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Revista M&T - Ed.171 - Agosto 2013
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Momento Construction

Foco no conhecimento

Realizado paralelamente à Construction Expo 2013, o Construction Congresso reuniu um seleto grupo de especialistas para debater o atual momento do setor da construção no Brasil. Com foco em tecnologias construtivas, os participantes – escolhidos dentre as mais representativas entidades do país e do exterior – atualizaram o público com as mais recentes informações de estudos, soluções e processos, como os ensaios não-destrutivos e o controle de carga e pesagem, destacados nesta edição.

TÉCNICAS

O engenheiro Antonio Luís de Oliveira Aulicino, gerente de relações institucionais da Associação Brasileira de Ensaios Não-Destrutivos e Inspeção (Abendi), destaca a importância e a presença marcante dos estudos não-destrutivos (END) nos mais diversos setores. “Entre os principais END, destacam-se o visual, ultrassom (inclusive em 3D), líquidos penetrantes, partículas magnéticas e análise dimensional”, diz ele. “São testes que verificam as condições físicas e de funcionamento de equipamentos, componentes e estruturas, sem comprometer sua integridade.”

Uma dessas


Realizado paralelamente à Construction Expo 2013, o Construction Congresso reuniu um seleto grupo de especialistas para debater o atual momento do setor da construção no Brasil. Com foco em tecnologias construtivas, os participantes – escolhidos dentre as mais representativas entidades do país e do exterior – atualizaram o público com as mais recentes informações de estudos, soluções e processos, como os ensaios não-destrutivos e o controle de carga e pesagem, destacados nesta edição.

TÉCNICAS

O engenheiro Antonio Luís de Oliveira Aulicino, gerente de relações institucionais da Associação Brasileira de Ensaios Não-Destrutivos e Inspeção (Abendi), destaca a importância e a presença marcante dos estudos não-destrutivos (END) nos mais diversos setores. “Entre os principais END, destacam-se o visual, ultrassom (inclusive em 3D), líquidos penetrantes, partículas magnéticas e análise dimensional”, diz ele. “São testes que verificam as condições físicas e de funcionamento de equipamentos, componentes e estruturas, sem comprometer sua integridade.”

Uma dessas técnicas inovadoras é a emissão acústica, que apesar de figurar entre as mais completas e precisas técnicas disponíveis ao mercado, ainda não é aplicada em testes de integridade física de obras de arte no Brasil, conforme explica Amilton Carvalhal, diretor de aplicações da empresa Physical Acoustics South America (Pasa). “Essa técnica está fundamentada na detecção de ondas transientes geradas pelo processo de degradação do material”, afirma. “Esses sinais, ou ondas de tensão, são gerados quando o material é submetido a tensões mecânicas.”

DESCOMPASSO

Para exemplificar o descompasso no país, o engenheiro conta que na Argentina, onde fica a sede da empresa, o teste já é utilizado amplamente e ajuda a detectar possíveis falhas ou comprometimentos estruturais, impedindo que ocorram acidentes com obras de arte e outras estruturas de concreto.

Segundo Carvalhal, outro tipo de END que poderia ser mais empregado no país é o monitoramento contínuo remoto. Baseada na transmissão de dados via Internet, a técnica facilita a avaliação de defeitos em equipamentos em diferentes condições operacionais, possibilitando ainda interação on-line para tomada de decisões de intervenção, retirada ou continuidade operacional. O engenheiro cita como exemplo de utilização dessa técnica um porto para carregamento de minério de ferro da Vale, localizado no Maranhão, que ampliou para 100% o seu índice de monitoramento da viga-caixão que sustenta o equipamento de carregamento de minério.

CONTROLE

Uma iniciativa das três maiores pedreiras da região de Belo Horizonte fez com que as demais empresas do setor e prestadores de serviço de frete da região se conscientizassem da importância do controle dos pesos dos veículos de carga. O resultado foi uma queda expressiva no número de penalidades em função da Lei da Balança – que estabelece limites máximos para transporte –, além da redução de acidentes e prejuízos às estradas da região.

