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Revista M&T - Ed.279 - Novembro 2023
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MOTONIVELADORAS

A escolha certa para o bom desempenho

Indispensável na atuação da motoniveladora, a lâmina deve ser selecionada com base na análise de particularidades do material, além do resultado almejado e da produtividade prevista em projeto

A conquista de resultados no trabalho com motoniveladoras depende da alternância das lâminas do equipamento, realizada com base na atividade executada, entre outros fatores. Fundamentais para que a máquina desenvolva o trabalho adequadamente, esses itens contêm duas facas de desgaste (direita e esquerda) em sua base inferior, responsáveis por realizar o atrito com o solo e que, consequentemente, sofrem degradações durante a operação.

Por isso, devem ser periodicamente inspecionadas para evitar deteriorações que danifiquem o conjunto. De acordo com Fernando Dávila, engenheiro de vendas da Komatsu, existem dois tipos de lâminas disponíveis no mercado, que podem ser empregadas de acordo com as características do solo onde a motoniveladora atuará.

“A lâmina de corte é fabricada com material de grande espessura, sendo mais resistente para operações de corte”, detalha. “Já a lâmina para acabamento é produzida com m


A conquista de resultados no trabalho com motoniveladoras depende da alternância das lâminas do equipamento, realizada com base na atividade executada, entre outros fatores. Fundamentais para que a máquina desenvolva o trabalho adequadamente, esses itens contêm duas facas de desgaste (direita e esquerda) em sua base inferior, responsáveis por realizar o atrito com o solo e que, consequentemente, sofrem degradações durante a operação.

Por isso, devem ser periodicamente inspecionadas para evitar deteriorações que danifiquem o conjunto. De acordo com Fernando Dávila, engenheiro de vendas da Komatsu, existem dois tipos de lâminas disponíveis no mercado, que podem ser empregadas de acordo com as características do solo onde a motoniveladora atuará.

“A lâmina de corte é fabricada com material de grande espessura, sendo mais resistente para operações de corte”, detalha. “Já a lâmina para acabamento é produzida com material um pouco mais fino, sendo indicada para acabamento e nivelamento das bases.”

Independentemente da aplicação, as peças normalmente não apresentam diferenças – a não ser pela espessura ou dureza do aço, o que determina a vida útil prevista.


Escolha entre lâmina de corte e para acabamento exige análise das características do solo, explicam os especialistas

A lâmina de uso geral, empregada no tratamento de argila, conservação de carreadores e homogeneização de materiais, entre outros serviços, pode apresentar maiores espessura, pois são atividades leves.

“Entretanto, para os acabamentos que pedem cortes precisos, a lâmina fina realiza um trabalho rápido e assertivo, em que a quantidade de passes é mínima”, complementa Thomás Spana, gerente de vendas da John Deere Brasil.

ESTRUTURA

Sobre essa escolha, o especialista em aplicação e produto da Caterpillar, Augusto Montragio, cita um exemplo prático. “Para a motoniveladora 120, por exemplo, que trabalha em espaços restritos como zonas urbanas, os clientes geralmente optam por uma lâmina menor, de 12 pés”, comenta.

Porém, há situações em que o usuário procura por alta performance e produtividade, configurando a máquina com uma lâmina de 14 pés e assim por diante, exemplifica o especialista, lembrando que os fabricantes geralmente configuram as opções de lâminas de acordo com o modelo, peso e potência do equipamento. “Mas também é possível personalizar de acordo com a operação”, diz ele.

Em se tratando de lâminas, a Ferramenta de Penetração no Solo (FPS) é um componente adicional de desgaste. Esse item também precisa ser trocado por dois motivos: quando não está configurado corretamente para a aplicação ou se já apresenta nível elevado de desgaste devido ao uso. “Pode acontecer uma deterioração uniforme”, observa Spana. “Além disso, caso o operador tenha o costume inadequado de usar sempre o mesmo canto da lâmina, existe o risco de dano excessivo e pontual.”

