Atuando em uma atividade de grande complexidade, cada equipamento utilizado na mineração contribui de forma decisiva para o resultado efetivo de todo o processo. Evidentemente, isso também vale para os mangotes, soluções aplicadas nas atividades de sucção e descarga nas minas, especialmente para a condução de minérios e outros materiais abrasivos.
Mas a versatilidade destes componentes vai além. Segundo Fabio Murta, gerente de marketing da Gates do Brasil, áreas como portos de areia e siderúrgicas também utilizam mangotes fabricados à base de borracha, porém com diferentes características em relação à resistência aos materiais transportados. “Nas áreas de mineração e portos de areia, a principal preocupação refere-se à abrasão interna causada pelos materiais transportados”, diz ele. “Já no caso da siderurgia, além dessa resistência interna, deve-se levar em consideração as altas temperaturas nas linhas de produção, aplicando-se normalmente coberturas especiais nos mangotes.”
Contudo, independentemente da área de aplicação, a funcional
Atuando em uma atividade de grande complexidade, cada equipamento utilizado na mineração contribui de forma decisiva para o resultado efetivo de todo o processo. Evidentemente, isso também vale para os mangotes, soluções aplicadas nas atividades de sucção e descarga nas minas, especialmente para a condução de minérios e outros materiais abrasivos.
Mas a versatilidade destes componentes vai além. Segundo Fabio Murta, gerente de marketing da Gates do Brasil, áreas como portos de areia e siderúrgicas também utilizam mangotes fabricados à base de borracha, porém com diferentes características em relação à resistência aos materiais transportados. “Nas áreas de mineração e portos de areia, a principal preocupação refere-se à abrasão interna causada pelos materiais transportados”, diz ele. “Já no caso da siderurgia, além dessa resistência interna, deve-se levar em consideração as altas temperaturas nas linhas de produção, aplicando-se normalmente coberturas especiais nos mangotes.”
Contudo, independentemente da área de aplicação, a funcionalidade dos mangotes é a mesma: a sucção e descarga na transferência de materiais sólidos (como minérios e areia) e de materiais líquidos (como água, lama e combustível) dentro das respectivas áreas operacionais desses segmentos.
VARIAÇÕES
Nesse sentido, os mangotes atendem a uma ampla faixa de aplicações nas indústrias, sendo mais comum sua utilização para condução de polpas abrasivas, na qual fatores como abrasão, pressão e resistência mecânica devem ser considerados já nos projetos de fabricação dos componentes.
As principais variações construtivas, como explica Valmir Batista, gerente de produtos de revestimentos de borracha da Weir Minerals, estão na espessura e tipo de borracha do revestimento interno, assim como na sua estrutura mecânica – com a possibilidade de inclusão de lonas sintéticas, fibras sintéticas de aramida tramada, espirais de aço para aplicação de recalque ou mesmo anéis de aço, principalmente em aplicações de sucção e dragagem, nas quais há pressão negativa e a operação exige flexibilidade e movimentação da linha. “Embora sejam simples no conceito, pois basicamente consistem de um tubo com reforço e cobertura, os mangotes de mineração podem exigir um alto nível de habilidade para selecionar a melhor solução aplicável à operação”, comenta o Batista. “Assim, muitos fatores variam na seleção dos componentes corretos, incluindo tamanho, temperatura, aplicação, material e pressão.”
Em geral, os mangotes utilizados para reforços e coberturas são fabricados com compostos de borracha, seja natural (para usos que apresentam alto índice de abrasão interna do material a ser transportado) ou sintética (para líquidos pouco abrasivos e derivados de petróleo). “Para resistir à pressão de trabalho e, ao mesmo tempo, oferecer flexibilidade adequada às aplicações, os reforços mais indicados são os têxteis, tais como lona impregnada de borracha, que é o tipo mais comum, ou trançado”, detalha Murta, da Gates.
