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Revista M&T - Ed.177 - Março 2014
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A Era das Máquinas

A chave da evolução na construção rodoviária

Por Norwil Veloso

Historicamente, o período entre 1935 e 1960 foi o mais importante na evolução dos equipamentos de construção rodoviária. Em meio às diversas novidades surgidas, três fatores foram fundamentais para possibilitar a evolução do segmento: o aparecimento de novas tecnologias, a necessidade crescente de comunicações e a Segunda Guerra Mundial.

Em termos tecnológicos, os principais avanços desse período foram os pneus de baixa pressão (introduzidos em 1932 e utilizados em equipamentos de construção a partir de 1935), a hidráulica de baixa pressão (disponível a partir de 1920 e cujo desenvolvimento assegurou maior confiabilidade e durabilidade) e, finalmente, os motores a diesel (utilizados a partir de 1930).

O conhecimento dos processos construtivos e dos materiais utilizados na construção também passou por uma grande evolução no período, particularmente nas áreas de compactação – graças aos trabalhos do engenheiro Ralph Roscoe Proctor (1894-1962) – e de agregados revestidos, iniciada com o uso do macadame betuminoso. O processo foi deflagrado pela implantação das redes de vias expressas nos EUA e Alemanha, que impulsionaram o desenvolvimento tecnológico.

DEMANDA

Após a revolução industrial, a melhoria do padrão de vida, a criação das técnicas de produção seriada e o avanço tecnológico geral criaram uma demanda irrefreável por infraestrutura, em todas as suas vertentes: estradas, aeroportos, canais, saneamento e outras. Essa situação, que exigia equipamentos cada vez mais produtivos e confiáveis para execução das obras, tornou-se ainda mais emergencial após o final da Segunda Guerra Mundial, quando a Europa precisava reconstruir as cidades e as redes de infraestrutura destruídas durante o conflito.

Nessa época, a tecnologia norte-americana já era a mais avançada do mundo, sendo que os excedentes de guerra e a implantação do Plano Marshall permitiram enviar equipamentos a preços acessíveis para o velho continente. Alguns anos depois, a Europa e o Japão começaram a produzir seus próprios equipamentos, de modo a evitar os altos custos alfandegários e diminuir a dependência das importações.

Nos anos que se seguiram ao final do conflito, tornou-se cada vez mais flagrante o contraste entre a


Historicamente, o período entre 1935 e 1960 foi o mais importante na evolução dos equipamentos de construção rodoviária. Em meio às diversas novidades surgidas, três fatores foram fundamentais para possibilitar a evolução do segmento: o aparecimento de novas tecnologias, a necessidade crescente de comunicações e a Segunda Guerra Mundial.

Em termos tecnológicos, os principais avanços desse período foram os pneus de baixa pressão (introduzidos em 1932 e utilizados em equipamentos de construção a partir de 1935), a hidráulica de baixa pressão (disponível a partir de 1920 e cujo desenvolvimento assegurou maior confiabilidade e durabilidade) e, finalmente, os motores a diesel (utilizados a partir de 1930).

O conhecimento dos processos construtivos e dos materiais utilizados na construção também passou por uma grande evolução no período, particularmente nas áreas de compactação – graças aos trabalhos do engenheiro Ralph Roscoe Proctor (1894-1962) – e de agregados revestidos, iniciada com o uso do macadame betuminoso. O processo foi deflagrado pela implantação das redes de vias expressas nos EUA e Alemanha, que impulsionaram o desenvolvimento tecnológico.

DEMANDA

Após a revolução industrial, a melhoria do padrão de vida, a criação das técnicas de produção seriada e o avanço tecnológico geral criaram uma demanda irrefreável por infraestrutura, em todas as suas vertentes: estradas, aeroportos, canais, saneamento e outras. Essa situação, que exigia equipamentos cada vez mais produtivos e confiáveis para execução das obras, tornou-se ainda mais emergencial após o final da Segunda Guerra Mundial, quando a Europa precisava reconstruir as cidades e as redes de infraestrutura destruídas durante o conflito.

Nessa época, a tecnologia norte-americana já era a mais avançada do mundo, sendo que os excedentes de guerra e a implantação do Plano Marshall permitiram enviar equipamentos a preços acessíveis para o velho continente. Alguns anos depois, a Europa e o Japão começaram a produzir seus próprios equipamentos, de modo a evitar os altos custos alfandegários e diminuir a dependência das importações.

Nos anos que se seguiram ao final do conflito, tornou-se cada vez mais flagrante o contraste entre as nações ricas (EUA, Europa e Japão) e as demais, onde o progresso tecnológico era significativamente mais lento.

INOVAÇÕES

O aumento da potência dos motores e o uso de controles hidráulicos nos tratores de esteiras levaram à criação de equipamentos cada vez maiores e ao desenvolvimento de novos processos, como a limpeza de terrenos para implantação de grandes projetos.

