Atendendo às solicitações de seus clientes, a Volvo Caminhões reforça a aposta no segmento de pesados – o principal filão de negócios da marca – com a introdução de uma renovada Linha F, que segundo a montadora traz tecnologias até então inéditas no mercado brasileiro.

Os veículos trazem de série um inédito pacote de dispositivos de segurança, além de novo painel com plataforma digital avançada e aprimoramentos de aerodinâmica e conectividade, que prometem redução de 5% no consumo de combustível.

Lançada na Europa no ano passado, a linha atualiza três modelos da marca (FH, FM e FMX) e introduz uma espécie de versão “spin-off” deste último, mas com maior capacidade de carga (FMX Max). Já em pré-venda, as entregas dos novos modelos devem se iniciar em outubro deste ano.

“Com três caminhões apresentados simultaneamente, é o maior lançamento da empresa no mundo”, exulta Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo na América Latina, destacando que o projeto integra o ciclo de investimentos de R$ 1 bilhão previsto pela montadora até o final de 2022.

PROJETO

Com a nova linha, a fabricante promove a unificação dos projetos em termos de design, cabine e tecnologia, de modo que as plataformas dos modelos FM (para distribuição) e FMX (para operações pesadas) agora compartilham características com o FH (para transporte de longa distância e campeão de vendas da marca), mantendo itens da linha anterior como motorização Volvo de 13 l, caixa i-Shift de 6ª geração e sistema inteligente de aceleração.

Segundo a fabricante, os novos modelos aproveitam os elementos de design da versão anterior para reduzir o arrasto aerodinâmico, trazendo cantos arredondados e menos frestas. As luzes de pisca-alerta também foram redesenhadas e, agora, estão presentes nas portas, em linha com a aerodinâmica das novas cabines. “Além disso, os faróis inteligentes de LED em V adaptam automaticamente o facho de luz alta, sem ofuscar a visão de veículos trafegando em sentido contrário”, descreve Jeseniel Valério, gerente de engenharia de vendas da Volvo Caminhões.

Na parte interna da cabine, o painel foi redesenhado e ganhou novos displays, além da opção de uma central multimídia sensível ao toque.

Centralizado, um display de 12” traz o painel de instrumentos com quatro opções de tela. Uma câmera instalada do lado do passageiro cobre os pontos-cegos, enquanto podem ser visualizadas até oito câmeras na nova tela digital de 9”. “Há um ganho de espaço interno na cabine de mil litros na opção de teto alto”, destaca Rafael Erbano, engenheiro de vendas da Volvo Caminhões.

Reposicionada, a nova alavanca de controle da caixa da transmissão i-Shift promete melhor ergonomia, aprimorando a circulação do motorista na cabine.

Como destaque de segurança, os modelos ganharam um pacote de fábrica com controle eletrônico de frenagem e diversos features, como controle de tração, assistente de partida em rampa, luz de freio de emergência, freio automático de estacionamento e freios eletrônicos EBS.

Por meio de um botão, é possível acessar os modos de condução. E o piloto automático adaptativo também evoluiu. “Chamado ‘stop and go’, esse sistema acompanha o veículo da frente de forma autônoma e suave, acionando automaticamente os freios de serviço, caso esse ciclo de trânsito seja necessário”, explica Valério.

Recurso inédito na marca, o Piloto Automático de Descida modula o freio motor VEB (de 410 ou 510 cv) e os freios de serviço, conforme a necessidade – desde que a carreta também esteja equipada com ABS. “Normalmente, esse ‘blending’ é utilizado em serras ou declives mais longos, para manter a velocidade indicada para o trecho e garantir assim a segurança”, diz Valério.

Já o sistema i-See, que identifica antecipadamente a topografia e escolhe automaticamente as marchas, já vem pré-mapeado de fábrica e permite baixar os mapas para a memória do caminhão. Sempre que inicia uma nova rota, o veículo conectado recebe os dados e antecipa o trajeto no piloto automático. “Decisões de troca de marcha, aceleração e frenagem do piloto automático estão mais rápidas e apuradas, otimizando o consumo”, assegura o especialista.

VOCACIONAIS

No portfólio da Volvo, a nova Linha F substitui a oferta atual, com exceção do FMX, que continua com os modelos anteriores, tanto caminhões tratores como plataformas rígidos. Além de receber o pacote tecnológico e cabines totalmente redesenhadas, a nova versão do FMX traz outras alterações, como o pino de reboque frontal com acesso mais fácil, agora centralizado e construído com travessa frontal em ferro fundido.

“Nesse modelo, as colunas das cabines também são mais estreitas, as janelas foram rebaixadas e o para-brisa é maior”, cita William Junqueira, engenheiro de vendas da Volvo Caminhões, acrescentando que, além dos três modos de condução compartilhados na Linha F (Econômico, Standard e Performance), o modelo vocacional agrega os modos Off Road e Heavy-Duty, trazendo ainda a caixa i-Shift fora de estrada com opção de marchas superreduzidas.