Gustavo Lanna, diretor comercial da Martins Lanna Mineração – uma das empresas responsáveis pela iniciativa –, conta que uma das medidas adotadas foi o fim do uso da margem de tolerância de 7,5% sobre o limite máximo de peso. Para compensar a perda do caminhoneiro, que foi obrigado a trabalhar dentro do limite legal, o custo financeiro foi assumido pelo cliente e pela embarcadora. “Como produtores, somos responsáveis pelos acidentes que uma carga excessiva pode provocar”, afirma Lanna. “Portanto, foi necessário tomar uma medida drástica que, ao final, deu bons resultados.”

PESAGEM

O excesso de peso transportado pelas rodovias brasileiras é outro assunto que tem mobilizado os especialistas no país. Segundo João Batista Dominici, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional de Pesagem de Carga (Sindipesa), o tema tem grande importância para a indústria da construção, que é responsável pelo tráfego de diversas cargas pesadas pelas estadas do país, como entulho, concreto, cimento, aço e produtos siderúrgicos, entre outros.

O executivo observa que, além de danificar e reduzir a vida útil das rodovias, o tráfego de cargas com peso além do permitido acarreta pesadas multas, que acabam por encarecer o processo produtivo. Para o engenheiro mecânico Rubem Penteado de Mello, consultor de pesagem, é preciso estabelecer critérios técnicos para o correto carregamento dos caminhões, com o objetivo de obedecer à legislação vigente. De acordo com ele, tanto as cargas convencionais – como grãos – quanto as especiais – de vigas a pré-moldados e máquinas – possuem peculiaridades que devem ser obedecidas.

“É necessário dissecar o método para pesagem absorvendo o peso total e o peso por eixo”, explica o especialista, enfatizando que o fato de a pesagem total estar de acordo com o estipulado não significa que o peso por eixo esteja necessariamente correto. Mello também destacou a importância de disseminar o conhecimento técnico dessas técnicas, como forma de evitar as multas por excesso de peso que se multiplicam pelas estadas brasileiras.

Nessa linha, para ajudar no controle do peso da carga – total e por eixos –, a indústria de balanças Toledo do Brasil apresentou o 900i, um equipamento que faz a pesagem e emite um relatório com o resultado analisado, de acordo com a Lei da Balança. “Com esse documento, o produtor poderá comprovar que seguiu a legislação e evitar problemas futuros”, afirma Rodrigo Balieiro, diretor comercial da empresa.

FISCALIZAÇÃO

Diretor de fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Nauber Nascimento detalhou o Projeto de Fiscalização Eletrônica, que começou a ser implantado como plano-piloto em 2011, na Free Way – rodovia que liga Porto Alegre a Osório, no Rio Grande do Sul. Os planos da ANTT são de implantar o programa em todo o país até o final de 2016.

A partir dessa experiência, Nascimento explica que o objetivo da fiscalização eletrônica é deixar de conferir manualmente a pesagem de carga, oferecendo um modelo remoto automatizado que, a partir de um centro de modelo operacional, acompanha as diversas balanças existentes em determinada rodovia.

“Com isso se alcança maior eficiência e agilidade na fiscalização”, observa, acrescentando que o objetivo no longo prazo é avançar para modelos de pesagem em movimento, o chamado Sistema Win – Weight in Motion (peso em movimento) para a (pré) pesagem seletiva.

Este é o modelo que está sendo testado na Free Way, no qual a concessionária da rodovia opera a balança supervisionada por um agente da ANTT.  Além de cuidar do excesso de peso, o sistema permite a fiscalização de outros aspectos legais do transporte, como o Registro Nacional dos Transportadores de Carga (RNTC) e o pagamento eletrônico de carga, entre outros.

