Artigo recente publicado na revista The Economist traz alguns pontos interessantes de reflexão sobre o futuro da infraestrutura. De saída, a publicação aponta que o investimento público e privado atual, estagnado em 3 a 4% do PIB mundial, é muito baixo para manter os envelhecidos ativos nos países desenvolvidos ou mesmo para fornecer água potável e eletricidade em países emergentes.
Além disso, no momento em que políticos do mundo inteiro pedem mais despesas com infraestrutura, é forçoso admitir que poucas indústrias têm um histórico tão criticado em termos de prazos e orçamento. “Frequentemente, o estouro dos orçamentos em projetos de infraestrutura ultrapassa 25%”, assinala a principal publicação global de análises econômicas.
Frente a tal reputação, para que o boom incipiente – a maioria dos países lançou planos de estímulo para lidar com a pandemia – produza melhores resultados, “governos e empresas devem aprender a adotar as melhores práticas existentes no mundo”, sugere a publicação.
De fato, o novo presidente americano, Joe Biden, já disse que pretende gastar 2 bi
Artigo recente publicado na revista The Economist traz alguns pontos interessantes de reflexão sobre o futuro da infraestrutura. De saída, a publicação aponta que o investimento público e privado atual, estagnado em 3 a 4% do PIB mundial, é muito baixo para manter os envelhecidos ativos nos países desenvolvidos ou mesmo para fornecer água potável e eletricidade em países emergentes.
Além disso, no momento em que políticos do mundo inteiro pedem mais despesas com infraestrutura, é forçoso admitir que poucas indústrias têm um histórico tão criticado em termos de prazos e orçamento. “Frequentemente, o estouro dos orçamentos em projetos de infraestrutura ultrapassa 25%”, assinala a principal publicação global de análises econômicas.
Frente a tal reputação, para que o boom incipiente – a maioria dos países lançou planos de estímulo para lidar com a pandemia – produza melhores resultados, “governos e empresas devem aprender a adotar as melhores práticas existentes no mundo”, sugere a publicação.
De fato, o novo presidente americano, Joe Biden, já disse que pretende gastar 2 bilhões de dólares em estradas, redes elétricas e ferrovias, buscando apoio para seus planos de governo. Do mesmo modo, a União Europeia acaba de aprovar um orçamento de 1,8 bilhão de euros, parte do qual se destina a investimentos em infraestrutura digital e recursos energéticos. “A nova paixão pela infraestrutura é compreensível”, pondera o artigo. “As baixas taxas de juro significam que o financiamento está barato, enquanto muitos economistas não cansam de repetir que o retorno é atrativo.”
No entanto, a experiência deixa lições. Os governos deveriam selecionar mais criteriosamente os projetos, criando uma lista única e escolhendo aqueles com o maior retorno de investimento.
Essa avaliação, diz a The Economist, deve levar em conta as externalidades, incluindo o impacto nas emissões e nos prazos de entrega, ademais uma fonte constante de estouro nos custos. E, adicionalmente, que deve ser realizada por organismos independentes dos que constroem e gerem os bens. “Muitas vezes, os projetos selecionados não são as obras monumentais que os políticos tanto gostam, mas simples reparos e atividades de manutenção”, diz a gabaritada revista inglesa.
A segunda lição é saber aproveitar o setor privado. E não apenas como fonte de capital – os fundos globais de infraestrutura têm mais de 200 bilhões de dólares à espera de investimento –, pois os projetos com investidores privados também tendem a ser mais bem-geridos. Mas, para tanto, é crucial haver segurança contratual e contar com órgãos reguladores independentes, que protejam os contribuintes, mas também deem aos investidores uma certeza razoável de um rendimento adequado. Boa leitura.
Permínio Alves Maia de Amorim Neto
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