Neste ano, a Sobratema adicionou ao seu tradicional evento “Tendências no Mercado da Construção” – promovido pela Revista M&T e cujo registro o leitor encontra nesta edição – um debate sobre ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), conceito que virou febre no mundo corporativo ante à migração massiva de recursos de investidores para empresas bem-posicionadas em questões sociais e ambientais.
Diversos estudos já demonstraram a correlação entre ESG e desempenho financeiro das empresas, especialmente nos mercados emergentes, onde geralmente há mais riscos associados. “Além de gerar lucro, as companhias têm um papel a cumprir na relação com a sociedade e com todos os stakeholders”, exclama Mário Mafud, vice-presidente da GEF Capital Partners. “Assim como os investidores.”
Segundo o engenheiro, essa transformação está sendo gerada pelo consumidor, que paga mais por um produto mais responsável em um contexto de desafios sociais e ambientais. No âmbito corporativo, diz ele, as origens da tendência remontam à triagem negativa (“negative screening”), que elimina
Neste ano, a Sobratema adicionou ao seu tradicional evento “Tendências no Mercado da Construção” – promovido pela Revista M&T e cujo registro o leitor encontra nesta edição – um debate sobre ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), conceito que virou febre no mundo corporativo ante à migração massiva de recursos de investidores para empresas bem-posicionadas em questões sociais e ambientais.
Diversos estudos já demonstraram a correlação entre ESG e desempenho financeiro das empresas, especialmente nos mercados emergentes, onde geralmente há mais riscos associados. “Além de gerar lucro, as companhias têm um papel a cumprir na relação com a sociedade e com todos os stakeholders”, exclama Mário Mafud, vice-presidente da GEF Capital Partners. “Assim como os investidores.”
Segundo o engenheiro, essa transformação está sendo gerada pelo consumidor, que paga mais por um produto mais responsável em um contexto de desafios sociais e ambientais. No âmbito corporativo, diz ele, as origens da tendência remontam à triagem negativa (“negative screening”), que elimina dos investimentos as companhias com práticas consideradas prejudiciais (“detrimental”) à sociedade.
Depois disso veio o ESG, que investidores mais sofisticados veem como uma poderosa ferramenta de mitigação de riscos na hora de alocar capital.
Os investidores passaram a buscar o retorno financeiro junto ao aspecto social e ambiental. “Realmente, são mais rigorosos em medir o impacto das atividades das companhias”, acentua Mafud.
Foi nessa linha que surgiu o conceito de valor compartilhado, termo criado por Michael E. Porter no livro “Creating Shared Value: How to reinvent capitalism—and unleash a wave of innovation and growth”, incorporando a criação de valor social e ambiental ao próprio modelo de negócio.
Conforme essas iniciativas começaram a mover capital na economia real – com instrumentos de dívidas baseados em performance de ESG (inclusive com redução de taxas), por exemplo, assim como títulos bancários, prêmios de executivos etc. – a avaliação de impacto ganhou uma importância estratégica cada vez maior nas empresas de todos os setores.
Ao menos em tese, uma gestão eficaz de ESG permite às empresas obter maior retorno, reduzir custos e absorver um diferencial competitivo importante frente a outros players. “Muitas vezes, investidores tradicionais não conseguem prever riscos em seus modelos de ESG, mas uma abordagem estruturada e disciplinada no tema pode realmente antecipar cenários”, diz o especialista.
Resta saber como as empresas retardatárias nesse processo reagirão ao descobrir que o fluxo de capital também se tornou mais caro – ou até mesmo indisponível – para elas. Sem dúvida, um tema que chegou para ficar. Boa leitura.
Silvimar Fernandes Reis é presidente do Conselho Editorial da Revista M&T
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