De acordo com Nascimento, as empresas devem priorizar a educação na problemática de excesso de peso. “Constatamos que as empresas erram por desconhecer a legislação”, afirma. “De forma equivocada, elas incorporam a multa como um custo, repassando-a ao preço final. Neste contexto, nosso foco está na orientação, educação e informação das empresas.”

Setor de equipamentos depende da capacidade de tocar obras no país

Para que as previsões de crescimento do setor de equipamentos se confirmem, o Brasil precisa vencer sua incapacidade política de alavancar os projetos de investimento na velocidade necessária. Essa é a avaliação do jornalista econômico britânico e consultor da Sobratema, Brian Nicholson. O consultor afirma que, em vista do panorama nacional em 2013, a Linha Amarela deverá ter um crescimento de 13%, puxado principalmente por escavadeiras, motoniveladoras e rolos compressores. Até 2017, diz Nicholson, o crescimento anual deve ser de cerca de 10%.

Limitação – Mesmo não existindo falta aparente de projetos (já que o déficit de obras de infraestrutura é grande no país) nem de recursos para investimentos, alguns possíveis fatores internos podem limitar o crescimento esperado para o mercado brasileiro de equipamentos. Nesse sentido, Nicholson destaca fatores como o subinvestimento continuado em infraestrutura, o baixo crescimento econômico e gargalos como a falta de mão de obra especializada. No exterior, algumas ocorrências negativas também podem comprometer o desempenho nacional, como a queda na demanda global de commodities e o persistente clima de instabilidade econômica na Europa.

Sem dúvida, a Construction é mais um importante ponto de encontro da cadeia produtiva da construção civil. O que se viu nos quatro dias do evento foi um mercado conhecedor de seu potencial, mas também das suas necessidades”, Carlos Eduardo Pedrosa Auricchio, presidente do Sindicato das Indústrias de Extração de Areia do Estado de São Paulo (Sindareia)

A Construction tem sido muito relevante para o setor de blocos e pisos intertravados de concreto, pois reúne os representantes das principais construtoras, incorporadoras, projetistas e profissionais. Pode-se dizer que, cada vez mais, a feira torna-se uma das principais vitrines das novidades da construção civil brasileira e internacional”, Marcelo Kaiuca, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto (BlocoBrasil)

O espetáculo da construção proporcionado pela Sobratema durante o Congresso e a Construction Expo 2013 mostra a relevância do segmento de equipamentos para construção e mineração e a importância de manutenção e gestão de ativos para que se produza os efeitos desejados”, João Ricardo Lafraia, presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Manutenção (Abraman).

Todas as ações realizadas na Construction Expo estão alinhadas com a proposta da Sobratema de criar um novo conceito de feira, baseado em tecnologia, em sistemas construtivos e voltado para um público mais técnico”, Íria Doniak, presidente executiva da Associação Brasileira de Construção Industrializada de Concreto (Abcic)

Quem tem a competência para nos ajudar na tarefa de mostrar ao governo os entraves que a falta de logística e infraestrutura causam ao crescimento do agronegócio é, sem dúvida alguma, o pessoal da Sobratema e, principalmente, as grandes empresas representadas na Construction Expo 2013”, Luiz Carlos Corrêa, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag)

A realização deste evento é de suma importância para o setor de obras e para o país, pois reúne expositores nacionais e internacionais e apresenta modernas tecnologias e novos conceitos e sistemas construtivos”, Zauri Candeo, presidente da Associação Paulista de Retífica de Motores (Aparem) e do Sindicato de Remanufaturamento, Recondicionamento e/ou Retífica de Motores e seus Agregados e Periféricos no Estado de São Paulo (Sindimotor)

Com o Construction Congresso, um dos maiores eventos do ramo de construção, os representantes do setor metroferroviário de passageiros tiveram a oportunidade de trocar informações e experiências sobre as obras que estão sendo realizadas no segmento”, Roberta Marchesi, gerente executiva da Associação Nacional dos Transportes de Passageiros sobre Trilhos (ANPTRilhos)

A Construction Expo 2013 representou uma grande oportunidade de destacar as questões ambientais para o desenvolvimento sustentável nacional, gerando benefícios para toda a sociedade. Os custos de um empreendimento sustentável são maiores, mas os resultados obtidos ao longo dos anos compensam esse investimento”, Marcelo Takaoka, presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS).

