Impulsionada pela pandemia, a digitalização da construção caminha a passos largos na Europa, talvez o principal centro de desenvolvimento tecnológico desta indústria na atualidade. Mas, como ocorre em toda transformação estratégica profunda, o processo tem levantado debates no Velho Continente, o que pode indicar caminhos de tratar a questão quando essas tecnologias aportarem por aqui. Ou talvez nem seja preciso esperar que isso ocorra para refletir sobre o assunto, que transcende o mero uso de recursos eletrônico-digitais inovadores.
Durante a comemoração do 60º aniversário do Comitê Europeu de Equipamentos para Construção (CECE), realizado no final do ano passado em Bruxelas, alguns pontos foram levantados. A conferência – oportunamente intitulada “Dos tijolos aos bytes” – buscou analisar como a inovação pode contribuir para o setor de forma sustentável, focando nos impactos sociais e ambientais da digitalização, além de prospectar maneiras de transformar a mentalidade de usuários, contratantes e fabricantes no que se refere ao tema. O que, na visão europeia, constitui a maior barreira para o novo cenário surgir.
Como ressaltou o presiden
Impulsionada pela pandemia, a digitalização da construção caminha a passos largos na Europa, talvez o principal centro de desenvolvimento tecnológico desta indústria na atualidade. Mas, como ocorre em toda transformação estratégica profunda, o processo tem levantado debates no Velho Continente, o que pode indicar caminhos de tratar a questão quando essas tecnologias aportarem por aqui. Ou talvez nem seja preciso esperar que isso ocorra para refletir sobre o assunto, que transcende o mero uso de recursos eletrônico-digitais inovadores.
Durante a comemoração do 60º aniversário do Comitê Europeu de Equipamentos para Construção (CECE), realizado no final do ano passado em Bruxelas, alguns pontos foram levantados. A conferência – oportunamente intitulada “Dos tijolos aos bytes” – buscou analisar como a inovação pode contribuir para o setor de forma sustentável, focando nos impactos sociais e ambientais da digitalização, além de prospectar maneiras de transformar a mentalidade de usuários, contratantes e fabricantes no que se refere ao tema. O que, na visão europeia, constitui a maior barreira para o novo cenário surgir.
Como ressaltou o presidente do CECE, Enrico Prandini, é preciso criar as condições de garantir o crescimento econômico e a estabilidade social por meio de uma abordagem mais sustentável da construção. Segundo ele, isso só será possível com a otimização dos processos de trabalho por meio da digitalização, permitindo o desenvolvimento da inovação e evitando regulamentações exageradas, que poderiam dificultar a transformação da indústria.
Os especialistas também deixaram claro como a construção é um fator econômico chave para a economia dos países europeus, onde o setor representa 40% do consumo de energia, responde por 36% do total de emissões de CO2, absorve 50% da matéria-prima produzida, gera 33% dos resíduos e utiliza 33% da água doce consumida em todo o continente. Nesse aspecto, é vital estabelecer uma plataforma de economia circular, de modo a garantir o equilíbrio desses recursos.
Aos fabricantes, cabe refletir mais ativamente sobre o que acontece ao final da vida útil de seus produtos, por exemplo. Outro ponto diz respeito à necessidade de maior clareza quanto ao compartilhamento de informações entre geradores de dados, proprietários e fabricantes, uma vez que daqui para frente tudo será cada vez mais interconectado. Todavia, 42% das organizações europeias – no Brasil não há levantamentos específicos no setor – ainda não possuem uma estratégia digital ou, quando a possuem, ela ainda é limitada. Ou seja, a indústria precisa transformar-se, redefinindo a maneira como cria negócios e enxerga essas questões vitais para sua perenidade.
Boa leitura.
Permínio Alves Maia de Amorim Neto
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