Assim, é importante que o profissional esteja bem-orientado sobre como utilizar a motoniveladora, acertando nos vários ângulos de ataque da lâmina (para ter maior corte, transportar materiais e posições para acabamentos).

Ademais, o item pode ter diferentes larguras. A John Deere Brasil, por exemplo, conta em seu portfólio com um modelo de 12 pés (3,65 m), indicado para atividades em áreas estreitas, e outro de 14 pés (4,27 m), com melhor desempenho em aplicações que há demanda elevada por produtividade.


Aplicada em atividades mais leves, a lâmina de uso geral pode apresentar maior espessura

Já a Caterpillar, além das lâminas de 12 pés e 14 pés, também oferece a opção de 28 pés (8,5 m) — indicada para os trabalhos em acessos de vias de mineração. Por sua vez, a XCMG tem em seu catálogo a lâmina padrão (3.660 x 610 mm) e a opcional (3.965 x 610 mm).

“O tipo de lâmina aplicada é utilizado para operações como nivelamento de solo, criação e manutenção de talude, pavimentação, terraplenagem, desgaste e escarificação, mistura, distribuição e inserção de materiais”, enumera Renato Torres, diretor comercial da XCMG do Brasil

Com dois modelos de motoniveladoras, a Komatsu oferece máquinas configuradas com tamanhos específicos de lâminas. Enquanto a GD535-5 vem de fábrica com a peça de 3,71 m, a GD655-5 conta com lâmina de 4,32 m e opcional a de 3,71 m.

“A seleção do comprimento adequado tem relação com o tipo de atividade realizada, como tamanho da área de raspagem, espalhamento, corte e manutenção da estrada”, orienta Dávila.

SELEÇÃO

Contudo, existem variáveis que precisam ser analisadas no momento de selecionar a lâmina adequada para a motoniveladora. Na definição do comprimento da peça, por exemplo, é necessário verificar particularidades como largura da faixa que será aberta e quantidade de material a ser movimentado.

Soma-se à lista o espaço físico em que a máquina atuará e o tipo de aplicação. A especificação do perfil da lâmina passa, ainda, pelo estudo de fatores como a abrasividade do material a ser trabalhado.

A dica de Dávila é que o operador realize alguns trabalhos prévios antes de iniciar a atividade de fato. Tarefas que possibilitem identificar se o terreno possui compactação elevada e qual a sua composição (rochoso ou britado).

“Se fizer um espalhamento de material considerado severo e observar que a lâmina do equipamento não é apropriada, saberá que a peça não suportará a operação”, afirma.


Assertividadenos ângulos de ataque é crucial para evitar danos excessivos à lâmina

Apesar de estudos prévios serem altamente recomendados, nem sempre é possível realizar esse tipo de levantamento. Quando isso acontece, a aposta em uma solução mais abrangente pode ser o melhor caminho.

“Nesses casos, sugerimos uma configuração mais genérica, o que proporciona mais flexibilidade de trabalho com várias frentes”, diz Spana.

Durante a operação, um dos principais motivos de retrabalho, desperdício de tempo e aumento do custo operacional é empregar equipamentos sem o porte correto ou a configuração adequada.

Se uma área pede soluções mais robustas, com solos que têm níveis de compactação elevados — para raspagem, corte e escarificação —, uma escolha errada pode aumentar os gastos financeiros desnecessários devido ao alto esforço da máquina (que tende a quebrar ou apresentar desgastes prematuros dos componentes e da lâmina).

Outro ponto a ser considerado, na opinião de Dávila, é a capacidade do operador. Caso o profissional não receba treinamento adequado, não é capaz de extrair o máximo do potencial produtivo do equipamento.

“Um erro mínimo pode resultar em acidentes operacionais e comprometer o trabalho”, expressa. “A falta de preparo da mão de obra também prejudica a máquina, por conta de desgastes nos pneus, lâminas e motor.”

