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Revista M&T - Ed.257 - Setembro 2021
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Motoniveladoras

Alta performance na movimentação

As posições dos escarificadores são estabelecidas de acordo com as funções que a máquina realiza na obra, removendo camadas superficiais de material e facilitando o trabalho de movimentação com a lâmina
Por Santelmo Camilo

Indispensável para atividades de construção e manutenção de rodovias, a motoniveladora apresenta alguns aspectos essenciais para uma boa aplicação, em particular no uso de um dos seus principais implementos: o escarificador.

Esse item tem a finalidade de auxiliar na desagregação de terrenos e pavimentos, rompendo e removendo as camadas superficiais do material para facilitar o trabalho de movimentação com a lâmina. Com efeito, é justamente a partir das diferentes posições de montagem do escarificador que se estabelecem as funções que a máquina irá realizar em campo, seja corte, nivelamento, espalhamento, curvas de nível, taludes, limpeza, manutenção ou escarificação do solo.

Cada uma das posições oferece prós e contras, que precisam ser considerados para a realização dos trabalhos. O escarificador de montagem frontal atua em apenas uma parte da largura da máquina, sem alcançar cantos, e as rodas dianteiras da motoniveladora podem passar sobre o material desagregado.

“Por adicionar peso no chassi frontal, também aumenta a tração da máquina e possibilita a desagregação de materiais de maior dureza, além de permitir o trabalho simultâneo com a lâmina”, explica Lauren Batista, especialista em produtos da Case CE. “Outra vantagem está na visibilidade, uma vez que a operação ocorre à frente do operador.”

O escarificador de montagem intermediária, por sua vez, possui características semelhantes ao de montagem frontal. “A visibilidade é ainda melhor, mas limita consideravelmente os movimentos da lâmina”, completa Batista. Já o ripper é posicionado na parte traseira da motoniveladora, garantindo que os pneus não passem por cima do material desagregado e os compactem novamente.

Além disso, possui largura maior, cobrindo uma área mais ampla do terreno com menos passes, além de atin


Indispensável para atividades de construção e manutenção de rodovias, a motoniveladora apresenta alguns aspectos essenciais para uma boa aplicação, em particular no uso de um dos seus principais implementos: o escarificador.

Esse item tem a finalidade de auxiliar na desagregação de terrenos e pavimentos, rompendo e removendo as camadas superficiais do material para facilitar o trabalho de movimentação com a lâmina. Com efeito, é justamente a partir das diferentes posições de montagem do escarificador que se estabelecem as funções que a máquina irá realizar em campo, seja corte, nivelamento, espalhamento, curvas de nível, taludes, limpeza, manutenção ou escarificação do solo.

Cada uma das posições oferece prós e contras, que precisam ser considerados para a realização dos trabalhos. O escarificador de montagem frontal atua em apenas uma parte da largura da máquina, sem alcançar cantos, e as rodas dianteiras da motoniveladora podem passar sobre o material desagregado.

“Por adicionar peso no chassi frontal, também aumenta a tração da máquina e possibilita a desagregação de materiais de maior dureza, além de permitir o trabalho simultâneo com a lâmina”, explica Lauren Batista, especialista em produtos da Case CE. “Outra vantagem está na visibilidade, uma vez que a operação ocorre à frente do operador.”

O escarificador de montagem intermediária, por sua vez, possui características semelhantes ao de montagem frontal. “A visibilidade é ainda melhor, mas limita consideravelmente os movimentos da lâmina”, completa Batista. Já o ripper é posicionado na parte traseira da motoniveladora, garantindo que os pneus não passem por cima do material desagregado e os compactem novamente.

Além disso, possui largura maior, cobrindo uma área mais ampla do terreno com menos passes, além de atingir bordas e cantos. “No entanto, a visibilidade acaba sendo prejudicada, além de o comprimento da máquina ficar maior”, pondera Batista.

