Anunciado em junho, o Plano Nacional de Exportações é uma das ferramentas que o governo brasileiro lança mão para tentar driblar os efeitos deletérios da acentuada queda da demanda interna. Em 2014, as exportações brasileiras de bens totalizaram 225,1 bilhões de dólares, mas é preciso ressaltar que a participação do país no comércio exterior não reflete a dimensão de sua economia. Com o sétimo PIB mundial, o Brasil ocupa apenas a 25ª posição entre os principais países exportadores.
Na verdade, a iniciativa só vem reforçar algo que já se desenha há algum tempo no setor de máquinas e equipamentos móveis para construção, por exemplo. Neste ano, o segmento – amplamente embasado em obras de infraestrutura – viu as vendas retraírem abruptamente e voltou-se em massa para o exterior, até pela oportunidade que a forte desvalorização do real abre para os produtos fabricados no país. Com o câmbio mais favorável e o mercado interno em queda, para muitas empresas brasileiras a exportação tornou-se a principal alternativa de vendas. As unidades industriais instaladas no país para atender à demanda interna tornam-se cada vez mais plataformas para exportação de produtos.
Tal tendência vem a calhar, uma vez que o país – que já ocupava uma posição baixa no ranking de exportação mundial – apresentou retração de 7% nesse setor, segundo dados da OMC (Organização Mundial do Comércio). A média mundial, ainda segundo a instituição, apresentou uma expansão mínima de 1% no período.<
Anunciado em junho, o Plano Nacional de Exportações é uma das ferramentas que o governo brasileiro lança mão para tentar driblar os efeitos deletérios da acentuada queda da demanda interna. Em 2014, as exportações brasileiras de bens totalizaram 225,1 bilhões de dólares, mas é preciso ressaltar que a participação do país no comércio exterior não reflete a dimensão de sua economia. Com o sétimo PIB mundial, o Brasil ocupa apenas a 25ª posição entre os principais países exportadores.
Na verdade, a iniciativa só vem reforçar algo que já se desenha há algum tempo no setor de máquinas e equipamentos móveis para construção, por exemplo. Neste ano, o segmento – amplamente embasado em obras de infraestrutura – viu as vendas retraírem abruptamente e voltou-se em massa para o exterior, até pela oportunidade que a forte desvalorização do real abre para os produtos fabricados no país. Com o câmbio mais favorável e o mercado interno em queda, para muitas empresas brasileiras a exportação tornou-se a principal alternativa de vendas. As unidades industriais instaladas no país para atender à demanda interna tornam-se cada vez mais plataformas para exportação de produtos.
Tal tendência vem a calhar, uma vez que o país – que já ocupava uma posição baixa no ranking de exportação mundial – apresentou retração de 7% nesse setor, segundo dados da OMC (Organização Mundial do Comércio). A média mundial, ainda segundo a instituição, apresentou uma expansão mínima de 1% no período.
O fato é que as empresas tentam compensar com a exportação uma redução média de 50% das vendas internas na Linha Amarela. Em alguns casos, a estratégia chegou mesmo a inverter a lógica das fábricas, que atualmente exportam a maior parte da produção. Para outras, o planejamento estratégico para contornar a situação ainda requer investimentos em maquinário e modernização, de modo a viabilizar a expansão externa e diminuir a dependência do Brasil. Por outro lado, o dólar novo também encareceu as importações, o que levou diversas empresas a iniciarem um movimento de nacionalização de matérias-primas e componentes. Isso pode ser um alento para os fornecedores.
Seja como for, para estas empresas, não é possível simplesmente aguardar pela recuperação do mercado brasileiro. É preciso correr atrás da demanda. Resta esperar que, quando o mercado interno se recuperar, elas tenham condições de manter o fornecimento dentro e fora do país, nos moldes do que o leitor pode conferir nas reportagens desta edição. Boa leitura.
Permínio Alves Maia de Amorim Neto
Presidente do Conselho Editorial
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