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Revista M&T - Ed.173 - Outubro 2013
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Editorial

Apagão da mão de obra reflete gargalo na educação

Após um avanço sem precedentes no setor nacional da construção, um assunto diretamente relacionado ao crescimento do PIB ganhou as páginas da imprensa e as atenções do próprio Estado. Como em outras áreas, a falta de mão de obra vem desenhando um quadro de penúria no segmento, com impacto negativo sobre o andamento das obras de infraestrutura.

O problema atingiria pessoal de todos os níveis, mas – segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil (Sintracon/SP) – são profissionais mais qualificados que fazem maior falta. Na área de engenharia, fala-se em um déficit de mais de 150 mil profissionais.

Sob qualquer ângulo de análise, o problema certamente passa pela capacidade do sistema educacional do país, que forma cerca de 40 mil engenheiros por ano (0,02% da população), enquanto países como China e Rússia diplomam respectivamente 650 mil (0,04%) e 190 mil (0,12%) novos profissionais todos os anos.

Por outro lado, entre 2000 e 2010 a proporção de graduados na área caiu de 2,76% para 1,45% em relação ao total dos diplomados no país. Com isso, há hoje no Brasil um contingente de 600 mil engenheiros, o equivalente a 6 profissionais para cada mil trabalhadores. Como comparação, nos EUA a proporção é de 25 engenheiros por mil trabalhadores, segundo estudos realizados pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).

Frente ao gargalo, o governo resolveu agir e lançou o Pró-Engenharias (Programa de Apoio ao Ensino e à Pesquis


Após um avanço sem precedentes no setor nacional da construção, um assunto diretamente relacionado ao crescimento do PIB ganhou as páginas da imprensa e as atenções do próprio Estado. Como em outras áreas, a falta de mão de obra vem desenhando um quadro de penúria no segmento, com impacto negativo sobre o andamento das obras de infraestrutura.

O problema atingiria pessoal de todos os níveis, mas – segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil (Sintracon/SP) – são profissionais mais qualificados que fazem maior falta. Na área de engenharia, fala-se em um déficit de mais de 150 mil profissionais.

Sob qualquer ângulo de análise, o problema certamente passa pela capacidade do sistema educacional do país, que forma cerca de 40 mil engenheiros por ano (0,02% da população), enquanto países como China e Rússia diplomam respectivamente 650 mil (0,04%) e 190 mil (0,12%) novos profissionais todos os anos.

Por outro lado, entre 2000 e 2010 a proporção de graduados na área caiu de 2,76% para 1,45% em relação ao total dos diplomados no país. Com isso, há hoje no Brasil um contingente de 600 mil engenheiros, o equivalente a 6 profissionais para cada mil trabalhadores. Como comparação, nos EUA a proporção é de 25 engenheiros por mil trabalhadores, segundo estudos realizados pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).

Frente ao gargalo, o governo resolveu agir e lançou o Pró-Engenharias (Programa de Apoio ao Ensino e à Pesquisa Científica e Tecnológica em Engenharias), um projeto de R$ 1,3 bilhão que visa a duplicar o número de engenheiros formados no país a partir de 2016 e reduzir a taxa de evasão nos cursos de engenharia, que em algumas escolas chega a 55%. O problema é que, por falta de investimentos, o programa ainda não saiu do papel.

Acuado, o governo já estuda como facilitar a vinda de engenheiros estrangeiros para trabalhar no Brasil. O fato é que, independentemente do mérito de iniciativas imediatistas como essa, trata-se de um recurso anódino, que não soluciona um problema conjuntural de fundo em nossa sociedade, que é a educação precária, sem a qual jamais conseguiremos avançar para o grupo de potências mundiais com altíssimo nível de competitividade. Sobre este assunto, leia também a “Coluna do Yoshio” nesta edição, ao lado de reportagens sobre o mercado de soluções para concreto, mineração, pós-venda e outros temas. Boa leitura.

Claudio Schmidt

Presidente do Conselho Editorial

 

 

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