Segundo ele, os escarificadores revolvem os terrenos para movimentar material do solo ou desagregar revestimentos de estradas. Alguns modelos reforçados são usados inclusive para o rompimento de concretos asfálticos, remoção de raízes e blocos de pedra. “Quando montado na parte dianteira, pode ser utilizado na manutenção de estradas, por exemplo, tornando possível retirar o material da camada superior”, complementa.

PROFUNDIDADE

Caso as operações sejam em terrenos com rochas ou raízes, o ripper traseiro é mais recomendado devido à força de penetração e profundidade. De acordo com Batista, o desempenho desse implemento está relacionado a diversos fatores, como tipo de trabalho a ser realizado, material desagregado, peso da máquina, distribuição do peso entre os chassis, área de trabalho e outros. “Dessa forma, cada operação deve ser analisada de forma individual para definir qual posição atende melhor”, diz.

O engenheiro de vendas da Komatsu, Fernando Silva Dávila, contrapõe a afirmação de que o escarificador dianteiro desagrega material mais resistente, pois – segundo ele – possui capacidade limitada de desagregação e, por conta disso, é utilizado em operações com menor granolometria e materiais já desagregados. “A demanda por tração no eixo dianteiro vai ao encontro das aplicações em condições raras e extremas, com baixa capacidade de tração, como em solos arenosos”, observa. “As motoniveladoras com contrapeso na parte frontal atendem às necessidades de tração dianteira.”

Quando instalado na traseira, o escarificador é usado para desagregar materiais de maior resistência

O ripper instalado na traseira, prossegue Dávila, é usado para desagregar e descompactar materiais de maior resistência, já que 70% do peso do equipamento estão concentrado atrás. “Obtém-se melhor performance operacional com o ripper aplicado na traseira”, assegura. “A distribuição dos pesos na motoniveladora permite um diferencial na capacidade de desagregação e descompactação do material, possibilitando força de penetração do ripper sobre o solo.”

O especialista de aplicação da Caterpillar, Augusto Montragio, também avalia que o escarificador dianteiro é mais apropriado para trabalhos e operações leves. “Devido ao seu posicionamento na parte frontal da máquina, perde-se força de penetração e controle de profundidade do corte”, acentua. “O escarificador central oferece melhor controle em relação ao montado na parte dianteira e pode romper materiais mais duros, enquanto o traseiro oferece maior capacidade de rompimento de materiais.”

Por ser um conjunto mais robusto, esse implemento traseiro também pode ser utilizado como ripper, desde que os dentes instalados sejam adequados para a operação. No entanto, o escarificador traseiro tem outras vantagens. “Por contar com uma estrutura mais larga, ele cobre a superfície da área de trabalho na mesma extensão da bitola das rodas traseiras”, ressalta Montragio. “Além disso, os pneus tracionados ficam na superfície ainda não trabalhada, o que proporciona melhor capacidade de tração.”

As aplicações que requerem tração nas rodas dianteiras, diz ele, são as que apresentam solo com baixa capacidade de tração, como terrenos com superfícies úmidas, escorregadias e arenosas. “Além dessas, a mineração com topografia íngreme, bem como a agricultura, são exemplos de aplicações mais comuns para esse tipo de eixo”, acrescenta.

EIXOS

Por falar em eixos, o especialista de marketing de produto da New Holland Construction, Justo Espinosa, cita trabalhos de retirada de neve em vias públicas para exemplificar situações de baixa aderência que requerem tração do eixo dianteiro. “No Brasil, a demanda para esse tipo de trabalho é praticamente inexistente”, explica. “A indústria oferece outros sistemas, como bloqueio do diferencial, que garantem a máxima aderência para as aplicações locais.”

Distribuição dos pesos na máquina contribui para a capacidade de descompactação do material

Na visão de Espinosa, os eixos das motoniveladoras são projetados para garantir robustez e capacidade de transferência de potência ao solo. “A inclinação lateral das rodas, em 15,3o à direita ou à esquerda, e a oscilação de 20o para cada lado, permitem o acompanhamento das irregularidades do terreno”, conta.

