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Revista M&T - Ed.175 - Dez/Jan 2014
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Coluna Yoshio

Mudança de comportamento

Para dimensionar a evolução da sociedade brasileira como um todo é necessário monitorar nosso comportamento e comprometimento coletivos

Como é possível identificar sinais de que um país está evoluindo? No Brasil, mesmo com o crescimento econômico e a inclusão de cerca de 40 milhões de pessoas à classe média na última década, é difícil afirmar que o bem-estar social acompanha o ritmo da economia.

Para auxiliar na reflexão sobre a evolução da sociedade, é possível encontrar uma referência interessante nas metodologias que organizações como a ONU e o Banco Mundial utilizam para monitorar o impacto social de projetos aplicados em comunidades carentes. Segundo esses órgãos, o principal problema detectado é o fato de que, muitas vezes, o resultado só é perceptível ao final do projeto, quando pode ser tarde demais para qualquer ação paliativa, principalmente quando o projeto não alcançou o seu objetivo.

O fato é que tal necessidade de aferição criou alguns instrumentos de monitoramento que associam o sucesso do programa às mudanças comportamentais da população envolvida, ao invés de monitorar apenas aspectos físicos dos projetos. Isso ocorre porque, mesmo realizando os investimentos físicos, se não houver uma mudança comportamental (para, por exemplo, realizar a necessária manutenção dos equipamentos públicos), o investimento realizado é rapidamente perdido.

Esta correlação entre a mudança comportamental e a manutenção dos benefícios gerados tem sido a melhor opção para assegurar resultados duradouros aos programas sociais. Se aplicarmos tal conceito à sociedade em geral, veremos que – na medida em que o país e os recursos cresçam – teremos de passar pelo mesmo desafio de assegurar permanência aos ganhos e benefícios.

Portanto, para dimensionar a evolução da sociedade brasileira como um todo é necessário monitorar nosso comportamento e comprometimento coletivos. E, nesse ponto, o problema de fundo aparece, pois ainda falhamos em obter uma evolução significativa e relevante em nosso país. O trato da máquina pública, gestão de recursos financeiros, manutenção de equipamentos públicos, qualidade dos serviços em geral e muitos outros aspectos indicam que o comportamento coletivo nacional precisa evoluir. E muito.

Quando medimos nosso desempenho na educação, na política ou na saúde, constatamos que o país permanece em retrocesso. Ou seja, mesmo avan


Como é possível identificar sinais de que um país está evoluindo? No Brasil, mesmo com o crescimento econômico e a inclusão de cerca de 40 milhões de pessoas à classe média na última década, é difícil afirmar que o bem-estar social acompanha o ritmo da economia.

Para auxiliar na reflexão sobre a evolução da sociedade, é possível encontrar uma referência interessante nas metodologias que organizações como a ONU e o Banco Mundial utilizam para monitorar o impacto social de projetos aplicados em comunidades carentes. Segundo esses órgãos, o principal problema detectado é o fato de que, muitas vezes, o resultado só é perceptível ao final do projeto, quando pode ser tarde demais para qualquer ação paliativa, principalmente quando o projeto não alcançou o seu objetivo.

O fato é que tal necessidade de aferição criou alguns instrumentos de monitoramento que associam o sucesso do programa às mudanças comportamentais da população envolvida, ao invés de monitorar apenas aspectos físicos dos projetos. Isso ocorre porque, mesmo realizando os investimentos físicos, se não houver uma mudança comportamental (para, por exemplo, realizar a necessária manutenção dos equipamentos públicos), o investimento realizado é rapidamente perdido.

Esta correlação entre a mudança comportamental e a manutenção dos benefícios gerados tem sido a melhor opção para assegurar resultados duradouros aos programas sociais. Se aplicarmos tal conceito à sociedade em geral, veremos que – na medida em que o país e os recursos cresçam – teremos de passar pelo mesmo desafio de assegurar permanência aos ganhos e benefícios.

Portanto, para dimensionar a evolução da sociedade brasileira como um todo é necessário monitorar nosso comportamento e comprometimento coletivos. E, nesse ponto, o problema de fundo aparece, pois ainda falhamos em obter uma evolução significativa e relevante em nosso país. O trato da máquina pública, gestão de recursos financeiros, manutenção de equipamentos públicos, qualidade dos serviços em geral e muitos outros aspectos indicam que o comportamento coletivo nacional precisa evoluir. E muito.

Quando medimos nosso desempenho na educação, na política ou na saúde, constatamos que o país permanece em retrocesso. Ou seja, mesmo avançando em termos econômicos, se o comportamento ético coletivo não evoluir, não haverá benefícios reais para a sociedade.

A evolução global de uma sociedade também é um processo qualitativo, não apenas quantitativo, que sozinho pode assegurar apenas que nos tornemos maiores, mas não melhores. Para começar nossa caminhada nessa direção, felizmente já dispomos de metodologias que asseguram um monitoramento eficiente de uma imperativa mudança comportamental.

*Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

 

 

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