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Revista M&T - Ed.250 - Dez/Jan 2021
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Editorial

A eletrificação do fora de estrada

“A atualização das normas de controle de emissões e a recuperação dos setores de utilização final devem estimular o crescimento do mercado de máquinas elétricas nos próximos anos.”

Ainda no período pré-pandemia, artigo da agência de pesquisas Markets and Markets (M&M) projetava um salto do mercado global de veículos OTR elétricos de US$ 6,3 bilhões em 2020 para US$ 17,5 bilhões em 2025. Com a covid-19, as OEMs provavelmente atrasaram o desenvolvimento e o lançamento de novos produtos eletrificados, mas os números evidenciam o tamanho do negócio.

O artigo ressalta que a atualização progressiva das normas de controle de emissões para equipamentos pesados fora de estrada – junto à recuperação econômica dos setores de utilização final no pós-pandemia – deve estimular o crescimento desse mercado nos próximos anos. “Considerando tais fatores, as vendas globais de veículos OTR elétricos devem crescer a uma taxa de 22,8% entre 2020 e 2025”, reitera a agência.

Sabe-se que veículos a diesel como caminhões basculantes e carregadeiras LHD emitem quantidades maciças de gases. Além de questões ambientais e de saúde, as emissões também aumentam o calor gerado em minas subterrâneas. De acordo com o International Council on Mining and Metals (ICMM), 40% do gasto energético de u


Ainda no período pré-pandemia, artigo da agência de pesquisas Markets and Markets (M&M) projetava um salto do mercado global de veículos OTR elétricos de US$ 6,3 bilhões em 2020 para US$ 17,5 bilhões em 2025. Com a covid-19, as OEMs provavelmente atrasaram o desenvolvimento e o lançamento de novos produtos eletrificados, mas os números evidenciam o tamanho do negócio.

O artigo ressalta que a atualização progressiva das normas de controle de emissões para equipamentos pesados fora de estrada – junto à recuperação econômica dos setores de utilização final no pós-pandemia – deve estimular o crescimento desse mercado nos próximos anos. “Considerando tais fatores, as vendas globais de veículos OTR elétricos devem crescer a uma taxa de 22,8% entre 2020 e 2025”, reitera a agência.

Sabe-se que veículos a diesel como caminhões basculantes e carregadeiras LHD emitem quantidades maciças de gases. Além de questões ambientais e de saúde, as emissões também aumentam o calor gerado em minas subterrâneas. De acordo com o International Council on Mining and Metals (ICMM), 40% do gasto energético de uma mina subterrânea decorrem de sistemas de ventilação para remover poluentes e calor dos túneis. “Tais fatores aumentam o custo operacional da mina, enquanto diminuem sua eficiência”, aponta a M&M.

O setor está ciente disso. Segundo dados da MEDATech (Mobile Equipment Design and Automation Technology), a substituição de equipamentos de mineração movidos a diesel por similares elétricos pode reduzir as emissões anuais de CO2 em aproximadamente 7.500 toneladas, poupando ainda 3 milhões de litros de combustível e 1 milhão de litros de propano por ano. Um avanço e tanto, sem dúvida.

Mas ainda há contrapontos. A perda de produtividade com o elevado tempo de carregamento é um dos fatores que impede uma maior adoção dos veículos OTR elétricos em canteiros e minas. Afinal, a maioria dos modelos demora entre 4 e 8 horas para recarregar completamente, diminuindo assim a produtividade.

Em termos de tecnologia, os veículos OTR elétricos em geral utilizam baterias de íons de lítio, devido às vantagens sobre as soluções de chumbo-ácido ou níquel-hidreto metálico, por exemplo. No entanto, essas baterias também têm limitações. Isso inclui questões relacionadas à robustez (requerem proteção contra sobrecarga e descarga excessiva), durabilidade (de 500 a 1.000 ciclos antes de degradar a capacidade), flutuações de desempenho (por variação de temperatura), densidade limitada de potência, alta rigidez e custo elevado. Também são apontadas restrições quanto à compatibilidade (limitada) e à falta de permutabilidade e padronização de sistemas de recarga.

Eventualmente, todos esses fatores serão contemplados pela área de P&D das fabricantes, pois, além de sustentabilidade, também se trata de uma equação econômica fazer a tecnologia avançar. Ao que parece, é uma questão de tempo para que a substituição seja completa. Boa leitura.

Permínio Alves Maia de Amorim Neto
Presidente do Conselho Editorial

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