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Revista M&T - Ed.207 - Novembro 2016
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Editorial

Desafios em cadeia na produção

“A produção da indústria de bens de capital ter avançado 0,4% em agosto é um alento. Mas é preciso avaliar esse aumento com cautela, pois se dá sobre uma base muito deprimida, 41,6% inferior ao do pico registrado em 2013”

Como ocorre no setor da construção, a atividade minerária também segue um calvário para tentar sobreviver. Segundo relatório com perspectivas dos mercados de commodities, os preços do minério de ferro – nosso principal produto no segmento – devem cair 10% no mercado internacional em relação a 2015. Isso considerando que já vêm em um patamar bem abaixo do que vimos na última década, dificultando as operações.

Se a previsão se confirmar, as dificuldades tendem a aumentar para as 9 mil empresas da indústria mineral brasileira, que é responsável por gerar 214 mil empregos diretos e que, em 2014, movimentou cerca de US$ 40 bilhões (o equivalente a 5% do PIB). Para completar o quadro, como conclui a pesquisa “Empresas Mais”, do jornal O Estado de S.Paulo, atualmente a mineração depende do que acontece com a economia chinesa e de como será resolvida a questão da capacidade excedente de produção.

De fato, um desafio e tanto. Mas a questão pode ser expandida ainda para outra área correlata. Afinal, a siderurgia brasileira também passa por momentos difíceis. A utilização atual da capacidade instalada da indústria siderúrgica nacional – que poderia se aproveitar dos preços baixos dos minérios – está em 60%, ao passo que os excedentes internac


“A produção da indústria de bens de capital ter avançado 0,4% em agosto é um alento. Mas é preciso avaliar esse aumento com cautela, pois se dá sobre uma base muito deprimida, 41,6% inferior ao do pico registrado em 2013”

Como ocorre no setor da construção, a atividade minerária também segue um calvário para tentar sobreviver. Segundo relatório com perspectivas dos mercados de commodities, os preços do minério de ferro – nosso principal produto no segmento – devem cair 10% no mercado internacional em relação a 2015. Isso considerando que já vêm em um patamar bem abaixo do que vimos na última década, dificultando as operações.

Se a previsão se confirmar, as dificuldades tendem a aumentar para as 9 mil empresas da indústria mineral brasileira, que é responsável por gerar 214 mil empregos diretos e que, em 2014, movimentou cerca de US$ 40 bilhões (o equivalente a 5% do PIB). Para completar o quadro, como conclui a pesquisa “Empresas Mais”, do jornal O Estado de S.Paulo, atualmente a mineração depende do que acontece com a economia chinesa e de como será resolvida a questão da capacidade excedente de produção.

De fato, um desafio e tanto. Mas a questão pode ser expandida ainda para outra área correlata. Afinal, a siderurgia brasileira também passa por momentos difíceis. A utilização atual da capacidade instalada da indústria siderúrgica nacional – que poderia se aproveitar dos preços baixos dos minérios – está em 60%, ao passo que os excedentes internacionais ultrapassam 700 milhões de toneladas, dificultando a prospecção de novos negócios.

Há outros números que ilustram essa situação. No primeiro semestre de 2016, foram produzidos 14,9 milhões de toneladas de aço bruto. No comparativo com 2015, houve uma redução na produção de 13%. E as previsões do Instituto Aço Brasil para o final do ano são igualmente decepcionantes. A produção de aço está estimada em 31 milhões de toneladas (6,8% menor que o total de 2015), enquanto as vendas devem ser de 16,4 milhões de toneladas (-10%) e o consumo aparente será de 18,2 milhões de toneladas (-14,4%), retornando ao índice de dez anos atrás.

Nesse contexto, o fato de a produção da indústria de bens de capital ter avançado 0,4% em agosto é um alento. Mas é preciso avaliar esse aumento com cautela, pois se dá sobre uma base muito deprimida – a indústria de máquinas e equipamentos ainda opera num nível 41,6% inferior ao do pico registrado em setembro de 2013. Contudo, parece já estar melhorando, ajudando a puxar um pouco os demais setores para cima. Que assim seja.

Permínio Alves Maia de Amorim Neto

Presidente do Conselho Editorial

 

 

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