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Revista M&T - Ed.148 - Julho 2011
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Manutenção

Cuidados prolongam a vida útil das caçambas

Operação correta e utilização de componentes adequados aumentam a vida útil desse elemento e facilitam os reparos periódicos obrigatórios para cada máquina

As caçambas de carregadeiras, escavadeiras e retroescavadeiras sempre terão desgaste ao longo da operação dos equipamentos. Trata-se de um fato inevitável, pois esses componentes têm contato direto com o material carregado. Apesar disso, há formas de ampliar a vida útil delas, eliminando procedimentos incorretos de operação e manutenção e adotando revestimentos adequados, que protegem os componentes.

No caso da operação, a condição básica para qualquer caçamba, mesmo as de carregadeiras, é saber que elas não foram projetadas para raspar o chão. O equipamento de terraplenagem ideal para esse tipo de atividade é o trator de esteiras. E somente ele. Os manuais de operação das carregadeiras explicam que a caçamba deve entrar na pilha de materiais paralelamente ao solo, mas sem tocá-lo. Tal procedimento, no entanto, é pouco executado entre os operadores. Ao buscar realizar o melhor ciclo de carregamento com “caçambadas” cheias, os operadores terminam raspando o fundo da caçamba no chão, aumentando o desgaste. Nas retroescavadeiras, o desgaste no fundo das caçambas é acentuado p


As caçambas de carregadeiras, escavadeiras e retroescavadeiras sempre terão desgaste ao longo da operação dos equipamentos. Trata-se de um fato inevitável, pois esses componentes têm contato direto com o material carregado. Apesar disso, há formas de ampliar a vida útil delas, eliminando procedimentos incorretos de operação e manutenção e adotando revestimentos adequados, que protegem os componentes.

No caso da operação, a condição básica para qualquer caçamba, mesmo as de carregadeiras, é saber que elas não foram projetadas para raspar o chão. O equipamento de terraplenagem ideal para esse tipo de atividade é o trator de esteiras. E somente ele. Os manuais de operação das carregadeiras explicam que a caçamba deve entrar na pilha de materiais paralelamente ao solo, mas sem tocá-lo. Tal procedimento, no entanto, é pouco executado entre os operadores. Ao buscar realizar o melhor ciclo de carregamento com “caçambadas” cheias, os operadores terminam raspando o fundo da caçamba no chão, aumentando o desgaste. Nas retroescavadeiras, o desgaste no fundo das caçambas é acentuado por outra atividade não recomendada: usar o componente para nivelar o terreno, arrastando-o contra o solo.

Embora inevitável, o desgaste das caçambas deve acontecer em uma seqüência lógica, independente do equipamento: (1) as pontas são as primeiras a sofrerem desgaste. É regra geral que a cada 10 trocas de pontas se realize também a mudança do adaptador. Nessa manutenção, vale a ressalva de que, nos adaptadores do tipo J, a soldagem da base deve ser feita somente nas laterais, permitindo que o impacto sofrido na ponta da caçamba seja distribuído para todo o componente. Ao aplicar a solda em formato de “U” nesse tipo de adaptador, o esforço fica concentrado na ponta e no adaptador, o que acelera a geração de trincas na borda base.

Após a troca dos adaptadores, o procedimento seguinte é a troca da borda base (2). É regra geral também que a cada três trocas de adaptadores seja trocada a borda base. Se os componentes apresentarem avarias antes desse período médio, é sinal de má operação. Para os especialistas, os procedimentos incorretos, nesse caso, ocorrem por falta de treinamento ou de experiência do operador, ou ainda ambas as situações. Um exemplo de aplicação incorreta é o uso de caçambas de terraplenagem para carregamento de rocha.

O fundo e as laterais da caçamba também estão expostos a desgaste, principalmente na operação com materiais mais abrasivos. Por isso eles também podem e devem ser reparados ao apresentarem um problema aparente.

Quando reparar?
As caçambas utilizadas corretamente podem ser reparadas inúmeras vezes. Em apenas um caso, todavia, não é possível recuperar o componente: quando a articulação/ancoragem apresenta torção ou trincas na base. O reparo é inviável porque trata-se do único elemento estrutural que não pode ser substituído. A recuperação da articulação só é possível se a trinca ocorrer nas juntas, caso da parte que une a articulação com o fundo da caçamba. Nesse caso, é possível realizar uma nova solda e recuperar o equipamento, que ganha uma vida útil adicional.

Outra situação que invalida a recuperação da caçamba acontece quando esse componente apresenta mais de três itens de troca. Lembrando da sequência ideal de mudança (pontas, adaptadores, borda base, laterais e fundo), se for necessário trocar mais de dois itens que não estejam na ordem correta, vale a pena comparar o custo de uma caçamba nova com o custo da recuperação, e considerar seriamente a primeira opção.

Revestimentos só originais
A busca por aumentar a vida útil das caçambas leva os mecânicos e gestores de equipamentos a encontrar alternativas que nem sempre são válidas. Uma delas é a inserção de chapas de aço para travar trincas ou para reduzir o desgaste da caçamba. Trata-se de um procedimento inadequado: tal soldagem não elimina o problema e o “reforço” não impedirá que a trinca se propague, proliferando-se por partes cada vez maiores na caçamba (veja quadro).

A instalação de chapas de aço com intuito de aumentar a vida útil da caçamba prejudica toda a engenharia do equipamento, pois aumenta o peso do componente e compromete a distribuição do esforço de carregamento por toda a máquina.  As caçambas são feitas com chapas de aço específicas, que permitem uma flexibilidade previamente projetada para a estrutura de cada equipamento.

A soldagem de uma chapa de aço não prevista em projeto, no fundo ou em qualquer outra parte da caçamba, somente irá enrijecer a estrutura da máquina, fazendo com que os esforços do carregamento não sejam distribuídos corretamente. Resultado: avarias no sistema hidráulico, que sofre com o impacto desproporcional causado pelo “remendo”. A forma correta para aumentar a vida útil da caçamba é usar os revestimentos indicados pelos fabricantes. Há vários tipos deles e todos são capazes de otimizar a vida útil do componente, desde que usados de forma correta e com orientação técnica.

 

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