento da nota de crédito das principais agências internacionais. Mais que isso, a utilização da capacidade instalada no ano passado ficou em apenas 77,5%, mostrando o desafio que se impõe ao país em termos de estímulo à competitividade de sua indústria.

Tais números abrangem todo o setor industrial, pois em relação ao setor de máquinas e equipamentos o desempenho foi ainda pior, com uma retração de 14,4% na produção deste segmento, segundo dados agregados pelo jornal O Estado de S.Paulo. Mais especificamente, o setor de máquinas pesadas para construção e mineração deve acompanhar essa retração geral. Ao menos é o que se conclui das informações fornecidas por players globais, que – dentre cortes de pessoal e ajustes na estrutura – vêm perdendo dinheiro em suas operações no Brasil, quando não foram forçados a interromper a produção para equalizar estoques ou, em casos extremos, a desistir da presença local.

Em tal contexto, a travessia não será fácil. No momento, a palavra de ordem nas empresas é manter o negócio e a participação de mercado, aguardando um momento mais propício para novos investimentos. Como as perspectivas são de novo recuo da atividade produtiva em 2016 (com queda prevista de 3,8% no geral, mas que pode chegar a 6% no segmento de máquinas e equipamentos), o grande dilema é como fomentar a volta da confiança de investidores e consumidores, o que – no entendimento de vários analistas – depende prioritariamente das decisões do governo e do desenlace da crise política. Afinal, o Brasil dá mostras que não aguentará outro ciclo de retração sem sofrer consequências ainda mais graves em seu tecido social.

No que tange ao mercado de máquinas e equipamentos, é fundamental a criação de um programa de renovação das frotas, por exemplo. Atrair investidores privados para os projetos é outro ponto inescapável. Afinal, está claro que não será mais possível contar com subsídios públicos, que nos últimos anos mantiveram a demanda de algumas famílias de máquinas, até de forma artificial em alguns casos.

Por tudo isso, espera-se que os entraves políticos sejam rapidamente superados, recuperando a vitalidade de nossa indústria, que se esforça por manter a atualização tecnológica e a oferta de produtos no mais alto nível. Esforços que o leitor, como sempre, pode conferir nesta edição. Boa leitura.

Permínio Alves Maia de Amorim Neto

Presidente do Conselho Editorial

 

 

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