Mas há mais para o setor. Voltado para condições extremas de carga, o modelo FMX Max é a principal novidade da Linha F para o mercado de construção e mineração pesada. De acordo com Alcides Cavalcanti, diretor comercial da Volvo Caminhões, o modelo surgiu de uma demanda insistente dos clientes que já utilizam o FMX em suas operações pesadas.

Assim, o novo cavalo mecânico não substitui a versão atual, mas complementa a linha, atuando em um nicho de maior capacidade com configurações 6x4, 6x6 e 8x4. “É um caminhão específico, pela sua carga e conjunto”, diz o diretor. “Então, veremos muitos FMX 6x4 e 8x4 junto ao FMX Max 8x4 operando na mineração e na construção.”

Com opções de motorização de 460, 500 e 540 cv, o caminhão traz nova suspensão traseira, que permite capacidade de carga vertical de até 38 t. Já a suspensão dianteira possui molas com quatro lâminas, com capacidade para até 20 t. Assim, o peso bruto total (PBT) chega a 58 t em um veículo 8x4, superando o FMX em até 6 t na operação caçamba – e de quebra igualando seu principal concorrente no segmento.

Construído em três partes, o para-choques frontal possui maior ângulo de ataque e vão livre em relação ao solo, incluindo ainda faróis com grade de proteção de série. “Construído em aço especial, o chassi foi reforçado com travessa em ferro fundido e novos suportes da suspensão”, sublinha Glenio Karas, engenheiro de vendas da Volvo. “Também ganhou novos eixos, com maior capacidade de tração e carga vertical.”

Com capacidade de tração de 225 t, o conjunto do trem de força traz de série itens como freio motor de 510 cv e retarder hidráulico, que somados entregam uma força de frenagem acima de 1.100 cv. “O modelo traz velocidades médias maiores, aumentando o número de viagens de transporte”, completa Valério. “E aumento da capacidade de carga traz aumento da produtividade (carga líquida), que os clientes pediam e esperam.”

SERVIÇOS

Em serviços, os novos modelos chegam ao mercado acompanhados por uma nova oferta em planos de manutenção da marca. Com a mesma cobertura do plano ‘Ouro’, a nova opção ‘Ouro Flex’ é adaptada ao perfil do negócio do cliente, diz a empresa, com custos embasados na quilometragem rodada. “É uma opção para operações com maior variação de quilometragem, devido a fatores como sazonalidade”, ressalta Cavalcanti, destacando que a conectividade permite um monitoramento detalhado de cada veículo. “Assim, o cliente só paga pelo que usar.”
Além disso, a plataforma de gestão de frota ‘Dynafleet’ foi rebatizada como ‘Connect’.

Por enquanto disponível apenas para a nova Linha F, o novo portal digital ‘Volvo Connect’ permite integrar informações ao sistema por meio de APIs (Application Programming Interface), dentre outras funcionalidades. “Essa ferramenta traz maior visibilidade à agenda de serviços oferecida nas concessionárias, com extratos do que está sendo feito no caminhão e possibilidade de agendamento”, afirma o diretor. “Até para que o cliente possa acompanhar melhor seus custos de manutenção.”

Por falar em custos, o aumento nos preços dos veículos é algo bastante previsível na nova Linha F, tanto pelos novos recursos tecnológicos disponibilizados como pela própria conjuntura atual da indústria. “Além de toda a tecnologia que a nova linha está trazendo, há uma pressão de custos nos últimos meses, com impacto nos custos dos caminhões, cujos preços também estão subindo de forma significativa”, avalia Cavalcanti. “Ainda assim, são insuficientes em relação ao aumento de custo na produção.”

Segundo o executivo, já é dado como certo que haverá aumento na tabela, mas momentaneamente a empresa evita qualquer posicionamento nesse sentido, pois ainda não fechou os cálculos para embasar sua nova política de preços. “A modernidade tem um custo, mas é um custo justo que vamos pedir aos nossos clientes”, frisa Cavalcanti.

Desempenho no semestre confirma expectativas

Em janeiro, o Grupo Volvo fez uma projeção de avanço de 40% para o mercado de caminhões neste ano. Ao virar o semestre e revisar as expectativas, esse número já parece bem mais que factível. “Quando falamos em 40% de aumento do mercado em relação ao ano passado, muita gente desconfiou e achou muito alto”, recorda Alcides Cavalcanti, diretor comercial da Volvo Caminhões. “Agora, é o que estamos vendo acontecer.” Segundo a empresa, a produção já está totalmente vendida até a entrada dos novos produtos da Linha F, prevista para outubro.

“Até o momento, o aumento nas vendas para o mercado acima de 16 toneladas é de 48%”, detalha Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo na América Latina. “E essa tendência deve continuar no ano que vem.”

Na área de financiamentos e serviços financeiros, o ritmo também segue forte, com crescimento de 12% na carteira entre janeiro e maio. “Temos projeções recordes de financiamentos de 3,6 a 4 bilhões de reais”, destaca Carlos Ribeiro, presidente da VFS para a América do Sul.

Saiba mais:
Grupo Volvo: www.volvo.com.br