Nessa linha, surgiram os destocadores (inventados por LeTourneau) para extração de árvores, equipamentos para manuseio de madeira cortada, ancinhos para remoção de raízes e outros, além de processos de desmatamento com tratores de maior potência, como o uso de uma corrente com até 30 m de comprimento puxada por dois tratores, para remoção de vegetação densa.

No decorrer do processo, as máquinas cresceram significativamente, com soluções extravagantes como a união de dois tratores D8 para empurrar uma lâmina única, uma ideia surgida no final de década de 40 e posteriormente seguida pela Euclid, com o lançamento do TC-12 (1959).

Também a potência evoluiu rapidamente. Em 1930, o Cat Sixty tinha 60 hp e, apenas cinco anos depois, a máquina mais possante do mercado – o Cletrac – já oferecia 100 hp. Em 1947, o International TD24 chegou aos 180 hp, sendo superado em 1954 pelo Cat D9 (270 hp) e pelo Euclid TC-12 de dois motores (390 hp). Enquanto isso, as empresas europeias voltaram a produzir, inicialmente apenas modelos menores, ampliando gradativamente suas linhas. O trator Vickers 180, por exemplo, foi lançado na Inglaterra em 1952, sendo equipado com motor Rolls-Royce e esteiras especiais para alta velocidade.

No final da década de 40, o uso do conversor de torque e transmissões powershift simplificou a operação, aumentando a produtividade das máquinas. Já o uso de guinchos para acionamento dos implementos, comum até a década de 50, foi substituído por sistemas hidráulicos cada vez mais confiáveis.

SCRAPERS

Embora eficientes, as máquinas de esteira eram muito lentas. Isso se refletia negativamente na produtividade dos scrapers, que eram puxados (e, posteriormente, empurrados) por tratores de esteiras. LeTourneau, entre outros, foi responsável por diversos aperfeiçoamentos que aprimoraram o desempenho desses equipamentos.

No final da década de 30, LeTourneau revolucionou esse segmento com o lançamento do Tournapull, composto por um scraper tracionado por trator sobre pneus de eixo único, uma configuração que durante os 15 anos seguintes seria copiada pelos concorrentes. Nessa época, aliás, já havia uma grande quantidade de fabricantes, com características diferenciadas e oferecendo uma ampla faixa de capacidade.

Geralmente com quatro rodas, os scrapers rebocados foram produzidos até a década de 60. Mas LeTourneau também aperfeiçoaria o projeto dessas máquinas, tornando-as mais estáveis com o uso de uma viga superior e de um mecanismo corrediço para elevar e abaixar a caçamba.

Em 1944, ele lançaria o primeiro trator pesado sobre pneus, o Tournadozer Modelo C. Com potência de 180 hp e lâmina acionada por guincho elétrico, o projeto serviu de modelo para todas as máquinas lançadas posteriormente, sendo seguido pelos modelos B (300 hp) e A (750 hp), lançados no final da década de 40.

CARREGADEIRAS

As primeiras carregadeiras surgiram por volta de 1935, mas considera-se que a primeira carregadeira sobre pneus foi criada por Frank Hough, em 1939. Durante a década de 50, a produção cresceu velozmente, com o surgimento de uma enorme quantidade de fabricantes que produziam máquinas de chassi rígido, derivadas de tratores agrícolas ou projetadas especificamente para essa aplicação.

Em 1953, quando muitos fabricantes ainda produziam máquinas com controles a cabo, os irmãos Eddie e Elmer Wagner lançaram a Scoopmobile, uma máquina revolucionária, totalmente hidráulica e com chassi articulado, que seria copiada até hoje.

ESCAVADEIRAS

Desenvolvidas simultaneamente por empresas como Bruneri e Poclain, as primeiras escavadeiras surgiram no final de década de 40. Com giro de 360o, o modelo precursor começou a ser produzido pela Bruneri em 1952, sendo lançado em 1954.

Posteriormente, a Bruneri licenciou diversos fabricantes em todo o mundo para sua produção. Um deles, a Poclain, utilizou hidráulica de 400 bar em sua primeira máquina sobre chassi de caminhão (produzida em 1951), em lugar dos 80 bar utilizados pela Bruneri. Já o primeiro modelo TY, com giro de 360o, foi produzido em 1959.

A evolução da hidráulica também propiciou diversas tentativas de produção de caminhões basculantes acionados hidraulicamente. Por volta de 1935, empresas como Mack, Euclid e Sterling produziram caminhões de chassi rígido, inicialmente com basculamento por gravidade e, posteriormente, com acionamento hidráulico. Mas o progresso mais acelerado desses equipamentos só ocorreria após o final da Segunda Guerra Mundial, quando as empresas puderam aproveitar a experiência adquirida em veículos de transporte empregados em terrenos acidentados.

Leia na próxima edição: O impulso tecnológico no pós-guerra

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