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Revista M&T - Ed.167 - Abril 2013
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Pavimentação

Espargidores de asfalto ganham opções de mercado

Modelos com barra automática, pneumáticos e até mesmo controle GPS já estão no rol dos fabricantes, que também passam a ter locadores como clientes de seus produtos

Os espargidores de asfalto são os equipamentos responsáveis por imprimar a pista em construção. É este equipamento que, nas operações de pavimentação, realiza a aspersão do piche nome popular dado à emulsão aplicada sobre a base das vias asfaltadas (veja quadro na pág. 55). Apesar de representar um processo intermediário na pavimentação, a evolução tecnológica dessa máquina não para e, atualmente, já há modelos nos quais não é necessário sequer um operador para controlar a barra ou a caneta espargidora, localizada na traseira do caminhão. Mais do que isso, já há a possibilidade de se controlar o posicionamento da máquina, o ponto ideal para início da aspersão e outras informações operacionais, tudo por meio de GPS.

ELETRÔNICA

De acordo com Carlos Eduardo Simão de Almeida, diretor administrativo da fabricante de espargidores Almeida, os equipamentos com eletrônica embarcada de fato permitem a dispensa de um operador adicional para controlar a aspersão de material. “Quando falamos em controle eletrônico, estamos tratando de um sistema cujos dados são disponibi


Os espargidores de asfalto são os equipamentos responsáveis por imprimar a pista em construção. É este equipamento que, nas operações de pavimentação, realiza a aspersão do piche nome popular dado à emulsão aplicada sobre a base das vias asfaltadas (veja quadro na pág. 55). Apesar de representar um processo intermediário na pavimentação, a evolução tecnológica dessa máquina não para e, atualmente, já há modelos nos quais não é necessário sequer um operador para controlar a barra ou a caneta espargidora, localizada na traseira do caminhão. Mais do que isso, já há a possibilidade de se controlar o posicionamento da máquina, o ponto ideal para início da aspersão e outras informações operacionais, tudo por meio de GPS.

ELETRÔNICA

De acordo com Carlos Eduardo Simão de Almeida, diretor administrativo da fabricante de espargidores Almeida, os equipamentos com eletrônica embarcada de fato permitem a dispensa de um operador adicional para controlar a aspersão de material. “Quando falamos em controle eletrônico, estamos tratando de um sistema cujos dados são disponibilizados num painel lógico programado (PLC) atrelado a uma bomba de fluxo variável para bombear a emulsão, além de um motor hidráulico, que toca a bomba com saída para o sistema eletrônico”, diz ele. “Esse, por sua vez, controla a rotação da bomba – alinhando-a com a velocidade de cruzeiro do caminhão – e faz um cruzamento para obter a faixa ideal de aplicação do material.”

O processo explicado pelo executivo dá origem a um controle eletrônico para a vazão do material na aspersão e velocidade do caminhão, exigindo que o motorista – e somente ele – acompanhe os dados do processo por meio do painel disposto em sua cabine e guie a direção do veículo. “Com esse controle eletrônico, reduzimos a chance de erro operacional causado por velocidade inadequada do caminhão ou até mesmo de cálculo incorreto da taxa de aspersão para a rodovia em construção ou reforma”, explica o especialista. “No entanto, não podemos dizer que o processo manual, no qual um operador fica controlando as ações da mesa espargidora atrás do caminhão, é menos eficiente, pois se todos os critérios e cálculos forem fielmente obedecidos, o resultado final será o mesmo do registrado com um equipamento de controle eletrônico.”

A propósito, sobre o funcionamento da mesa espargidora manual, Almeida explica que a diferença está na existência de um tacômetro, que direciona a rotação da bomba por meio de um campo e uma quinta roda, também dotada de um tacômetro para medir a velocidade. “O operador insere a rotação correta pré-calculada pelo fiscal da obra e o condutor do caminhão pilota, enquanto controla os níveis do tacômetro”, detalha.

Entretanto, o especialista adverte que o sucesso no processo manual está totalmente atrelado à qualidade dos operadores, o que, no atual status de baixa qualificação no Brasil, pode representar um sério problema. Mas isso, diz ele, também ocorre na versão eletrônica. “Além de ser cerca de 30% mais caro que o manual, o equipamento eletrônico também exige um conjunto operador/motorista mais qualificado, que tenha conhecimentos básicos de eletrônica e instrução geral de maior nível”, aponta Almeida.

PNEUMÁTICOS

Por meio da sua divisão Roadbuilding, a Terex trouxe ao mercado um modelo de espargidor diferente, com tecnologia pneumática no lugar de bombas. “O sistema é pressurizado, visando a garantir a uniformidade de vazão nos bicos espargidores e, consequentemente, melhorar a taxa de aplicação”, informam os gerentes Marcelo Ritter (Produto), Elton Antonello (Engenharia) e Ricardo Nunes (Área). Segundo eles, o equipamento, denominado HEC6000, também associa ferramentas de computação, modelamento matemático de escoamentos e análises de fluxos.

