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Revista M&T - Ed.153 - Dez/Jan 2012
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Manutenção

Como garantir uma frenagem segura

Apesar de envolver procedimentos simples, a manutenção do freio pneumático requer cuidados para minimizar riscos de acidente com o caminhão

Fundamentais para a segurança da operação, os freios pneumáticos são sistemas mecânicos acionados a ar e podem ser classificados em dois tipos distintos: a disco ou a tambor. Segundo avaliação de empresas especializadas, esse último está presente em 80% dos caminhões pesados em operação no Brasil. O predomínio da tecnologia é atribuído à má situação das estradas brasileiras, uma vez que a manutenção do freio a tambor é menos complexa quando comparada com o sistema a disco. Ambas as tecnologias, porém, têm as suas vantagens e desvantagens, sendo que o sistema a disco, em linhas gerais, oferece maior capacidade de frenagem.

Por se tratar de um processo totalmente dependente do ar comprimido, o sistema pneumático tem o compressor como seu coração. Por esse motivo, as condições desse componente devem ser mantidas dentro dos padrões estipulados pelos fabricantes, começando pela descarbonização do cabeçote do compressor, cuja execução precisa ser programada para períodos pré-estabelecidos.

Recomenda-se que essa tarefa seja realizada apenas por técnicos qualificados e com a utilizaçã


Fundamentais para a segurança da operação, os freios pneumáticos são sistemas mecânicos acionados a ar e podem ser classificados em dois tipos distintos: a disco ou a tambor. Segundo avaliação de empresas especializadas, esse último está presente em 80% dos caminhões pesados em operação no Brasil. O predomínio da tecnologia é atribuído à má situação das estradas brasileiras, uma vez que a manutenção do freio a tambor é menos complexa quando comparada com o sistema a disco. Ambas as tecnologias, porém, têm as suas vantagens e desvantagens, sendo que o sistema a disco, em linhas gerais, oferece maior capacidade de frenagem.

Por se tratar de um processo totalmente dependente do ar comprimido, o sistema pneumático tem o compressor como seu coração. Por esse motivo, as condições desse componente devem ser mantidas dentro dos padrões estipulados pelos fabricantes, começando pela descarbonização do cabeçote do compressor, cuja execução precisa ser programada para períodos pré-estabelecidos.

Recomenda-se que essa tarefa seja realizada apenas por técnicos qualificados e com a utilização de produtos originais. Também é preciso ficar atento para o fato de que os reservatórios de ar acumulam água com o uso contínuo do sistema. Nesse caso, a indicação é que, ao início ou fim de cada turno de trabalho, o operador faça a drenagem do reservatório de ar do freio, a fim de manter a total eficiência do conjunto.

Evitando os vazamentos

Um dos principais fatores responsáveis por falhas do freio pneumático, seja ele a disco ou a tambor, é a perda de pressão. Ela ocorre principalmente por danos nas conexões (roscas de bitolas incorretas). Se a rosca for conectada corretamente, mas sem a aplicação do torque especificado, os vazamentos também podem aparecer. Outra situação geradora de vazamentos é quando o reservatório de ar sofre alguma avaria.

Esses problemas podem ser identificados pelo próprio motorista, desde que ele se mantenha atento à operação. Na maioria dos veículos, a pressão do sistema de freio pneumático é registrada por manômetro instalado na cabine, permitindo que o motorista observe constantemente esse indicativo. Na maioria dos sistemas, a pressão padrão é de 8 bar, podendo haver circuitos com até 10 bar. Sendo assim, qualquer valor inferior a essa medida indica um problema que deve ser averiguado com a máxima urgência.

Ajustador de freios

A manutenção também envolve a regulagem periódica por meio de ajustadores de freio. No Brasil ainda é comum a utilização de ajustadores manuais. Nesse caso, a indicação é que o freio seja revisado e ajustado a cada 2 ou 3 mil km rodados. Isso porque, com a operação do caminhão, o desgaste da lona e do tambor de freio provoca um aumento da folga entre esses dois componentes, ocasionando a perda de performance do sistema. Nessa situação, o motorista deve fazer o ajuste e posicionar as lonas próximas ao tambor, levando em consideração tanto as folgas radiais quanto as axiais.

Em linhas gerais, indica-se a troca da bucha se a folga radial for maior que 0,8 mm. Se mesmo após essa troca a folga continuar com a mesma espessura, a solução é substituir o eixo expansor. Já a identificação de folga axial começa com a avaliação do eixo expansor. Se ele apresentar folga de até 1,5 mm, recomenda-se adicionar arruelas espaçadoras na sua extremidade. Caso a folga seja maior do que o valor citado, a solução é substituir o sistema, pois sua operação nessas condições acarretará um desgaste do eixo (próximo ao seu perfil), além de soltar o anel elástico e ocasionar o travamento do freio, resultando em grave risco de acidente (veja mais detalhes da manutenção dos ajustadores manuais no quadro ao lado).

Problemas com as mangueiras

A falta de eficiência no sistema de freio pneumático também pode estar relacionada a vazamento nas mangueiras, que costumam ser compostas de material flexível nesse tipo de conjunto. A maleabilidade é condição primordial para essas tubulações, pois evita a obstrução da passagem de ar. Isso pode acontecer com a incidência de carvão, produzido pelo próprio compressor de ar, que fica acumulado em uma curva rígida ou mal dimensionada da tubulação. Por esse motivo, os raios de curvatura das mangueiras do freio a ar devem seguir as especificações do fabricante do veículo.

Também há casos em que a mangueira foi contaminada por óleo lubrificante proveniente do compressor ou de outro sistema do caminhão. Ao se deparar com esse tipo de situação, o motorista ou o responsável pela manutenção do equipamento deve limpar a mangueira totalmente e identificar a fonte de contaminação. Com isso, é possível evitar que o óleo cause ressecamento ou derretimento da mangueira, devido às elevadas temperaturas que ele atinge durante a operação do veículo.

 

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