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Revista M&T - Ed.189 - Abril 2015
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Caminhões

Encarando o desafio

Após obter o segundo melhor ano em emplacamentos de caminhões no Brasil, a Volvo Trucks mostra que aumento da competitividade é o caminho para enfrentar a crise
Por Marcelo Januário (Editor)

Mesmo na maré baixa da economia, algumas empresas têm conseguido obter desempenho superior ao mercado com o aprimoramento de suas operações. A Volvo Trucks, por exemplo, mesmo que não tenha passado incólume, registrou decréscimo de 6,3% nos negócios em um ano difícil como foi 2014, no qual o mercado de caminhões pesados caiu rotundos 15,1% e quase todos os segmentos de máquinas e equipamentos foram afetados na casa de dois dígitos.

Portanto, dos males o menor. E isso foi possível com o emplacamento de 19.732 veículos, número abaixo somente das 20.731 unidades obtidas no ano anterior, até hoje seu recorde no país. Ainda mais importante, com o resultado a Volvo afirma ter retomado a liderança no segmento de pesados, terminando o ano com 29,6% de market share, em um avanço de três pontos percentuais que mostram a disposição da empresa em fustigar a concorrência. No geral, incluindo semipesados, desde 2008 a Volvo praticamente dobrou sua participação, chegando a 21,3% do total nacional.

Muito desse desempenho deve-se à recente injeção de 132 milhões de rea


Mesmo na maré baixa da economia, algumas empresas têm conseguido obter desempenho superior ao mercado com o aprimoramento de suas operações. A Volvo Trucks, por exemplo, mesmo que não tenha passado incólume, registrou decréscimo de 6,3% nos negócios em um ano difícil como foi 2014, no qual o mercado de caminhões pesados caiu rotundos 15,1% e quase todos os segmentos de máquinas e equipamentos foram afetados na casa de dois dígitos.

Portanto, dos males o menor. E isso foi possível com o emplacamento de 19.732 veículos, número abaixo somente das 20.731 unidades obtidas no ano anterior, até hoje seu recorde no país. Ainda mais importante, com o resultado a Volvo afirma ter retomado a liderança no segmento de pesados, terminando o ano com 29,6% de market share, em um avanço de três pontos percentuais que mostram a disposição da empresa em fustigar a concorrência. No geral, incluindo semipesados, desde 2008 a Volvo praticamente dobrou sua participação, chegando a 21,3% do total nacional.

Muito desse desempenho deve-se à recente injeção de 132 milhões de reais em capital que a filial brasileira recebeu da AB Volvo para estimular a operação local, mas também às ousadas estratégias adotadas pela companhia, como a renovação de toda a linha de caminhões e a ampliação contínua de seus pontos de atendimento em um momento de grande instabilidade do mercado.

DESAFIO

Mas o maior desafio para esse mercado começa agora. É evidente que, com a deterioração dos índices econômicos e a perspectiva cada vez mais crível de 2015 ser um ano ainda mais amargo para as empresas, a Volvo também demonstra certa apreensão, como ocorre com todos os players do mercado.

No primeiro bimestre, inclusive, até por conta do final de ano fraco e da indefinição do PSI, os emplacamentos já ficaram muito abaixo do esperado. Mas a empresa, que acaba de trocar sua direção no país, mostra-se confiante em atravessar a tempestade sem maiores sobressaltos. “Já enfrentei diversos desafios antes, atuando em mercados diversificados, em vários países”, afirma Claes Nilsson, novo presidente do Grupo Volvo Latin America e que assume a tarefa de conduzir a empresa em meio à crise. “No Brasil, acredito que será necessário se habituar ao desafio econômico que o país vem passando, mas continuarei dando sequência ao trabalho da Volvo, adaptando-me à situação vivida.”

O cenário, entretanto, não é totalmente novo para ele. Na Suécia, o executivo já teve contato com a América Latina, quando atuou na internacionalização da Volvo Trucks, para a qual este mercado assume uma importância cada vez maior. Tanto que desde outubro de 2014, quando o grupo mudou sua organização, a América Latina se reporta diretamente à matriz na Suécia, ao invés de se reportar às Américas, o que mostra a mudança de status da região nos negócios do conglomerado. “Estou orgulhoso em atuar aqui no Brasil. Oito anos atrás, era fantástico ver o desenvolvimento desse país no setor de caminhões e os negócios da Volvo crescendo junto”, diz. “Na América Latina, também podemos ver o crescimento obtido durante os últimos cinco anos, sendo um lugar com diversas oportunidades.”

O desempenho realmente foi satisfatório, principalmente em países como Chile, Peru, Argentina e até mesmo a conturbada Venezuela. No ano, foram comercializadas 24.333 unidades na região, somando-se todas as vendas de caminhões da Volvo, Mack, Renault e UD, marcas que compõem o portfólio do grupo.

Atenta a essas oportunidades, a empresa vem mostrando um espírito de competição cada vez mais latente, reforçando a atuação no principal mercado da região. “No ano passado, conseguimos ser a segunda franquia mais atrativa em termos de caminhões no Brasil”, ressalta Nilsson. “Esse resultado foi consequência dos investimentos nos últimos sete anos, trazendo novos produtos e reformando a sede de Curitiba, além dos investimentos feitos na rede de distribuição.”

O apoio dos dealers, como acentua o presidente, é uma das chaves para o sucesso da Volvo. Nesse sentido, a empresa desenvolve continuamente seu network, aumentando a carteira de clientes, mas também o número de mecânicos (já são 800) e o apoio em regiões estratégicas, com um crescimento de 21% nos pontos de atendimentos e de 62% nos boxes de serviço nos últimos anos. “Essa é uma nova maneira de olhar para o mercado da América Latina”, explica o executivo. “Nós temos uma população de caminhões três vezes maior do que há 10 anos e, por isso, continuamos a focar nosso trabalho no atendimento ao cliente.”

