Ao final de 2024, as projeções de desempenho da construção são positivas e, na perspectiva das associações que fazem o acompanhamento setorial na área, o crescimento é uma realidade em diferentes segmentos.
Uma delas é a revisão do panorama de crescimento do setor em 2024, feita pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que elevou a expectativa de 3% para 3,5%.
Os fatores positivos que motivaram essa reavaliação incluem o aquecimento do mercado de trabalho, o bom desempenho da área imobiliária de padrão econômico e a expectativa de crescimento mais robusto da economia neste ano e no início do próximo.
“O setor vem em um ciclo virtuoso de crescimento”, avalia o presidente da CBIC, Renato Correia.
Segundo ele, o saldo de novas vagas geradas continua positivo, enquanto os empresários mantêm expectativas otimistas para o nív
Ao final de 2024, as projeções de desempenho da construção são positivas e, na perspectiva das associações que fazem o acompanhamento setorial na área, o crescimento é uma realidade em diferentes segmentos.
Uma delas é a revisão do panorama de crescimento do setor em 2024, feita pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que elevou a expectativa de 3% para 3,5%.
Os fatores positivos que motivaram essa reavaliação incluem o aquecimento do mercado de trabalho, o bom desempenho da área imobiliária de padrão econômico e a expectativa de crescimento mais robusto da economia neste ano e no início do próximo.
“O setor vem em um ciclo virtuoso de crescimento”, avalia o presidente da CBIC, Renato Correia.
Segundo ele, o saldo de novas vagas geradas continua positivo, enquanto os empresários mantêm expectativas otimistas para o nível de atividade nos próximos seis meses.
“Diante desses fatores, é possível que o crescimento supere o inicialmente previsto”, aponta.
Correia, do CBIC: Ciclo virtuoso de crescimento
Contudo, a CBIC também salienta a imposição de obstáculos ao crescimento, como a perspectiva de novos aumentos na taxa de juros, que podem deprimir a intenção de investimentos.
“Também é importante considerar a pressão sobre a disponibilidade de recursos do crédito imobiliário”, diz Correia.
“Esses fatores podem provocar forte impacto e gerar um desempenho abaixo do esperado, mesmo diante dos indicadores positivos”, reforça.
Por sua vez, o diretor de planejamento e economia da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), Roberto Figueiredo Guimarães, acentua que muitas obras estão prestes a acontecer no Brasil.
“Não são apenas desejos, mas sim projetos estruturados já em andamento no país, por estados, municípios e em âmbito federal”, observa.
De acordo com ele, o ano de 2024 vem atingindo o valor mais alto da evolução dos investimentos em infraestrutura, chegando a R$ 259,3 bilhões.
“Desse total, R$ 197,1 bilhões são provenientes da iniciativa privada, e R$ 62,2 bilhões do poder público”, informa.
O programa brasileiro de investimentos, destaca Guimarães, atualmente ocupa uma posição de destaque entre os maiores do mundo, atrás apenas da China, mas já se equiparando à Índia.
“Atualmente, o país está alocando apenas 2,2% do PIB, mas o ideal é 4,31%”, posiciona o diretor.
“Ou seja, é preciso dobrar o que está sendo investido atualmente para se obter o mínimo de condições em infraestrutura.”
Guimarães: país precisa dobrar investimentos em infraestrutura
TRABALHO À VISTA
Nesse quadro, a previsão é de bastante trabalho. No setor de transportes e logística, em 2024 foram investidos R$ 63 bilhões, porém o valor necessário é de R$ 264,4 bilhões.
Ou seja, há um gap de investimentos de R$ 201,4 bilhões.
A diferença de aporte também acontece nas áreas de telecomunicações e saneamento, nas quais os investimentos neste ano foram de R$ 43 bilhões e R$ 34 bilhões, respectivamente, mas a previsão é de aumento para R$ 88,9 bilhões e R$ 52,7 bilhões.
Dados levantados pela ABDIB listam vários projetos do Novo PAC Infra sendo estruturados por órgãos como BNDES, Caixa Econômica e órgãos privados, para serem ofertados ao mercado em breve.
O extenso rol de obras inclui 30 aeroportos, 17 ferrovias, 47 empreendimentos de energia elétrica, 5 de comunicação, 31 de infraestrutura administrativa, 184 de infraestrutura social, 45 em mobilidade urbana, 46 na área portuária, 68 na rodoviária e 25 em saneamento.
Somente para o projeto Rodovias Integradas do Paraná – Lote 4, por exemplo, há investimentos estimados de R$ 8,3 bilhões.
A obra contempla uma extensão de 628 km, incluindo trechos das rodovias federais BR-272 / 369/ 376 / PR e das estaduais PR-182 / 272/ 317/ 323/ 444/ 862/ 897/ 986.
O lote faz a ligação de Cornélio Procópio a Guaíra, passando pelas cidades de Londrina, Maringá e Umuarama.
O trecho também conecta Maringá a Diamante do Norte, no noroeste do estado.
Os investimentos abrangem a duplicação de 176 km de rodovias, implantação de 157 km de faixas adicionais, 44 de vias marginais e 49 de acostamentos, além da correção de traçado em 2,5 km de via.
Estão previstos, ainda, 59,2 km de obras de contorno em Itaúna do Sul, norte de Londrina, Nova Londrina e sul de Maringá, além da implantação de 101 interseções em desnível, 1 viaduto, 1 ponte, 33 retornos, 56 passarelas, 50 obras de arte especiais e 50,5 km de ciclovias.
Por parte do governo federal, os leilões também continuam avançando.
