“Mesmo este substancial aumento da taxa de juros ainda é melhor do que a extinção do programa, uma das mais importantes ferramentas de alavancagem e incentivo ao investimento em bens de capital no país”.
Em um ano de ajustes econômicos que tem tudo para ser bastante atribulado para a indústria de equipamentos pesados, um dos pontos mais sensíveis em pauta certamente é a recente renovação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que reduziu o percentual do bem a ser financiado e elevou significativamente os juros das operações.
Após longo impasse sobre a continuidade do programa, a mudança foi arrolada pela eliminação de repasses do Tesouro Nacional ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dentro da estratégia de esforço fiscal adotada pela nova equipe econômica para ajustar as contas públicas. Com isso, o BNDES passa a operar as linhas do PSI com recursos próprios, o que de saída reduziu o volume total de recursos para empréstimos às empresas de R$ 80 bilhões para R$ 50 bilhões, sem previsão de novos repasses.
As mudanças, entretanto, vão além. Pelas novas regras, o BNDES deixará de financiar 100% do bem a ser adquirido. Como estipulado na nova resolução, o percentual passará a ser de até 70% do bem a ser financiado, enquanto empresas de maior porte poderão financiar em até 50% do valor para veículos rodoviários, caminhões, máquinas e equipamentos agrícolas e demais máquinas e equipamentos novos.
Além disso,
“Mesmo este substancial aumento da taxa de juros ainda é melhor do que a extinção do programa, uma das mais importantes ferramentas de alavancagem e incentivo ao investimento em bens de capital no país”.
Em um ano de ajustes econômicos que tem tudo para ser bastante atribulado para a indústria de equipamentos pesados, um dos pontos mais sensíveis em pauta certamente é a recente renovação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que reduziu o percentual do bem a ser financiado e elevou significativamente os juros das operações.
Após longo impasse sobre a continuidade do programa, a mudança foi arrolada pela eliminação de repasses do Tesouro Nacional ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dentro da estratégia de esforço fiscal adotada pela nova equipe econômica para ajustar as contas públicas. Com isso, o BNDES passa a operar as linhas do PSI com recursos próprios, o que de saída reduziu o volume total de recursos para empréstimos às empresas de R$ 80 bilhões para R$ 50 bilhões, sem previsão de novos repasses.
As mudanças, entretanto, vão além. Pelas novas regras, o BNDES deixará de financiar 100% do bem a ser adquirido. Como estipulado na nova resolução, o percentual passará a ser de até 70% do bem a ser financiado, enquanto empresas de maior porte poderão financiar em até 50% do valor para veículos rodoviários, caminhões, máquinas e equipamentos agrícolas e demais máquinas e equipamentos novos.
Além disso, as taxas de juros que antes variavam de 4% a 6% agora serão maiores. Para aquisição de bens de capital, incluindo equipamentos para pavimentação, máquinas agrícolas, equipamentos especiais adaptáveis a chassis (como plataformas, guindastes, betoneiras e compactadores) e outros, a taxa subiu para um patamar variável de 7% até 10% ao ano. Para ônibus e caminhões, passou para 9,5% ao ano para pequenas empresas e para 10% ao ano para grandes empresas. Por sua vez, as linhas para componentes, inovação e máquinas e equipamentos eficientes subiram de 4% ao ano para 6,5% a 7% ao ano.
Com isso, as expectativas inevitavelmente recaem sobre o comportamento futuro das empresas, cujas vendas até então eram amplamente embasadas no programa de financiamento do governo e, desse modo, clamavam por definições em seu escopo para 2015. O risco é que, com as novas condições, algumas linhas se tornem menos competitivas e, até mesmo, tenham sua produção local inviabilizada. Mas isso só o tempo (e a demanda) dirá.
O fato inescapável é que nas atuais condições de mercado mesmo este substancial aumento da taxa de juros do PSI ainda é melhor do que a extinção do programa, uma das mais importantes ferramentas de alavancagem e incentivo ao investimento em bens de capital no país. Uma indústria que, diga-se, amadureceu muito na última década, atingindo níveis de excelência tecnológica que antes eram inimagináveis no Brasil, como o leitor pode conferir em reportagens contidas nesta edição. Boa leitura.
Claudio Schmidt
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