FLUTUAÇÕES

Atualmente, aproximadamente 35% do mercado da Volvo Trucks na América Latina são compostos por pesados, os chamados modelos MHD, acima de 16 toneladas. Justamente um dos nichos mais afetados pelas paralisações de obras.

O resultado dessa lentidão foi uma considerável retração na demanda por esses caminhões no ano passado, o que – apesar de a empresa esperar nova queda em 2015 – não chega a assustar. “Nas grandes obras, o Brasil precisa de infraestrutura e não vemos isso acontecer na velocidade necessária, mas apesar disso a visão tende a ser positiva porque vamos ter de fazer essas obras”, avalia Bernardo Fedalto, diretor de caminhões Volvo no Brasil, destacando que se trata de um mercado cíclico e não linear. “Estamos acostumados com mercados que mudam. O que pode acontecer é um atraso neste início, mas a construção civil mostra certa estabilidade com tendência de crescimento já para o ano de 2016, com a renovação natural das frotas. Além disso, o setor agrícola ainda vai puxar bastante o setor de transportes.”

O diretor de estratégia de caminhões do Grupo Volvo, Nilton Roeder, reforça a avaliação ao afirmar que “o ciclo exige flexibilidade para reagir às acelerações e retrações do mercado”, impondo uma visão de longo prazo. “De 2020 a 2030, veremos uma acomodação natural do mercado, similar ao que ocorreu na Europa e EUA”, enfatiza. Para enfrentar as flutuações, a empresa aposta em um esforço integrado e coordenado para agregar valor em quatro dimensões: gestão do motorista, do veículo, do transporte e de serviços. “Por esta ótica, o caminhão passa a ser um aglutinador desse processo”, diz Roeder.

Como destacou Nilsson, o outro ponto-chave para manter-se entre os primeiros mesmo nas oscilações é o atendimento ao cliente, um diferencial competitivo cada vez mais decisivo. Em 2011, por exemplo, apenas 7% dos caminhões comercializados pela Volvo tinham contrato ouro de manutenção, que cobre quase todas as intervenções preditivas e corretivas. Hoje, já são 24%, ou seja, um em cada quatro veículos vendidos pela empresa saem da fábrica com seu principal pacote de serviços. “Isso é uma mudança no comportamento do mercado brasileiro, que passou a olhar o caminhão como um produto de transporte que inclui o veículo em si e os serviços que dão suporte à aplicação”, frisa Fedalto. “O transportador brasileiro é moderno e, por isso, precisa de tecnologia de ponta.”

Após ano recorde, braço financeiro lança seguro de cargas

O ano de 2014 foi de recordes para a Volvo Financial Services Brasil, responsável pelo financiamento de 39% das vendas da marca no Brasil, incluindo caminhões, ônibus e equipamentos de construção. O braço financeiro do Grupo Volvo desembolsou R$ 2,9 bilhões para aquisição de produtos, um índice 34% maior que no ano anterior. Desse total, 88% dos novos volumes de negócios foram realizados por meio do Finame. O setor de consórcios registrou a marca de 2,4 mil cotas e um volume de créditos na casa de R$ 800 milhões (+14%), o maior em mais de 20 anos, enquanto os seguros de caminhões e equipamentos de construção alcançaram R$ 110 milhões.

Em 2014, a VFS Brasil intensificou seu programa de criação de novas ferramentas para ganhar mais velocidade nas ações, como um novo sistema de cotações, melhorias no portal online do banco e digitalização de processos internos, em um processo que terá continuidade neste ano. “Agora, ganharemos um reforço com a criação de parcelas mais reduzidas e um maior número de participantes, para que o consorciado possa adquirir a cota e ter um pagamento menor da parcela enquanto não está contemplado – um projeto já em desenvolvimento para que possam planejar a renovação das frotas”, firma Valter Viapiana, responsável pela área comercial e de marketing do Grupo Volvo no Brasil.

Outras ações estratégicas da VFS previstas para 2015 incluem a cessão de uma carteira de 1,2 bi de reais e o treinamento das equipes comerciais em campo, de modo a prepará-las para oferecer o produto financeiro mais adequado aos clientes, facilitando o entendimento das recentes alterações no sistema financeiro. Mas a novidade que deve ter maior impacto no segmento de transporte é mesmo o lançamento de um inédito seguro de cargas. “Já estamos trabalhando no projeto-piloto desse novo produto, em linha com a nossa estratégia de oferecer soluções completas que façam a diferença no dia a dia dos clientes”, finaliza Viapiana.

Volvo Latin America tem novo presidente

No grupo desde 1982, o sueco Claes Nilsson é o novo presidente da Volvo Latin America. O executivo assume o comando da operação latino-americana em substituição a Roger Alm, designado para uma nova posição no Grupo Volvo na Europa após cinco anos no Brasil. Antes de ser nomeado para o Brasil, Nilsson foi presidente da Volvo Trucks e Head de Vendas da Área Central Norte da Europa, além de presidente da Divisão Europeia da Volvo Trucks e da International Division.

Brasileiro – Já o executivo Márcio Pedroso foi nomeado presidente da Volvo Financial Services Americas, passando a comandar as operações da empresa em todo o continente. Neste cargo, Pedroso substituirá a Leo Hawkes e se reportará ao presidente mundial da VFS, Scott Rafkin. É a primeira vez que um brasileiro assume esta posição e o executivo ficará baseado em Greensboro, na Carolina do Norte (EUA), headquarter da Volvo nas Américas.

 

 

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