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Revista M&T - Ed.183 - Setembro 2014
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Coluna Yoshio

A visão sistêmica nas organizações

Processos antagônicos nas organizações podem criar situações que demandem uma abordagem mais abrangente (ou menos reducionista) dos seus gestores

No universo corporativo, é bastante comum deparar-se com algum problema crônico que, ano após ano, persiste entranhado nas organizações, desafiando continuamente gerações de profissionais e executivos. Muitas vezes, em casos mais complexos, trata-se de uma situação que remete à brincadeira de “gato e rato”, escalando e imiscuindo-se às atividades e controles internos, sem nunca chegar-se a uma situação mais controlada e estável.

Vejamos um exemplo. Em uma recente tentativa de explicar a visão sistêmica a um grupo de jovens profissionais, tomei emprestado o “case” de uma empresa de transporte de carga e logística, de modo a indicar como os processos antagônicos nas organizações podem criar situações que demandem uma abordagem mais abrangente (ou menos reducionista) dos seus gestores.

No caso em questão, a empresa vem seguidamente registrando horas-extras excessivas, um fator que evidentemente incomoda muito, ao menos por dois aspectos fundamentais. O primeiro, evidentemente, é o custo das horas-extras, sempre vistas como indesejáveis. O segundo é o fato de que cada vez que ocorre a hora-extra, também há indisponibilidade do caminhão, causando uma necessidade de onerosas reprogramações e mudanças de agenda para atender ao próximo cliente. Obviamente, o número de motoristas representa mais de 50% dos empregados da empresa, conferindo uma dimensão significativa ao problema.

Frente a isso, a empresa tenta evitar as horas-extras com treinamentos, programas de conscientização e sistemas de rastreamento e monitoramento. Mas cada uma dessas ações – além de incrementar o custo do controle – gera um resultado efêmero, levando a empresa a ter de seguidamente buscar uma nova medida protelatória.

Então, urge descobrir como a visão sistêmica poderia ser aplicada para melhorar os resultados. Que o objetivo da empresa é reduzir os custos e obter disponibilidade de veículos é algo evidente. Mas, qual é o objetivo do motorista?

Claro, é conseguir uma remuneração melhor. Assim, não se trata de fazer horas-extras por gosto, mas sim para se ganhar melhor. Portanto, não será um simples monitoramento que resolverá o problema, pois os processos são francamente antagônicos. Ou seja, os objetivos das partes não estão alinhados!

Que tal adotar uma abordagem inovadora, criando uma possib


No universo corporativo, é bastante comum deparar-se com algum problema crônico que, ano após ano, persiste entranhado nas organizações, desafiando continuamente gerações de profissionais e executivos. Muitas vezes, em casos mais complexos, trata-se de uma situação que remete à brincadeira de “gato e rato”, escalando e imiscuindo-se às atividades e controles internos, sem nunca chegar-se a uma situação mais controlada e estável.

Vejamos um exemplo. Em uma recente tentativa de explicar a visão sistêmica a um grupo de jovens profissionais, tomei emprestado o “case” de uma empresa de transporte de carga e logística, de modo a indicar como os processos antagônicos nas organizações podem criar situações que demandem uma abordagem mais abrangente (ou menos reducionista) dos seus gestores.

No caso em questão, a empresa vem seguidamente registrando horas-extras excessivas, um fator que evidentemente incomoda muito, ao menos por dois aspectos fundamentais. O primeiro, evidentemente, é o custo das horas-extras, sempre vistas como indesejáveis. O segundo é o fato de que cada vez que ocorre a hora-extra, também há indisponibilidade do caminhão, causando uma necessidade de onerosas reprogramações e mudanças de agenda para atender ao próximo cliente. Obviamente, o número de motoristas representa mais de 50% dos empregados da empresa, conferindo uma dimensão significativa ao problema.

Frente a isso, a empresa tenta evitar as horas-extras com treinamentos, programas de conscientização e sistemas de rastreamento e monitoramento. Mas cada uma dessas ações – além de incrementar o custo do controle – gera um resultado efêmero, levando a empresa a ter de seguidamente buscar uma nova medida protelatória.

Então, urge descobrir como a visão sistêmica poderia ser aplicada para melhorar os resultados. Que o objetivo da empresa é reduzir os custos e obter disponibilidade de veículos é algo evidente. Mas, qual é o objetivo do motorista?

Claro, é conseguir uma remuneração melhor. Assim, não se trata de fazer horas-extras por gosto, mas sim para se ganhar melhor. Portanto, não será um simples monitoramento que resolverá o problema, pois os processos são francamente antagônicos. Ou seja, os objetivos das partes não estão alinhados!

Que tal adotar uma abordagem inovadora, criando uma possibilidade real de ganho para o motorista, que seja baseada – por exemplo – na pontualidade de seu retorno e, assim, possa extinguir o sistema que resulta em atraso para gerar horas-extras? Ao alinhar os objetivos, mesmo que não se elimine os custos das horas-extras, pode-se ganhar eficiência na operação e estimular a pontualidade do serviço.

Esta simples hipótese serve para alertar profissionais e executivos que muitos problemas renitentes nas organizações resultam diretamente de processos antagônicos. É nesse sentido que a visão sistêmica – ao abordar as partes do todo como sistemas interconectados – permite desenhar soluções mais abrangentes e eficazes.

*Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

 

 

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