Além disso, a tecnologia da Terex inclui um dispositivo de distribuição manual, que possibilita correções em locais de difícil acesso para a barra espargidora. “Ela também possui um sistema de limpeza, além de uma plataforma de operação acoplada à estrutura que permite ao operador o correto manuseio de itens como comando do sistema de aquecimento, distribuição do betume, controle das válvulas de abertura e fechamento etc.”, afirmam os especialistas, acrescentando que a máquina também conta com sistema automático de alívio na pressão interna do tanque, ampliando o nível de controle do operador sobre os processos.

O espargidor pneumático da Terex foi projetado para produção de até 432 l/min, com largura máxima de imprimação de 3,6 m. Segundo a empresa, o equipamento conta com 6 mil l de capacidade de armazenamento de betume e foi concebido para atuar com emulsões asfálticas com ou sem polímeros, CAPs (cimentos asfálticos de petróleo) e CM-30 (asfalto diluído de cura média).

TAPA-BURACO

Expandindo o panorama de opções em equipamentos na área, Almeida lembra que, além dos modelos automático e manual com barra espargidora, há também os equipamentos que realizam aspersão por caneta. “Essa é a tecnologia mais antiga do mercado, mas que ainda não caiu em desuso, pois é ideal para operações menores, como as de tapa-buraco”, explica ele.

Na empresa Almeida, 15% dos 60 espargidores comercializados no ano passado foram desse tipo, sendo que a maior parte deles também incluiu barra espargidora como implemento. “Geralmente, os clientes compram o conjunto que vem com as duas tecnologias de aspersão, pois eles sabem que há aplicações mais indicadas para cada uma delas”, diz o diretor. Quanto aos 85% restantes das máquinas comercializadas pela empresa, a maioria (70%) é do tipo manual, devido ao menor custo de aquisição.

Porém, Almeida alerta que a aplicação da caneta de aspersão em grandes trechos pode representar uma perda significativa de material e recursos. Considerando que o custo da emulsão com espargidor varia de R$ 0,90 a R$ 1,60 por litro – dependendo do fornecedor e da região do país –, a perda de material pode chegar a 30% em relação à aplicação com barra, diz ele. “Em um veículo com 6 mil l de capacidade, isso pode representar mais de R$ 1,9 mil l de desperdício por tanque aplicado”, calcula.

No que tange ao mercado para esses equipamentos, os fabricantes ouvidos pela M&T ressaltam que os empreiteiros ainda são os principais compradores, mas isso também vem mudando nos últimos tempos. “Temos realizado um número cada vez maior de vendas para locadores, que começam a entrar fortemente na oferta desse tipo de máquina para o mercado”, diz Almeida.

Cuidados na operação de espargidores

Quando o assunto é espargidor de asfalto, a boa relação de custo e benefício pode ser influenciada por diversos fatores. Entre eles está a temperatura do material, mantida por maçaricos que agem diretamente no tanque de armazenamento. De acordo com Carlos Almeida, da empresa Almeida, algumas construtoras costumam carregar os espargidores com material frio no canteiro de obras e esperar até que os maçaricos aqueçam toda a massa, algo que pode demorar horas e não é nada indicado. “O ideal é carregar o espargidor quando o material já estiver na temperatura exata”, explica Almeida. “Os maçaricos devem ajudar somente a manter esse calor, pois, além de elevar a qualidade da emulsão, essa prática é mais produtiva, uma vez que não exige que os materiais sejam aquecidos pelo espargidor por um longo período.”

O especialista lembra ainda que os maçaricos são componentes perigosos, principalmente no caso de barras ou canetas espargidoras manuais, nos quais o operador fica muito próximo aos conjuntos. “Por isso, o maçarico só deve ser acionado após a parada total do caminhão”, orienta. “Também é preciso verificar se o registro geral do combustível está na posição correta, além de sempre trabalhar com o equipamento limpo, principalmente perto dos maçaricos.”

Rotina de manutenção exige atenção à limpeza do circuito

O especialista da empresa Almeida destaca que a limpeza da mesa e dos bicos espargidores é uma das ações de manutenção mais importantes para o bom funcionamento das máquinas. Os modelos mais modernos já vêm com pré-filtro de bomba de engrenagem, ou seja, se uma partícula de betume passa pela primeira peneira do tanque, ela é submetida a uma segunda filtragem. “É importante que, ao final de cada turno, o operador faça a limpeza do circuito a tubulação e a barra com os bicos espargidores – com o uso de óleo diesel, único solvente eficaz para asfalto”, diz Almeida. “Por isso, nossos equipamentos possuem um sistema de pressurização do tanque diesel para lavagem do conjunto com alta pressão.”

Emulsão asfáltica não é piche

Utilizada na composição das estradas, a emulsão asfáltica a base de petróleo não tem nada a ver com o piche que é oriundo da destilação do alcatrão ou da terebintina, mas o nome pegou e ainda se mantém no vocabulário corrente em pavimentação.

 

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