Nos últimos tempos, as notícias sobre acidentes com ciclistas estão incomodando-me muito. Afinal, são inúmeros ciclistas atropelados à noite, pela manhã e em plena luz do dia. Diariamente, os noticiários da TV apresentam novos e terríveis casos.
Também tenho ouvido declarações de ciclistas após os acidentes, criticando os motoristas descuidados – e até criminosos – que fogem sem prestar socorro. Invariavelmente, a falta de respeito aos ciclistas é apontada como a causa de muitos acidentes, principalmente os que ocorrem em grandes centros urbanos.
Isso tem gerado um sintoma novo no trânsito. Como motorista, passei a ter medo de ciclistas. O receio é de, involuntária ou descuidadamente, provocar um acidente envolvendo estes esportistas, que evidentemente estão sempre em desvantagem, extremamente vulneráveis ao erro. Fico amedrontado de não ter condições de respeitar os ciclistas, de manter uma distância segura e de não poder evitar os acidentes. Uma espécie de temor que não existia quando eu era garoto, numa época em que não se ia a qualquer lugar sem que não fosse de bicicleta.
Mas os tempos são outros. Com o trânsito cada vez mais
Nos últimos tempos, as notícias sobre acidentes com ciclistas estão incomodando-me muito. Afinal, são inúmeros ciclistas atropelados à noite, pela manhã e em plena luz do dia. Diariamente, os noticiários da TV apresentam novos e terríveis casos.
Também tenho ouvido declarações de ciclistas após os acidentes, criticando os motoristas descuidados – e até criminosos – que fogem sem prestar socorro. Invariavelmente, a falta de respeito aos ciclistas é apontada como a causa de muitos acidentes, principalmente os que ocorrem em grandes centros urbanos.
Isso tem gerado um sintoma novo no trânsito. Como motorista, passei a ter medo de ciclistas. O receio é de, involuntária ou descuidadamente, provocar um acidente envolvendo estes esportistas, que evidentemente estão sempre em desvantagem, extremamente vulneráveis ao erro. Fico amedrontado de não ter condições de respeitar os ciclistas, de manter uma distância segura e de não poder evitar os acidentes. Uma espécie de temor que não existia quando eu era garoto, numa época em que não se ia a qualquer lugar sem que não fosse de bicicleta.
Mas os tempos são outros. Com o trânsito cada vez mais denso nas cidades, este medo reflete as condições perigosas e inapropriadas em que os ciclistas convivem com os automóveis. Nem sempre há condições de manter a distância mínima de 1,5 metro, simplesmente porque este espaço não está disponível na via de tráfego. Entre tantas coisas impróprias nas cidades, a segurança dos ciclistas também está seriamente comprometida.
Alguém disse que é covardia o encontro entre um automóvel e uma bicicleta. Concordo, considerando ainda que o encontro de uma motocicleta com um automóvel é igualmente uma covardia. Aliás, um encontro entre um automóvel e um caminhão também é uma covardia. Por isso, não acho que seja apropriada a convivência de veículos motorizados e bicicletas, ao menos em nossa realidade urbana. Os ciclistas têm direito a condições mais seguras para transitar. É necessário buscar uma solução mais protegida, como ciclovias segregadas das pistas de rolagem de veículos motorizados.
Está na hora de se pleitear uma condição mais segura para os ciclistas, além da mera crítica aos motoristas e insistência no direito de compartilhar uma condição tão desfavorável e perigosa. O ciclista causa-me um medo tão grande quanto o caminhão, ou talvez até maior, pois sei quem será a vítima, não importa a causa do acidente.
*Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema
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