O ângulo de esterçamento das rodas dianteiras é de 42o para ambos os lados e a articulação do chassi é de 25o para a direita ou esquerda, ele continua, de modo que o raio de giro permite ao operador executar trabalhos em áreas restritas com maior facilidade e realizar operações em curvas sinuosas em menor tempo. “Uma manopla auxiliar no volante possibilita maior agilidade na realização de manobras”, destaca.

De modo geral, a tração dianteira pode ser utilizada de duas formas: combinada com a tração das demais rodas traseiras ou isoladamente, desligando-se a tração traseira. Para Batista, da Case, no primeiro caso a tração em todas as rodas é recomendada para atividades em terrenos instáveis, uma vez que confere mais força de tração à máquina. “Já a tração exclusivamente frontal deixa a máquina mais lenta, mas pode ser utilizada para conferir melhor acabamento”, informa.

CUIDADOS

Assim como outros equipamentos, é preciso ter alguns cuidados com a conservação dos escarificadores. Em geral, devem ser evitados procedimentos inadequados, que acabam acelerando o desgaste e comprometendo a vida útil desses implementos.

Para Luiz Souza, gerente de marketing de produto da John Deere, os cuidados a serem tomados dependem do modo como o operador trabalha. “O recomendado é que a máquina seja operada em linha reta, entre a primeira e a segunda marcha da transmissão”, orienta.

De acordo com ele, se a motoniveladora trabalhar em alta velocidade ou em curva, acaba por aumentar o desgaste do material e sobrecarregar a estrutura do escarificador. Os dentes dos escarificadores, especialmente, devem permanecer sempre em boas condições, com lubrificação do conjunto e manutenção dos sistemas periféricos.

Durante a operação, é preciso se atentar ao tipo de terreno e possíveis obstáculos que podem se chocar com o implemento. “É recomendado utilizar 1ª e 2ª marchas com o motor em alta rotação, para manter um melhor controle da motoniveladora e obter melhor fratura da superfície”, aponta

Batista, da Case, explicando ainda que durante o transporte é necessário deixar o escarificador levantado o mais alto possível, para evitar acidentes. “E nunca se deve arrastar os dentes para trás, pois isso danifica seriamente a barra do implemento”, recomenda.

A orientação é compartilhada por Dávila, da Komatsu, que acrescenta como item essencial verificar se o porte operacional da motoniveladora é adequado à atividade na qual será aplicada. Além disso, é importante atentar-se à qualificação dos operadores e seguir os intervalos de manutenção indicados pelo fabricante.

Especialistas recomendam que a máquina seja sempre operada em linha reta

A mesma dica de Souza é dada por Montragio, da Caterpillar, orientando que o operador trabalhe sempre com a motoniveladora em linha reta durante a operação de escarificação. E, sobretudo, nunca faça curvas com os dentes do escarificador encravados no solo. “Além disso, é recomendável manter a velocidade em segunda marcha no máximo, com o controle do acelerador em manual, para que o operador tenha o controle da operação”, diz ele.

Em relação aos tipos de dentes dos escarificadores, Espinosa, da New Holland, adverte que os maiores devem ser usados em solos com poucas pedras ou materiais mais abrasivos. “Já os menores podem ser utilizados em solo com muita pedra”, explica. “A penetração é menor, mas há a vantagem de se obter um material mais desagregado devido à menor distância entre os dentes.”

MERCADO

Atualmente, o principal mercado para as motoniveladoras é o de construção (cerca de 40% de participação), com destaque para os segmentos de locação, terraplenagem, governo e agricultura, sendo que neste último setor a participação tem crescido nos últimos anos.

O avanço fez com que, no ano passado, a John Deere Brasil desse início à produção de motoniveladoras na fábrica de Indaiatuba (SP), o que demandou investimentos de US$ 40 milhões para ampliar a estrutura em 12 mil m² e acomodar a nova linha de montagem.

