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Revista M&T - Ed.59 - Jun/Jul 2000
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Equipamentos

Escavadeiras x Carregadeiras

Considerada por muitos um "canivete suíço" em razão de sua versatilidade, a escavadeira ainda perde para as carregadeiras em aplicações específicas.
Sistema Versalink, uma das novidades da CAT924G
A grande versatilidade da escavadeira hidráulica e o seu avanço vertiginoso no mercado, inclusive em aplicações até então exclusivas de escavadeiras a cabo (caso da grande mineração) e do combinado pá-carregadeira/trator, é uma prova inequívoca da evolução desse tipo de equipamento que, há algum tempo, já foi visto como uma simples valetadeira ou apenas uma alternativa tecnológica com custo inicial proibitivo. Hoje, como um porta-ferramentas e em diferentes configurações de lança e caçamba, tornou-se um verdadeiro “canivete suíço” na expressão de alguns fabricantes, embora ainda esteja longe de suplantar as carregadeiras de rodas sob determinadas condições operacionais. Maior prova, são recentes lançamentos de pás-carregadeiras de última geração por parte da Caterpillar (série G) e da Volvo (série D).
Na Pedreira Cantareira, no município de Mairiporã, em São Paulo, por exemplo, considerada uma instalação modelo, escavadeiras com caçambas retro e shovel e peso operacional de 40 a 70 t, dominam a cena, em aplicações tão diversificadas como desmonte de rocha, decapeamento, limpeza de rios e canais e terraplenagem em geral. Mas as carregadeiras são insuperáveis, segundo o gerente de mineração, Valter Rezende, nas bancadas baixas, cujo desmonte espalha o material pela praça de trabalho, e no pátio de expedição. “Nessa situação, utilizamos com sucesso carregadeiras de médio porte e agora estamos testando sua resistência para o trabalho em rocha (lavra)”. Para Valter Rezende, na operação da pedreira, alguns fatores são básicos para definir o equipamento ideal: a altura de bancada, o espaço de praça, a granulometria do material desmontado, ciclos curtos, versatilidade da

Sistema Versalink, uma das novidades da CAT924G
A grande versatilidade da escavadeira hidráulica e o seu avanço vertiginoso no mercado, inclusive em aplicações até então exclusivas de escavadeiras a cabo (caso da grande mineração) e do combinado pá-carregadeira/trator, é uma prova inequívoca da evolução desse tipo de equipamento que, há algum tempo, já foi visto como uma simples valetadeira ou apenas uma alternativa tecnológica com custo inicial proibitivo. Hoje, como um porta-ferramentas e em diferentes configurações de lança e caçamba, tornou-se um verdadeiro “canivete suíço” na expressão de alguns fabricantes, embora ainda esteja longe de suplantar as carregadeiras de rodas sob determinadas condições operacionais. Maior prova, são recentes lançamentos de pás-carregadeiras de última geração por parte da Caterpillar (série G) e da Volvo (série D).
Na Pedreira Cantareira, no município de Mairiporã, em São Paulo, por exemplo, considerada uma instalação modelo, escavadeiras com caçambas retro e shovel e peso operacional de 40 a 70 t, dominam a cena, em aplicações tão diversificadas como desmonte de rocha, decapeamento, limpeza de rios e canais e terraplenagem em geral. Mas as carregadeiras são insuperáveis, segundo o gerente de mineração, Valter Rezende, nas bancadas baixas, cujo desmonte espalha o material pela praça de trabalho, e no pátio de expedição. “Nessa situação, utilizamos com sucesso carregadeiras de médio porte e agora estamos testando sua resistência para o trabalho em rocha (lavra)”. Para Valter Rezende, na operação da pedreira, alguns fatores são básicos para definir o equipamento ideal: a altura de bancada, o espaço de praça, a granulometria do material desmontado, ciclos curtos, versatilidade da máquina e o seu peso operacional.
Evidente que, no final, o que conta, como lembra Hermínio Sabio Filho, consultor da área de escavadeiras da Caterpillar, é o menor custo por m3, por tonelada, por hectares, ou por km de estrada, segundo a aplicação. "Por isso mesmo, nós temos softwares que servem para definir o melhor equipamento para cada aplicação, sempre tendo em mente o menor custo por unidade”.
Foi justamente pelas análises mais rigorosas de custos, diz Adriano Silva, da gerência de suporte ao produto da FiatAllis, que as escavadeiras hidráulicas tornaram-se mais competitivas nos últimos tempos. “É mais uma opção, que passou a ser considerada quando os usuários perceberam as suas vantagens em termos de custo/benefício, independente de seu maior valor de aquisição, em relação a equipamentos mais tradicionais”.
Marcos Carlutto, da gerência de serviços da Komatsu, confirma que o maior custo de aquisição da escavadeira não é mais um fator crítico, se considerado que a escavadeira, em alguns casos, pode proporcionar uma redução de custos anual da ordem de 30% em relação a dois equipamentos (trator e carregadeira) “Sempre que for possível, é preferível utilizar uma escavadeira, porque o custo será menor”.
Existem, é claro, vários fatores a serem considerados de acordo com as características de cada operação, antes de se chegar a uma melhor equação econômica, seja com uma carregadeira, seja com uma escavadeira.

