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Revista M&T - Ed.283 - Maio 2024
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A ERA DAS MÁQUINAS

A consolidação dos caminhões fora de estrada

Os primeiros projetos de caminhões fora de estrada foram desenvolvidos no final da década de 1930 pela Euclid e Dart, entre outras marcas
Por Norwil Veloso


Lançado em 1937, o modelo 75-TA foi o primeiro fora de estrada produzido pela Dart

Os primeiros projetos de caminhões fora de estrada, desenvolvidos pela Euclid e Dart, entre outras marcas, remetem ao final da década de 1930, mas tiveram de ser suspensos devido à Segunda Guerra Mundial.

Após o final da guerra, a demanda de materiais levou a projetos cada vez maiores, desenvolvidos por empresas como Autocar, Caterpillar, Dart, Euclid (depois também Terex), Faun, JCB, John Deere, Kenworth, Komatsu, Krupp, LeTourneau, LiuGong, Mack, Oshkosh, SDLG, Volvo, XCMG e outras, algumas das quais já abordadas anteriormente neste espaço.

Inicialmente, foram usados chassis rodoviários reforçados. Na Alemanha, foi possível obter chassis Diamond e Mack como sobras de guerra por algum tempo, mas havia necessidade de produção local.

O primeiro lançamento foi feito pela Faun em 1950, com um modelo de 20 ton de capacidade. Em 1968, e a empresa lançou o K



Lançado em 1937, o modelo 75-TA foi o primeiro fora de estrada produzido pela Dart

Os primeiros projetos de caminhões fora de estrada, desenvolvidos pela Euclid e Dart, entre outras marcas, remetem ao final da década de 1930, mas tiveram de ser suspensos devido à Segunda Guerra Mundial.

Após o final da guerra, a demanda de materiais levou a projetos cada vez maiores, desenvolvidos por empresas como Autocar, Caterpillar, Dart, Euclid (depois também Terex), Faun, JCB, John Deere, Kenworth, Komatsu, Krupp, LeTourneau, LiuGong, Mack, Oshkosh, SDLG, Volvo, XCMG e outras, algumas das quais já abordadas anteriormente neste espaço.

Inicialmente, foram usados chassis rodoviários reforçados. Na Alemanha, foi possível obter chassis Diamond e Mack como sobras de guerra por algum tempo, mas havia necessidade de produção local.

O primeiro lançamento foi feito pela Faun em 1950, com um modelo de 20 ton de capacidade. Em 1968, e a empresa lançou o K40, com peso total de 71 ton, o maior modelo produzido no país na época.

No final dos anos 1940, o maior caminhão disponível era o Euclid 1FFD, com capacidade de 31 ton. Em 1951, essa empresa produzia o maior veículo do mercado (o R-45), de 45 ton, mantendo-se como um fabricante importante durante os anos 1960, quando oferecia uma linha que ia do modelo R-10 ao R-62.

Dez anos depois, a linha ia até o R-210, com capacidade de 210 ton e 1.810 hp.

A venda da marca para a White deu origem à Terex na GM, que passou a fabricar uma linha com 7 modelos, desde o 33-03, de 22 ton, até o diesel-elétrico 33-19 Titan, com 3.300 hp e capacidade de 320 ton.

AVELING-BARFORD

A Aveling-Barford foi constituída a partir da entrada da Barford & Perkins (atual Perkins Engines) no mercado. Naquela época, Frank Perkins trabalhava para a Barford & Perkins e para a Aveling & Porter, dois importantes fabricantes ingleses de equipamentos de compactação.

Mas a Aveling & Porter adquiriu os ativos da Barford & Perkins em 1932, alterando o nome da empresa para Aveling-Barford em 1934.

Em 1967, a empresa passou a fazer parte do grupo British-Leyland, lançando uma linha de caminhões basculantes com capacidades de 30 ton (RD30) a 50 ton (RD50). Posteriormente, lançou os modelos RD55 e RD65.

Em 1980, a marca passou para o grupo Thomson, que incluía o fabricante norueguês Moxy, agregando três modelos de caminhões à marca. Em 1988, foi adquirida pela Wordsworth Holdings, permanecendo no grupo até 2010, quando o controle passou para a Doosan.

DART

A Dart foi fundada em 1903, inicialmente como fabricante de caminhões rodoviários. Produziu seu primeiro fora de estrada em 1937, quando lançou o 75-TA, de 75 ton. Projetado por Ralph Kress, o modelo era muito superior aos veículos até então disponíveis, seja em capacidade, dimensões ou desempenho.