Programa brasileiro de investimentos ocupa
posição de destaque entre os maiores do mundo
O Ministério dos Transportes (MT) informou que pretende conceder mais seis rodovias ao setor privado no 2º semestre de 2025, em modelos de contratos mais ‘enxutos’, que têm sido chamados de ‘inteligentes ou lights’.
As estradas em estudo ficam nos estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Para atrair os investidores, o governo quer facilitar essas concessões por meio da redução de obrigações contratuais, demandando menos investimentos e prometendo um retorno mais rápido.
Além disso, o prazo de concessão deve ser menor em relação aos contratos convencionais.
A diferença entre esse tipo de leilão e o tradicional, segundo o ministério, é o serviço a ser disponibilizado na rodovia.
Quando participa de um leilão normal, a concessionária realiza obras de duplicação e melhorias de capacidade.
Já as rodovias em estudo não têm essa necessidade, devido ao fluxo menor de veículos, embora possuam transporte relevante de carga.
As rodovias em estudo de concessão incluem a BR-393 (RJ), BR-356 e a rodovia estadual 240/RJ, além de BR-242, BR-101 (BA), BR-040 (GO), BR-262 (MG-ES) e várias rodovias de Santa Catarina.
SÃO PAULO
Em São Paulo, o governo do estado alcançou mais de R$ 300 bilhões contratados em investimentos em 2024, impulsionados pela Maratona de Leilões, realizada em novembro.
O valor ultrapassou os R$ 500 bilhões previstos até o fim de 2026, em parcerias com empresas privadas via Programa de Parcerias de Investimentos (PPI-SP).
No segmento de obras rodoviárias, o destaque é a concessão de 460 km em 12 rodovias da Rota Sorocabana ao Grupo CCR, que venceu o leilão com proposta de R$ 1,6 bilhão e vai investir R$ 8,8 bilhões, recurso que será aplicado em faixas adicionais, marginais e ciclovias, além de novos acessos e obras de infraestrutura viária.
O projeto da Rota Sorocabana contempla a concessão de trechos rurais atualmente operados pela ViaOeste, assim como a inclusão de estradas sob gestão do DER-SP (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo).
O projeto abrange 460 km de rodovias localizadas na região sudoeste do estado, sendo que a concessão inclui as rodovias SP-280, SP-075, SPI-091 / 270, SPI-087 / 270, SPI-060 / 270, SP-270, SP-079, SPA-053 / 280, SPA-103 / 079, SPA-104 / 079, SP-264 e SPA-160 / 250.
Na região, serão beneficiados os municípios de Alumínio, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Cotia, Ibiúna, Itu, Juquiá, Mairinque, Piedade, Pilar do Sul, Salto de Pirapora, São Miguel Arcanjo, São Roque, Sorocaba, Tapiraí, Vargem Grande Paulista e Votorantim.
Em geral, o estado prevê boa movimentação em obras rodoviárias nos próximos meses.
O Consórcio Novo Litoral, por exemplo, assumiu a operação das rodovias que integram o Lote Litoral Paulista, que liga o Alto Tietê ao litoral e interior de São Paulo.
Programa de leilões de ativos continua avançando no país
O contrato de concessão tem validade de 30 anos e, ao todo, estão previstos investimentos de R$ 4,3 bilhões em obras, com duplicações e implantações de vias, além da instalação de 15 pontos de pedágio.
O consórcio é formado pelas empresas CLD Construtora, Laços Detetores e Eletrônica e pela Companhia Brasileira de Infraestrutura (CBI), que serão responsáveis por investir e melhorar a infraestrutura das estradas com mais de 90 km de duplicações, 10 km de faixas de ultrapassagem, 47 km de acostamentos, 73 km de ciclovias e 27 novas passarelas para pedestres em até 30 anos.
O contrato foi assinado em 3 de outubro, com operação iniciada em 1º de novembro de 2024.
Inicialmente, o projeto de concessão foi apresentado pela Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) em outubro de 2019.
A iniciativa inclui a cessão de 213,5 km de trechos das rodovias Mogi-Bertioga (SP-98), Padre Manoel da Nóbrega/ Cônego Rangoni (SP-55) e Mogi-Dutra (SP-88).
O leilão que definiu a concessionária responsável aconteceu em abril de 2024.
SANEAMENTO
Para 2025, o governo do estado de São Paulo deve fazer uma nova rodada de concessões de saneamento básico e resíduos sólidos, com capacidade para gerar mais de R$ 30 bilhões de investimentos.
De acordo com a Agência Infra, o Projeto UniversalizaSP deve começar a avançar com mais velocidade nos próximos meses, com a definição dos novos prefeitos em cerca de 250 cidades que não estão sob gestão da Sabesp.
O governo estadual informa que, somente nesses municípios sem cobertura da Sabesp, os investimentos necessários para a universalização são estimados em mais de R$ 30 bilhões, levando em consideração escalas adequadas para que seja possível financiar os projetos.
Vale destacar ainda uma série de obras de coletores-tronco de esgoto em andamento até 2025 na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, que está recebendo investimentos de R$ 80 milhões por parte da Sabesp.
No total, são 34 km de coletores, que levarão o esgoto até a Estação de Tratamento (ETE) Parque Novo Mundo, na capital, em um projeto que visa a despoluir o Rio Cabuçu, em Guarulhos, e também o Rio Tietê, já que o esgoto sem tratamento tem esse curso de água como destino.
Saiba mais:
ABDIB: www.abdib.org.br
CBIC: https://cbic.org.br
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