Transporte
Geralmente, sempre que houver uma situação de locomoção, de distância que a máquina percorre durante o trabalho, será preciso uma máquina de rodas. Há, no entanto, limites. As carregadeiras, por exemplo, são usadas com material empilhado e bem dinamitado, requerem boas condições de solo e podem carregar e transportar em pequenas distâncias de forma econômica.
Estudos da Caterpillar comprovam que, para uma faixa de 80 a 150 m, é a máquina que tem a movimentação mais econômica. Abaixode 80 m, a carregadeira também executa o trabalho. Só que a melhor opção neste caso éusar um trator de esteiras.
Outro ponto a ser considerado é a existência de rampas no percurso. As carregadeiras sobre rodas se limitam a rampas com inclinação de10%. Por isso, se for usada uma carregadeira, a arca deve ser preparada de forma a não apresentar inclinações superiores a 10% para que nãose afete o ciclo da máquina, já que à medida em que a rampa fica mais inclinada, se perde muito na velocidade da máquina. Uma perda que não é proporcional. Ou seja, se há uma rampa com inclinação de 10%, a máquinaperde velocidade. Quando aquela inclinaçãoaumenta, por exemplo, mais 10%, a perda de velocidade é muito maior que 10%.
Caçamba maior não significa produção maior
Normalmente, o que chama a atenção em um equipamento é o tamanho da caçamba e, nem sempre, as maiores caçambas são as que fazem o trabalho por menor custo ou as que têm maior produtividade. “É incrível como existem realmente pessoas no mercado que buscam caçambas maiores para produções maiores. É o conjunto caçamba/máquina, dependendo do material com que se vai trabalhar, que vai dar a maior produção”, diz Tadeu Mattos, consultor de operação e aplicação do produto da Caterpillar Brasil.
A regra básica, segundo ele, é a seguinte: o que se aumenta no ciclo tem que ser menor que o que se aumentou no volume da caçamba e o que determina isso é o tipo de material. Ou seja, quando se trata de um material de fácil manuseio, há um ganho no volume sem perda no tempo de ciclo. Se para o enchimento de uma caçamba com capacidade 20% superior também se demorar 20% a mais, já há perdas, com o desgaste maior da máquina e o aumento no consumo de combustível.
Evolução das Carregadeiras
Os diversos fabricantes não tem poupado esforços para aumentar a competitividade de sua linha de carregadeiras sobre rodas. A Volvo lançou recentemente uma nova geração (a série D) e a Caterpillar introduziu no mercado a 924 G, mais avançado que um dos maiores sucessos de sua linha - a 924 F.Ao mesmo tempo, a Komatsu, que entrou mais recentemente nesse mercado, aposta na WA 180, a FiatAllis atualiza a linha FE e até mesmo a Liebherr, já consolidada no segmento de escavadeiras, procura difundir as vantagens de sua linha de carregadeiras com transmissão hidrostática.
“O sistema Versalink (uma das novidades da 924 G), sem dúvida, vai estabelecer um diferencial como a Caterpillar estabeleceu com os tratores de esteiras de roda motriz elevada, porque ele torna ainda mais versátil uma carregadeira, aproximando-a, claro que em aplicações específicas, ao conceito da escavadeira hidráulica”, diz Glauco Martins, consultor das carregadeiras 924 G, da Caterpillar Brasil.
Ele lembra que esse sistema garante cinco vezes mais resistência à tração que o anterior, sendo possível colocar nele ferramentas que em outra configuração seriam inviáveis. “O novo sistema Versalink transformou a carregadeira numa máquina porta-ferramentas, a exemplo da escavadeira hidráulica que é basicamente isso. Então, através de um engate rápido, por exemplo, é possível substituir uma caçamba por um garfo-pallets ou uma lâmina para limpeza, ancinho”.
“Sabemos que o futuro das carregadeiras será por este tipo de acionamento (hidrostático) e será uma questão de tempo para que todos os
fabricantes busquem as suas soluções nesta versão de acionamento, tal como ocorreu nas escavadeiras hidráulicas”, diz Sérgio Sassaki,
da engenharia de vendas da LiebherrBrasil.
MASSA X ALCANCE