Além de se mostrar devidamente pronto para lidar com a motoniveladora, o operador precisa ainda avaliar a umidade do solo, principalmente em atividades de homogeneização.

“Se a camada for nivelada com a umidade fora do especificado, o laboratório vai reprovar e será preciso executar novamente”, aponta Spana, comentando que, em construção de estradas, a homogeneização de material precisa alcançar uma velocidade de 6 a 10 km/h para tratamento da umidade do material.

“Uma configuração inadequada pode gerar peso desnecessário no equipamento, evitando que atinja essa velocidade e precise dar mais passadas para realizar o trabalho”, completa.

APLICAÇÃO

Além dessas condições que geram retrabalhos, há outros erros de aplicação capazes de gerar danos maiores às lâminas. Um deles é o uso inadequado do modelo reto ou curvo.


Na impossibilidade de realizar estudos prévios, a aposta em soluções mais abrangentes é o melhor caminho

“Geralmente, consideramos a utilização de perfil de lâminas curvas quando o solo é altamente compactado, sendo necessária a penetração da faca de desgaste”, conta Torres, mencionando ainda o desgaste prematuro da peça que acontece quando é empregado um ângulo de corte agressivo.

“Três fatores colaboram para que o encabeçamento ocorra na faca: um ângulo de penetração muito agressivo da lâmina em relação ao solo, constante pressão (mecânica ou hidráulica) para baixo – necessária para manter parte da lâmina penetrada no solo – e velocidade de operação acima da recomendada”, indica Torres.

Já se o ângulo da lâmina com a superfície de trabalho for excessivamente fechado, a borda da peça se torna mais fina à medida que o desgaste acontece.

Dessa maneira, a peça é incapaz de dissipar o acúmulo de calor adequadamente, começando a entortar para cima e para trás, sobre si mesma. Conforme essa ação prossegue, lascas de metal se desprendem da lâmina e reduzem sua vida útil.

Para resolver essa situação, é necessário observar o ângulo de ataque estabelecido para a operação, assim como a velocidade de trabalho. Caso o solo seja altamente compactado, é recomendado o uso do ripper traseiro antes de iniciar o trabalho com a lâmina.

“Nesse caso, a operação com o ripper deve ser feita sempre em linha reta, em primeira marcha, e nunca em curva com o conjunto do ripper no chão enquanto a motoniveladora trabalha”, ressalta Montragio.

Segundo ele, um erro muito comum é a inclinação das rodas dianteiras durante a execução do corte. “Esse declive deve sempre ser em direção à rolagem do material a ser cortado, o que ajuda a manter a máquina bem-posicionada e eleva a precisão”, sublinha.

MANUTENÇÃO

Para garantir a vida útil das lâminas, deve-se dar atenção à altura da borda da peça, que pode elevar custos e causar danos se a parte cortante estiver desgastada a ponto de afetar a base.

“Cada fabricante possui critérios que especificam limites para desgastes e, ao se atingir esse nível, é o momento correto para fazer a substituição da lâmina e borda lateral”, informa Dávila. “Nesse aspecto, um ponto positivo das lâminas e borda cortante como as da Komatsu é a inversão.”

A Caterpillar recomenda que as bordas cortantes sejam substituídas assim que ultrapassarem a medida de desgaste, evitando que o corpo da lâmina seja comprometido.


​​​​​​​Corpo das lâminas só é trocado em caso de desgastes ocasionados por operação inadequada

“O cliente deve sempre consultar o manual de operações ou um consultor da revenda”, orienta Montragio. “Já o corpo das lâminas quase nunca é trocado, a não ser que aconteçam desgastes acentuados ocasionados por operação inadequada.”

No caso de motoniveladoras, as bordas cortantes costumam ser trocadas conforme as horas de uso ou devido à abrasividade do material cortado. A substituição é feita sempre que necessário, mas cada material ou forma de operação pode levar à substituição em diferentes ciclos ou horas de trabalho.