De acordo com a fabricante, a nacionalização é essencial, pois as motoniveladoras estão no centro das principais obras de infraestrutura, sendo base para setores como logística, agricultura, construção civil, saneamento básico e outros. “Desenvolver a infraestrutura significa contribuir diretamente para a retomada do crescimento econômico, o desenvolvimento social, a redução do custo Brasil e, consequentemente, o aumento da competitividade”, afirma a empresa, que produz três modelos de motoniveladoras: 620G, 670G e 770G.

Segundo a fabricante, a série G promete eficiência e potência na medida certa. Já os modelos 670 são equipados com motor de 9 litros para ganho de produtividade, enquanto as 620 são máquinas menores e mais econômicas. Toda a série conta com o modo Eco que, quando ativado, reduz a rotação do motor e otimiza o consumo de combustível. “A cabine das motoniveladoras também oferece ampla visibilidade de operação, melhorando a ergonomia do operador”, descreve.

Eixos das motoniveladoras são projetados para garantir robustez e transferência de potência ao solo

Na New Holland, os modelos RG170.B e RG200.B contam com ripper do tipo paralelogramo, que incorpora escarificador traseiro de cinco dentes.

Segundo a empresa, esse conjunto aumenta a eficiência de “ripagem”, diminuindo o número de passadas da máquina para a desagregação do material.

Com cinematismo em paralelogramo, a lâmina frontal (para materiais desagregados de baixa densidade) é totalmente intercambiável com o escarificador frontal de cinco dentes, também disponível na RG140.B, o que assegura versatilidade nas aplicações. “Opcionalmente, os escarificadores dianteiros e traseiros podem vir com seis e quatro dentes adicionais, respectivamente”, informa a marca.

Geralmente, a seleção da posição do escarificador é feita para efetuar misturas de agregados ou escarificar solos com baixa densidade. Nas máquinas da New Holland Construction, os escarificadores podem chegar a uma penetração máxima de 252 mm, tanto na posição dianteira quanto na posição central. Neste tipo de aplicação, a velocidade de trabalho varia entre 6 km/h e 20 km/h.

Escarificador dianteiro é apropriado para operações mais leves

No portfólio da Komatsu, o modelo GD 655-5 possui geometria mais versátil na lâmina, permitindo aos usuários economizar tempo e dinheiro na abertura de valas, sem obstruir o leito da via para deslocar a terra removida para a direita. “Isso é possível devido ao alcance e à grande angulação da lâmina”, assegura a Komatsu. “Há uma folga generosa entre o canto da lâmina e a armação principal, mesmo com a parte inferior angulada acentuadamente para baixo.”

Com uma longa distância entre eixos, o operador consegue mover o material mais livremente ao longo da lâmina, o que reduz a demanda de potência. “Isso é particularmente útil em solo seco ou argiloso”, completa.

Por sua vez, a motoniveladora 865B da Case CE conta com três curvas de potência – de 193, 205 e 220 hp. De acordo com a fabricante, a máquina possui lâmina central com alta capacidade de corte e perfil de múltiplos raios (Roll-Away), resultando em menor consumo de combustível e maior vida útil dos componentes. “Além disso, essa motoniveladora se destaca pelo conforto, ergonomia e facilidade de manutenção”, garante a empresa.

Já a Caterpillar informa que os modelos de motoniveladoras Cat 120 e 120 AWD trazem sistemas inteligentes, com tração em todas as rodas. Com tecnologias para acelerar e aprimorar o desempenho de nivelamento, as máquinas também são projetadas para propiciar maior conforto ao operador. “Esses modelos têm custos de manutenção até 15% mais baixos, possibilitando aumento de intervalos entre as intervenções com o uso de nova tecnologia de filtragem”, garante a empresa.

Saiba mais:
Case CE: www.casece.com/latam/pt-br
Caterpillar: www.caterpillar.com/pt
John Deere: www.deere.com.br
Komatsu: www.komatsu.com.br
New Holland: https://construction.newholland.com

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