A versatilidade das escavadeiras não deve ser creditada somente à sua condição de máquina porta-ferramentas. Ela também resulta das várias configurações possíveis de lança e caçamba. Existe uma terminologia consagrada pela Caterpillar que estabelece duas versões básicas: configuração de “massa” e de “alcance”. Em “Massa” há um ganho na capacidade da caçamba e uma perda no alcance, enquanto que na de "Alcance”, se ganha no alcance mas se perde na caçamba. A profundidade de escavação é maior na de alcance, assim como a velocidade.
“Dentre as opções que temos, diz Hermínio Sábio, da Caterpillar, há a configuração de massa, para carregamentos de grandes volumes, com braços e lanças um pouco menores (2,4 e 5,2 m, respectivamente), onde se pode usar caçambas maiores (0,6 a 1,5 m3) e a de alcance, onde há três tipos de braços - de 2,5, 2,9 e 3,9 m - com um ganho de alcance, mas que usa caçambas menores - 0,6 a 1,4 m3.”
Isso resulta, por exemplo, em duas versões para um dos principais modelos da marca, a escavadeira 320B: standard e a 320BL. A versão standard serve para aplicações gerais, espaços menores, pisos firmes e capacidade de levantamento moderado. Na L, consegue-se maior estabilidade e flutuação para trabalhos em terrenos pantanosos, pisos mais instáveis e maior capacidade de levantamento.
Na linha Komatsu, a aplicação “massa” é definida pela sigla SE (Super Earthmover). “É uma configuração onde se visa apenas a produção, onde não há problema de alcance, as bancadas são baixas e o material é de fácil desagregação”, diz Marcos Carlutto, da gerência de serviços da Komatsu Brasil International. As escavadeiras Komatsu nessa configuração trabalham com caçambas grandes, mas necessariamente com o braço (e, em alguns casos, até a lança) mais curta, para não afetar o equilíbrio da máquina. Quando a aplicação requer maior alcance, diz ele, pode-se utilizar uma escavadeira standard, com braço mais longo e uma caçamba menor.
Escavadeiras de rodas
Escavadeira Hidráulica: avanço no mercado

Se o maior problema das escavadeiras sobre esteiras, apesar de suas inúmeras vantagens sobre as carregadeiras, ainda é a baixa mobilidade, os modelos sobre rodas, a princípio, poderiam suprir essa deficiência. Mas, em regra, isso não acontece. Tadeu Mattos, da Caterpillar, diz que esse
modelo híbrido compete muito pouco com a carregadeira, porque não atende as mesmas aplicações. “Ela é usada para escavação em si, de valas, trincheiras, valetas e assentamento de tubos e em aplicações específicas”.
Ele lembra que a escavadeira de esteiras tem mais flutuação e tração, maior manobrabilidade, trabalha em terreno irregular e permite um
reposicionamento mais rápido. Já a de rodas tem uma mobilidade mais rápida, pode trabalhar em asfalto e pisos sem danificá-los. Também, devido aos estabilizadores, a máquina trabalha mais nivelada e, ainda, tem condições de trabalhar com lâminas. “Mas é preciso considerar que, a menos
que a aplicação imponha muitas viagens, a escavadeira de esteiras ainda é a melhor solução para todas as aplicações”
No Brasil, a proporção de escavadeiras de rodas não chega a 5% do total de esteiras. Tadeu Mattos acredita que há uma questão cultural envolvida. “O brasileiro gosta de ferramentas com múltiplas utilidades - furar, soldar, cortar - e a de esteiras é a preferida por não ter muitos impedimentos. Se o terreno é ruim, ela entra; se tiver de locomover, ela é mais lenta mas vai. Nos Estados Unidos, se prefere a máquina mais indicada para a aplicação. No Brasil, se vê o cliente usando uma carregadeira - ideal para carregar - também para escavar o banco, onde inclusive ela não tem a mesma produção. Mas ele prefere ter uma máquina que permita outras aplicações”.
A preferência nacional é tão grande, diz Hermínio Sábio, que mesmo em um dos poucos nichos em que prevalecia a escavadeira de rodas, também estão sendo introduzidos modelos sobre esteiras. O maior exemplo é a área florestal, onde as escavadeiras sobre esteiras passarama ser utilizadas com algumas adptações — a sapata menor, por exemplo - com um grande sucesso.

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