De acordo com os especialistas, isso depende da maneira que o equipamento está sendo operado, levando em consideração a abrasividade do material, a velocidade da máquina e a pressão exercida nas bordas. O ideal é sempre fazer a medição e inspeção diária das bordas cortantes de acordo com o manual do fabricante.

Na avaliação de Spana, o componente que requer mais atenção é a FPS. “Esteja atento se o desgaste acontece de maneira uniforme e, quando estiver chegando o momento correto, efetue a troca para que a estrutura da lâmina não seja afetada”, orienta.

“Esses componentes devem ser verificados diariamente, analisando se há quebra na FPS, algum parafuso solto e se há deterioração dos elementos.”

Além disso, Spana sugere que a operação sempre tenha conjuntos de reserva à disposição. “Geralmente, a substituição é feita na borda cortante, que é a ferramenta de desgaste”, aponta. “A lâmina é o conjunto completo, somente será substituída se houver quebra severa que não permita o reparo.”

A troca da borda cortante é feita quando há desgaste nas extremidades ou no centro. Um indicador eficaz é quando estiver a cerca de 0,1 cm da borda fixa. “O desgaste deixa a lâmina curta e, dependendo do material e técnica do operador, pode ser linear nas laterais ou no meio”, diz.

AJUSTE

A motoniveladora é um equipamento de precisão e, por isso, precisa contar com um conjunto de corte sempre bem-alinhado. Assim, os calços da mesa do círculo, os ajustes dos munhões dos cilindros hidráulicos e as tiras de desgaste da lâmina de deslocamento devem estar muito bem-acertados.

Com isso, o operador vai conseguir, através das alavancas de controle ou joysticks, alcançar o melhor desempenho possível na operação. Esse profissional é capaz, também, de identificar possíveis faltas de ajuste ou folgas no sistema, especialmente quando a lâmina está sob carga. Atrasos nas respostas, por exemplo, apontam desgastes nos calços.

“O ideal é que, a cada parada para manutenção preventiva, sejam realizadas as medições das folgas do equipamento de trabalho, conforme especificado no manual”, destaca Dávila. “As análises e ajustes, caso sejam necessários, precisam ser executados durante as preventivas, resultando em maior precisão de corte e durabilidade.”

Especialistas ressaltam a importância de medição e inspeção diária das bordas cortantes

Já quando os pneus estão patinando, é sinal de que a forma de trabalhar deve ser modificada. “Nesse caso, o indicado é tentar fazer um corte menor e movimentar os materiais por camadas”, recomenda Spana.

Quanto às lâminas em si, o que mais apressa a depreciação é o uso incorreto do ângulo de ataque. Segundo Torres, uma regra básica para escolher a posição ideal da peça é observar que, quanto mais compactado estiver o material, mais a lâmina deve atacar o solo na posição vertical.

“Porém, no espalhamento de materiais ou em acabamento de taludes, ela deve ser inclinada para a frente de modo que os materiais sejam movimentados com a testa da peça, reduzindo o desgaste e, inclusive, proporcionando uma compactação no material espalhado ou no talude”, delineia.

Por fim, é importante salientar que a depreciação das lâminas de motoniveladoras é influenciada por diferentes fatores, como operações em materiais muito abrasivos, erros operacionais, elevada velocidade sobre pisos abrasivos e alta pressão no piso durante o corte.

“A qualidade do material e o desenho do implemento atrelado à aplicação resultam em desgastes prematuros da borda cortante, contribuindo para paradas contínuas de manutenção e consequente perda operacional e de produção”, adverte Dávila.

Saiba mais:
Caterpillar:
www.caterpillar.com/pt
John Deere: www.deere.com.br
Komatsu: www.komatsu.com.br
XCMG: www.xcmg-america.com

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