Com capacidade de 68 ton, posteriormente aumentada para 75 ton, o veículo trazia três eixos com dois conjuntos de 300 hp, cada um deles acionando um dos eixos traseiros. Apesar da expectativa, foi produzida somente uma unidade desse modelo.


Em 1968, a Faun lançou o modelo K40, com peso total de 71 ton e
que se tornaria o maior caminhão produzido na Alemanha no final dos anos 1960

Os demais modelos lançados pela empresa, contudo, tiveram bastante sucesso, inclusive o primeiro veículo de dois eixos a bater a capacidade de 100 ton. Também foram produzidas versões elétricas de diversas capacidades.

Em 1958, a empresa foi adquirida pela Pacific Car and Foundry (mais conhecida como Paccar), mudando o nome para KW-Dart (KW é uma abreviatura de Kenworth), que permaneceu por algum tempo no mercado.

Após diversas trocas de controle, a companhia acabou por ser comprada pela Unit Rig em 1984, cujo controle passou para a Terex em 1988 e para a Bucyrus em 2010.

WABCO

O nome Haulpak nasceu com a compra da R. G. LeTourneau pela Westinghouse Air Brake (Wabco).

Em 1956, Ralph Kress passou da Dart para a Wabco, onde criou a linha Haulpak, um conceito totalmente revolucionário para veículos OTR, com chassi em V, cabine elevada e deslocada para um dos lados, distância entre eixos mais curta e suspensão hidropneumática, que passaram a caracterizar o projeto moderno desses equipamentos.

Nessa linha, foram lançados modelos com as capacidades de 20, 24 e 29 ton. Em 1966, surgiu o Haulpak LW120, de 95 ton. A linha Haulpak era a mais rentável da empresa que, com o passar do tempo, deixou de produzir outros equipamentos e concentrou-se em caminhões.

Em 1984, a Wabco passou a fazer parte do grupo Dresser e, após uma curta joint-venture, a Komatsu assumiu o controle da empresa em 1994. O nome Haulpak foi descontinuado por volta de 1998, sendo que os caminhões passaram a se chamar Komatsu.

Os modelos menores são de projeto próprio da empresa, mas as raízes dos maiores ainda hoje podem ser traçadas até a origem dos Haulpaks.

CATERPILLAR

Em 1962, a Caterpillar entrou na competição, lançando o modelo 769, de 32 ton e, em 1970, o 773, de 50 ton e 600 hp. Com a ida de Ralph Kress para a Cat, em 1964, foram lançados o 779 (capacidade de 68 ton) e o 783, com capacidade de 91 ton, além de um projeto diesel-elétrico, o 774, de 75 ton, desenvolvido para serviços pesados de mineração e lançado em 1980.


Introduzido pela Aveling-Barford, o modelo basculante
RD55 se destacava pela capacidade de 55 ton

Quando o 779 foi descontinuado, a empresa lançou o 777, com capacidade de 85 ton. Um dos mais bem-sucedidos projetos da marca, o modelo trazia motor de 870 hp, freios refrigerados a óleo e cabine ROPS totalmente nova, além de um visual de linhas retas que é usado até hoje.

O desempenho do 777 tornou o equipamento dominante no mercado na faixa de 85 a 100 ton.

Já Ralph Kress terminou sua carreira trabalhando para a companhia de seu filho, a Kress Corp.

FINAL DOS ANOS 60

Em 1961, foi lançado na Suécia o Kockum LT-2A (posteriormente, 425) de 22,5 ton, com motor Scania de 287 hp, que teve ótima reputação nos anos seguintes e veio inclusive a ser produzido no Brasil pela Randon.

Em 1965, a International lançou a linha Payhauler, com modelos de 36 e 45 ton, com tração em todos os eixos e distribuição de peso de 50% em cada eixo.

A conceituação era tão eficiente que vem sendo usada até hoje, enquanto diversos fabricantes lançaram modelos diesel-elétricos com mais de 100 ton: KW-Dart D-2772 (100 ton), Unit Rig Lectra-Haul M100 (91 ton) e M-200, com 1.650 hp e peso carregado total de 310 ton.

A situação começou a mudar no final da década de 60, quando a Volvo lançou seus primeiros caminhões articulados, o D631 4x4 e o DRB860, cuja versatilidade e robustez logo os colocaram à frente dos veículos de chassi rígido.

Aos poucos, esses antigos modelos passaram a ser usados apenas em algumas aplicações específicas e na mineração.

E os demais fabricantes também seguiram essa tendência.

Leia na próxima edição:
Surgem os eventos setoriais globais

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