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Revista M&T - Ed.217 - Outubro 2017
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Gestão de Frotas

Controvérsia conceitual

Apesar de fundamentais para a produtividade, aferições também apresentam pontos polêmicos, como a inviabilidade prática da aplicação de determinadas metodologias

Em tese, os equipamentos são considerados bens patrimoniais de produção (bens de capital), adquiridos para gerar rentabilidade. No entanto, para o especialista em equipamentos compactos da Wacker Neuson, Mário Neves, os argumentos relativos à produtividade só despertam interesse de quem é remunerado por produção, e não por hora de máquina trabalhada. “No Brasil, grande parte do mercado é formada por pequenos e médios locadores que alugam seus equipamentos por hora/dia ou mês, com um limite de horas a ser respeitado. E para esse tipo de empresa, esses indicadores de produtividade não são importantes, já que não são remuneradas por isso”, provoca. “Ou seja, se a contratação é feita por hora, quanto mais a máquina fica à disposição do cliente, mais o prestador de serviço recebe.”

Vale ressaltar que o especialista se refere às empresas que alugam seus equipamentos com operadores e, na realidade, fazem o trabalho de empreiteiras. “Com exceção de algumas empresas que recebem por caminhões carregados, acredito que a produtividade seja restrita às grandes empresas, devido à organização acima da média, ou às mineradoras e à produção industrial, que fazem praticamente as mesmas operações todos os dias”, diz ele.

QUESTIONAMENTOS

Para o consultor Norwil Veloso, o ponto mais polêmico das aferições está relacionado à substituição. “Há situações em que o valor mais difundido corresponde a uma abordagem teórica inviável na prática, tanto que diversas empresas criaram metodologias próprias para definir esse ponto”, explica, destacando ainda que um dos métodos mais disseminados no mercado atualmente define que o custo total de manutenção na vida útil da máquina deve ser igual ao valor atualizado de aquisição, às vezes agregado a um fator “k”, que varia de 0,8 a 1,2, multiplicando esse custo.

É fato que muitos questionamentos são provenientes da escolha inadequada de indicadores sem relevância. O diretor da TMD, Silvimar F. Reis, reforça que eles variam conforme diferentes empresas e projetos, não podendo ser engessados nem definidos sem critérios individuais. “É preciso estar atento à análise destes questionamentos, inclusive se não há aversão dos gestores ao controle dos índices”, reflete


Em tese, os equipamentos são considerados bens patrimoniais de produção (bens de capital), adquiridos para gerar rentabilidade. No entanto, para o especialista em equipamentos compactos da Wacker Neuson, Mário Neves, os argumentos relativos à produtividade só despertam interesse de quem é remunerado por produção, e não por hora de máquina trabalhada. “No Brasil, grande parte do mercado é formada por pequenos e médios locadores que alugam seus equipamentos por hora/dia ou mês, com um limite de horas a ser respeitado. E para esse tipo de empresa, esses indicadores de produtividade não são importantes, já que não são remuneradas por isso”, provoca. “Ou seja, se a contratação é feita por hora, quanto mais a máquina fica à disposição do cliente, mais o prestador de serviço recebe.”

Vale ressaltar que o especialista se refere às empresas que alugam seus equipamentos com operadores e, na realidade, fazem o trabalho de empreiteiras. “Com exceção de algumas empresas que recebem por caminhões carregados, acredito que a produtividade seja restrita às grandes empresas, devido à organização acima da média, ou às mineradoras e à produção industrial, que fazem praticamente as mesmas operações todos os dias”, diz ele.

QUESTIONAMENTOS

Para o consultor Norwil Veloso, o ponto mais polêmico das aferições está relacionado à substituição. “Há situações em que o valor mais difundido corresponde a uma abordagem teórica inviável na prática, tanto que diversas empresas criaram metodologias próprias para definir esse ponto”, explica, destacando ainda que um dos métodos mais disseminados no mercado atualmente define que o custo total de manutenção na vida útil da máquina deve ser igual ao valor atualizado de aquisição, às vezes agregado a um fator “k”, que varia de 0,8 a 1,2, multiplicando esse custo.

É fato que muitos questionamentos são provenientes da escolha inadequada de indicadores sem relevância. O diretor da TMD, Silvimar F. Reis, reforça que eles variam conforme diferentes empresas e projetos, não podendo ser engessados nem definidos sem critérios individuais. “É preciso estar atento à análise destes questionamentos, inclusive se não há aversão dos gestores ao controle dos índices”, reflete. “Afinal, muitos deles não aceitam o sistema de métricas de avaliação, embora sejam profissionais importantes na sistemática de trabalho e tenham legitimidade para a definição dos indicadores.”

Em contraponto, para o diretor executivo de operações da Ouro Verde, Alexandre Rodrigues, não existem controvérsias que impeçam a medição de indicadores de aferição, pois toda a base de dados de manutenção ocorre dentro de um sistema preparado para realizar a gestão de equipamentos. “Se o sistema não fosse preparado para realizar a gestão de ativos, seria muito mais trabalhoso”, estima. “É preciso considerar que as atividades rotineiras de manutenção partem do pressuposto que toda intervenção é realizada por meio de sistema no qual é possível inserir os dados relativos à manutenção dos equipamentos.”

Sem titubear, Neves retruca: “Não existem índices confiáveis que comparem a produtividade de diferentes marcas e modelos. Nenhuma publicação, órgão público ou entidade faz esse tipo de teste de campo e divulga”, diz. “De modo que não existe um índice que sirva de parâmetro para os clientes poderem se basear na hora de escolher o equipamento que vão alugar.” Para ele, a falta de conhecimento dos profissionais que vendem equipamentos é mais um fator de peso contra a produtividade. “Perdi a conta de quantas vezes encontrei equipamentos mal dimensionados nas aplicações”, diz ele. “Desde pás carregadeiras com caçambas para terra transportando cavacos de madeira cinco vezes mais leves que a terra e minicarregadeiras trocando um jogo de pneus a cada 400 horas em trabalhos nos quais uma carregadeira compacta seria mais eficiente, até retroescavadeiras obstruindo ruas, danificando calçadas e gastando 30% do tempo em manobras que uma miniescavadeira faria pela metade do tempo.”

Para Neves, um equipamento caro, mas que produz muito, tende a ser mais rentável do que outro barato, mal configurado na aplicação e com baixa produtividade. “As maiores e mais caras máquinas do mundo são vendidas para mineradoras, justamente o tipo de empresa em que mais facilmente encontramos medições de níveis de produtividade”, pondera. / SC

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