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Brasil recorrerá da taxa do aço

Nota afirma que medida causará graves prejuízos às exportações brasileiras; país é o segundo maior exportador do produto para os EUA

O Estado de S.Paulo

13/03/2018 14h20 | Atualizada em 14/03/2018 11h35

A assinatura do decreto que oficializa as novas taxas para importação de aço e alumínio por Donald Trump foi um balde de água fria nos planos do governo brasileiro, que ainda tentava excluir o Brasil da lista de países atingidos pela medida.

Na semana passado, o Brasil divulgou nota em que disse que recorrerá a “todas as ações necessárias” para preservar seus direitos e interesses.

“Ao mesmo tempo em que manifesta preferência pela via do diálogo e da parceria, o Brasil reafirma que recorrerá a todas as ações necessárias, nos âmbitos bilateral e multilateral, para preservar seus direitos e interesses”, afirma nota assinada pelos ministérios do Desenvolv

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A assinatura do decreto que oficializa as novas taxas para importação de aço e alumínio por Donald Trump foi um balde de água fria nos planos do governo brasileiro, que ainda tentava excluir o Brasil da lista de países atingidos pela medida.

Na semana passado, o Brasil divulgou nota em que disse que recorrerá a “todas as ações necessárias” para preservar seus direitos e interesses.

“Ao mesmo tempo em que manifesta preferência pela via do diálogo e da parceria, o Brasil reafirma que recorrerá a todas as ações necessárias, nos âmbitos bilateral e multilateral, para preservar seus direitos e interesses”, afirma nota assinada pelos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Marcos Jorge, e Relações Exteriores, Aloysio Nunes.

No texto, o governo ressalta que as medidas causarão graves prejuízos às exportações brasileiras e terão significativo impacto negativo nas relações comerciais e de investimentos entre os dois países.

O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá.

Embora a reação do governo brasileiro tenha sido dura, a estratégia permanece a mesma.

O país pretende insistir na tese de que as exportações de produtos siderúrgicos complementam, e não ameaçam a indústria siderúrgica norte-americana e esgotar o diálogo com o governo Trump antes de partir para outros instrumentos, como o recurso a organismos internacionais para reafirmar que o argumento da ameaça à segurança nacional não se sustenta.

O embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral, explica que o Brasil têm condições para negociar com a administração Trump para retirar o país da lista de nações afetadas.

Recursos

Para Marco Polo Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil (IABr),  o Brasil entrará imediatamente com recurso contra a decisão de Trump, mas, de outro lado, o governo brasileiro precisará colocar na mesa a necessidade de proteção do mercado brasileiro, visto que o fluxo de aço que deixará de ser direcionado aos Estados Unidos poderá recair no Brasil.

“Esperamos agora que o Ministério da Fazenda tenha sensibilidade de que há uma guerra comercial detonada pelo Trump de proporções grandes”, diz.

O setor do aço defende há muito tempo a adoção de medidas protecionistas pelo governo brasileiro. “Há um grande excesso de capacidade global de aço. O Brasil já é vulnerável para o recebimento de volumes de importação”.

Para o gerente executivo da unidade de assuntos internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Diego Bonomo, a decisão dos Estados Unidos vai “flagrantemente” contra as normas internacionais.

Perdas

Ao mirar a China, que tenta invadir mercados globais com o aço que está sobrando em suas siderúrgicas, o presidente dos EUA, Donald Trump, acertou diretamente o Brasil.

Segundo maior fornecedor do produto para o mercado americano (o primeiro é o Canadá, que ficou de fora da super taxação), o País exportou US$ 2,6 bilhões em aço para os EUA em 2017, o equivalente a um terço de toda a venda externa da matéria-prima local.

A perda para as exportações brasileiras pode ser de US$ 500 milhões neste ano, na avaliação de José Augusto de Castro presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Nas contas de um estudo do Peterson Institute chegaria a US$ 1 bilhão.

Já o presidente do IABr) avalia que a perda seria muito maior. “Se fechar o mercado, vamos perder todas as exportações, ou seja, os US$ 2,6 bilhões que vendemos em 2017.”

Montadoras pedem acordo UE-Mercosul

As principais montadoras do mundo pedem um acordo comercial entre o Mercosul e Europa como forma de dar uma "resposta" à onda protecionista de Donald Trump, nos EUA.

Para a Organização Internacional de Construtores Automotivos (OICA), existe uma janela de oportunidade de apenas seis meses para que o tratado comercial entre os dois blocos possa ser fechado.

O acordo vem sendo negociado há 18 anos e entrou em 2018 em sua reta final. Não temos muito tempo para permitir que haja um acordo", afirma , Matthias Wissmann, o presidente mundial da OICA e ex-ministro de Transporte do governo alemão.

"Temos eleições no Brasil e na Argentina. Além disso, o Parlamento Europeu também passará por uma eleição", apontou. "A janela de oportunidade é de apenas meio ano para que haja um acordo e por isso apelamos para que os responsáveis políticos na Europa e no Mercosul façam o possível para chegar a um acordo", insistiu.

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