PORTFÓLIO
Por sinal, a Gates fabrica mangotes para transporte de sólidos leves (como areia), sólidos pastosos (lama) e líquidos (água, combustíveis e derivados de petróleo). Para todas essas aplicações, o diâmetro interno pode variar de 1 a 6 polegadas, conforme explica o executivo. “A empresa também fabrica mangotes acima de 6 polegadas de diâmetro interno, porém, nesses casos, deve ser realizada uma consulta prévia”, acresce.
A Metso, por sua vez, apresenta uma linha de mangotes com estrutura em seis camadas. De acordo com Audrei Moron, coordenadora de desenvolvimento de mercado para bombas da fabricante finlandesa, a parte interna é constituída por uma grossa camada de borracha natural homogênea e flexível, que – segundo ela – suporta a abrasão e reduz a vibração e o impacto de sólidos. “A dureza dessa borracha varia de acordo com a granulometria da polpa a ser transportada”, ressalta.
Além da borracha, a estrutura interna do mangote também contém quatro camadas de cordões de poliéster e uma espiral metálica em aço galvanizado, posicionada meticulosamente na angulação mais eficiente, com a função de absorver a pressão interna e manter a estabilidade do diâmetro, prevenindo assim torções e dobras excessivas.
Além disso, o mangote da Metso possui uma camada interna extra de borracha, para garantir flexibilidade e otimizar a adesão entre as camadas. “Já na estrutura externa, o mangote é recoberto por borracha especial, que protege a estrutura contra danos externos, tais como abrasão, corrosão, luz do sol e ação do ozônio”, complementa Moron, destacando ainda que a linha de soluções para bombeamento da Metso inclui mangotes de 2 a 24 polegadas de diâmetro interno, sendo indicados para uso com polpas de granulometria em torno de 10 mm.
CUIDADOS
O ambiente de armazenamento, a variação nos materiais e o acabamento da cobertura exterior têm efeito direto sobre a vida útil de um mangote de mineração.
Até por isso, segundo Batista, da Weir Minerals, é difícil quantificar o limite de sua vida útil, pois há muitos fatores que afetam a durabilidade desses componentes. “A vida útil padrão de um mangote varia de três a cinco anos, podendo se estender até oito para uma determinada aplicação”, afirma o especialista. “No entanto, e apesar disso depender das condições operacionais, o tempo de duração dessas soluções pode ser seis vezes maior do que o das peças de aço sem revestimento.”
Claro que isso também demanda cuidados específicos de uso. Segundo Audrei, da Metso, os mangotes exigem manuseio cuidadoso, pois não podem ser amassados (pela passagem de veículos sobre eles, por exemplo) e sua elevação deve ser feita por meio de cintas de elevação. “Já o armazenamento por longos períodos deve ser feito em superfície plana, sendo ainda necessário evitar a luz solar direta e proteger as pontas dos componentes”, acentua o especialista.
Os mangotes da Metso, aliás, são acoplados por meio de uma tecnologia que os conecta com flanges ou conexões de liga de alumínio de alta resistência (leves e não suscetíveis à corrosão), preservando sua integridade e permitindo a reutilização.
“Os mangotes são amplamente utilizados para condução de polpas abrasivas, na qual devem ser considerados fatores como abrasão, pressão e resistência mecânica.”
A montagem e desmontagem, por sua vez, são feitas rapidamente e com segurança. “Esse sistema também permite a rotação total dos mangotes, distribuindo uniformemente o desgaste e aumentando sua vida útil”, pontua Moron.
Segundo ela, não há necessidade de se renovar a proteção anticorrosiva dos mangotes, o que reduz custos e horas de manutenção. As vedações entre flanges ou acoplamentos também garantem uma conexão mais segura e sem vazamentos, promovendo desse modo um ambiente mais limpo e controlado.
Por fim, um dos diferenciais técnicos que auxiliam na manutenção dos mangotes é a inclusão de sensor elétrico, visor luminoso ou dispositivo wireless. “Esses recursos permitem detectar os pontos mais desgastados para planejamento preventivo de rotação em mangotes retos e trocas de curvas desgastadas, evitando vazamentos e trocas emergenciais”, conclui Batista, da Weir.
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