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Revista M&T - Ed.185 - Novembro 2014
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Editorial

Momento de decisões

"A receita do G-20 para estabilizar o sistema financeiro global inclui investimentos em infraestrutura, reformas estruturais e parcerias entre o setor público e privado"

Com retração de 6,2%, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor brasileiro da construção terá neste ano o pior desempenho do século XXI, segundo boletim da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop). Dentre outros fatores, como destaca a entidade, o atraso e adiamento de obras de infraestrutura têm sido um dos entraves mais significativos para o setor, que ademais sofre os reflexos da deterioração do cenário macroeconômico global.

Evidentemente, tal resultado é frustrante, principalmente em contraste com os índices robustos obtidos nos últimos anos. Para reverter o quadro, é necessário que o país aumente os investimentos em infraestrutura (algo em torno de R$ 1 trilhão até 2030, segundo estudo do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da USP) e efetive enfim as licitações, concessões e contratações nas malhas ferroviárias, aeroportuárias e rodoviárias.

Afinal, como destacado na recente Cúpula de Brisbane do G-20 (que reúne as principais economias do mundo, incluindo o Brasil), são problemas estruturais que estão por trás do atual mal-estar econômico mundial. Como aqui, no mundo todo também há atualmente uma enorme demanda por infraestrutura.

Desse modo, a receita da cúpula para estabilizar o sistema financeiro global inclui justamente investimentos em infraestrutura, reformas estruturais e parcerias entre o setor público e privado, de modo a potencializar a competitividade e elevar o PIB mundial em 1,8% até 2018. E, claro, isso s


Com retração de 6,2%, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor brasileiro da construção terá neste ano o pior desempenho do século XXI, segundo boletim da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop). Dentre outros fatores, como destaca a entidade, o atraso e adiamento de obras de infraestrutura têm sido um dos entraves mais significativos para o setor, que ademais sofre os reflexos da deterioração do cenário macroeconômico global.

Evidentemente, tal resultado é frustrante, principalmente em contraste com os índices robustos obtidos nos últimos anos. Para reverter o quadro, é necessário que o país aumente os investimentos em infraestrutura (algo em torno de R$ 1 trilhão até 2030, segundo estudo do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da USP) e efetive enfim as licitações, concessões e contratações nas malhas ferroviárias, aeroportuárias e rodoviárias.

Afinal, como destacado na recente Cúpula de Brisbane do G-20 (que reúne as principais economias do mundo, incluindo o Brasil), são problemas estruturais que estão por trás do atual mal-estar econômico mundial. Como aqui, no mundo todo também há atualmente uma enorme demanda por infraestrutura.

Desse modo, a receita da cúpula para estabilizar o sistema financeiro global inclui justamente investimentos em infraestrutura, reformas estruturais e parcerias entre o setor público e privado, de modo a potencializar a competitividade e elevar o PIB mundial em 1,8% até 2018. E, claro, isso se aplica também a nós, já cansados de clamar por mudanças no regime tributário, desburocratização, investimentos de larga escala etc.

Até mesmo o Fundo Monetário Internacional (FMI) já cobrou da comunidade internacional mais investimentos públicos em infraestrutura, como forma de recuperar as economias em âmbito global. Talvez até como último recurso para isso. Aqui no Brasil, o que se espera nesse sentido é que as novas medidas que serão anunciadas até dezembro (envolvendo alternativas de recursos de longo prazo com a participação de bancos estatais e fundos de pensão, além da criação de um fundo garantidor de concessões) destravem os investimentos.

Resta torcer não apenas para que os estímulos funcionem, mas também que os projetos em logística e infraestrutura sejam de fato eficientes e deem retorno à sociedade, tal qual ocorre em um setor crucial como a indústria de equipamentos móveis e tecnologias, como o leitor pode conferir em reportagens desta edição. Boa leitura.

Claudio Schmidt

Presidente do Conselho Editorial

 

 

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