É muito importante termos um espaço dedicado à exposição de novas tecnologias e sistemas construtivos, ao debate da produção de conhecimento e de tendências, e que ainda possibilita o relacionamento entre todos agentes da cadeia produtiva, como foi visto na Construction Expo”, Roberto de Souza, presidente do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE)

A feira é uma oportunidade de se aproximar ainda mais da indústria e de divulgar as soluções subterrâneas, hoje utilizadas em todo o mundo. Além disso, a Construction Expo é um ótimo fórum de discussões e troca de experiências sobre diversos assuntos que envolvem a infraestrutura”, Hugo Cássio Rocha, presidente do Comitê Brasileiro de Túneis (CBT).

Ninguém duvida da importância decisiva da integração das cadeias de valor para qualquer atividade empresarial. Num mundo globalizado, a integração das cadeias tem de ser feita mundialmente e esse é mais um fator que mostra a importância de feiras como a Construction Expo”, João Batista Dominici, vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de Cargas Pesadas e Excepcionais (Sindipesa)

A Construction fornece uma oportunidade única de reunir representantes de toda a cadeia produtiva da indústria da construção, tanto da área de materiais, quanto de equipamentos e serviços. Além disso, é uma ótima vitrine para o mercado conhecer a fundo as grandes obras executadas no país”, Antonio Carlos Salgueiro de Araujo, presidente do Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Seconci/SP)

A Construction Expo representa uma oportunidade de contato direto com os clientes, proporcionando troca de informações sobre produtos disponíveis e suas necessidades. Além disso, para os construtores é vantajoso ter os fornecedores de produtos e serviços reunidos em um único local”, Haroldo Miller Jr., presidente da Associação Brasileira das Empresas de Fôrmas e Escoramentos (Abrasfe)

A Construction Expo e o Construction Congresso são dois eventos da cadeia de construção nos quais o concreto faz parte de uma forma majoritária e importante. Portanto, o Ibracon não poderíamos deixar de participar desses importantes eventos do calendário nacional”, Tulio Bittencourt, presidente do Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon)

Não poderia ser mais oportuno o momento em que acontece a Construction Expo, tanto pela ampliação dos investimentos em infraestrutura, como pelo potencial do mercado imobiliário. O evento destacou significativos avanços tecnológicos de sistemas construtivos, contribuindo para a qualificação de toda a cadeia”, Luciano Amadio, presidente da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop)

Nos últimos quinze anos, a grande mola propulsora do mercado mundial de bens minerais está diretamente ligada às demandas de infraestrutura. A construção civil implanta, amplia e mantém essa estrutura e, por isso, uma feira como a Construction Expo é de grande importância para a mineração brasileira”, Marcelo Ribeiro Tunes, diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram)

Pelo que pude perceber na participação tanto na feira quanto durante o Construction Congresso, a Apromin teve a oportunidade de oferecer contribuições tecnológicas atualizadas. A presença durante o evento trouxe importantes benefícios para que os participantes pudessem conhecer melhor os desafios e as oportunidades que a mineração oferece para os empreendedores e para aqueles que consomem os produtos”, José Mendo, presidente da Associação Brasileira para o Progresso da Mineração (Apromin)

O setor de construção possui diversas iniciativas, algumas delas de extrema relevância. Entretanto, temos muitas vezes ações isoladas e interdependentes. Acreditamos que a Construction Expo contribui justamente como catalisador de toda a cadeia produtiva do setor, otimizando esforços e maximizando resultados”, Luiz Fernando Corrêa Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos (Abendi)

 

 

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