A correta manutenção do sistema de embreagem é fundamental para garantir seu bom funcionamento e uma vida útil satisfatória. Negligências na realização do serviço e na eventual substituição podem causar problemas como patinação, dificuldade ou impossibilidade de engate de marchas e funcionamento incorreto de implementos movimentados pela tomada de potência. Mas para realizar a manutenção da forma correta, é preciso levar em conta que o sistema abrange todos os componentes que estão entre o pedal de acionamento e o volante do motor, e não apenas o platô, disco e rolamento.
De modo geral, a durabilidade do sistema pode variar de acordo com o serviço executado, forma de operação do equipamento e o tipo de embreagem utilizado. Portanto, a verificação e – se necessária – a substituição, devem ser realizadas sempre que surgirem sintomas como curso muito longo do pedal de acionamento, trepidação, patinação, dificuldade de engate ou mau funcionamento da tomada de potência. Em tratores, por exemplo, o sistema de acionamento tende a ser complexo e possuir regulagens imp
A correta manutenção do sistema de embreagem é fundamental para garantir seu bom funcionamento e uma vida útil satisfatória. Negligências na realização do serviço e na eventual substituição podem causar problemas como patinação, dificuldade ou impossibilidade de engate de marchas e funcionamento incorreto de implementos movimentados pela tomada de potência. Mas para realizar a manutenção da forma correta, é preciso levar em conta que o sistema abrange todos os componentes que estão entre o pedal de acionamento e o volante do motor, e não apenas o platô, disco e rolamento.
De modo geral, a durabilidade do sistema pode variar de acordo com o serviço executado, forma de operação do equipamento e o tipo de embreagem utilizado. Portanto, a verificação e – se necessária – a substituição, devem ser realizadas sempre que surgirem sintomas como curso muito longo do pedal de acionamento, trepidação, patinação, dificuldade de engate ou mau funcionamento da tomada de potência. Em tratores, por exemplo, o sistema de acionamento tende a ser complexo e possuir regulagens imprescindíveis para o bom funcionamento e durabilidade da embreagem. Portanto, é indicado que a manutenção seja sempre realizada por profissionais especializados.
Os especialistas recomendam que, antes de desmontar o conjunto, seja determinado o motivo pelo qual o veículo foi recolhido e se de fato há a necessidade de troca da embreagem. Para isso, é importante informar-se sobre os serviços realizados anteriormente – quando e o que foi feito ou se o problema é apenas desgaste natural. Um reparo realizado na estrada ou em situação de emergência, por exemplo, pode não estar completamente de acordo com os procedimentos indicados. Já um mau funcionamento reincidente pode dar pistas para um melhor diagnóstico e a solução definitiva.
DIAGNÓSTICO
O trabalho de manutenção propriamente dito começa com a desmontagem do conjunto, cujo primeiro passo é o desacoplamento do sistema de acionamento. Isso requer cuidados especiais. O principal deles é calçar o pedal na posição de repouso ou colocar parafusos na tampa do servo de embreagem, pois, com ela desmontada, o acionamento acidental pode provocar sérios acidentes, como a explosão do servomecanismo. Os passos seguintes são soltar a caixa de câmbio, mantendo o alinhamento para não forçar o cubo do disco, marcar as peças, soltar o platô e o disco e finalmente retirá-los.
Depois disso, a recomendação é que se verifique e analise todas as peças à disposição, tentando responder pelo menos a três questões: o que pode ter provocado a falha, como pode ter ocorrido e por que tal problema pode ter ocorrido. As respostas levarão à solução definitiva dos danos. Ou seja, evita-se que eles continuem a ocorrer e que seja necessário refazer o serviço.
No caso do platô, há pelo menos quatro tipos de problemas que podem ser encontrados, incluindo a deformação da mola de retrocesso (que dificulta o engate de marchas e é produzido por reduções bruscas ou erro de marcha após “banguela”), placa de pressão azulada (patinação ou modulação excessiva da embreagem), desgaste excessivo nos pontos de contato com o mancal (falta de pré-carga no sistema de acionamento ou mancal pesado – por excesso de graxa – ou engripando) e anel de articulação desgastado – girado/brilhante – por excesso de curso de acionamento ou garfo desalinhado.
Em relação aos discos, os problemas mais comuns incluem o desgaste dos revestimentos (espessura e coloração), presença de óleo ou graxa (tornando-os irrecuperáveis e podendo produzir trepidação ou patinação), desgaste no cubo (excesso de rebarba, que pode ser indício de desalinhamento, capa seca solta, problemas com o rolamento de guia, folga excessiva no rolamento da entrada do eixo piloto na caixa de câmbio ou desgaste excessivo nas suas estrias), molas de amortecimento torcional com desgastes irregulares ou quebradas (vibrações anormais causadas por folgas de cardã ou por operação em rotações e marchas inadequadas) e empenamento (que dificulta o engate de marchas ou produz trepidação nas arrancadas).
Quando o platô e os discos apresentam muitos danos, a recomendação é substituí-los por produtos novos ou remanufaturados, que atendam a todas as especificações das peças originais. Nesse ponto, é preciso destacar que somente o fabricante original tem os recursos tecnológicos necessários para atingir a mesma qualidade, atendendo aos requisitos ISO/QS 9000. As embreagens novas e remanufaturadas são projetadas para superar os requisitos de durabilidade em cada aplicação específica, protegendo os componentes do motor e do câmbio e proporcionando o máximo conforto no acionamento e nas partidas.
Isso porque todos os platôs e discos, ao serem remanufaturados, são desmontados e cada componente é analisado e avaliado. A mola-membrana sofre novo tratamento térmico para manter as mesmas cargas da peça original e as placas são recontroladas e retrabalhadas, deixando todos os componentes com as especificações e características originais. Portanto, o processo de remanufatura garante os padrões de qualidade e confiabilidade, além de economizar energia e recursos naturais, que são gastos em maior quantidade para a fabricação de novos componentes.
Além da substituição dos componentes da embreagem, devem ser verificadas – e substituídas, quando necessário – peças como hastes de acionamento, varões e articulações e cilindros hidráulicos ou pneumáticos. Mas para obter maior durabilidade e menor custo operacional, é recomendável que seja realizada a substituição do kit completo do equipamento. Como todos os componentes sofrem desgaste, a substituição parcial sempre ocasionará perda de eficiência no funcionamento do sistema, gerando perda de produtividade.
As engrenagens de arranque também são peças importantes e que merecem atenção especial. Basicamente, são os dentes fixados ao volante, utilizados pelo motor de arranque para colocar o motor do veículo em funcionamento. Sempre que a embreagem for substituída é recomendável fazer a usinagem do volante do motor. Deve-se respeitar, no entanto, o limite de desgaste indicado pelo fabricante. Caso essa peça esteja abaixo da medida, é preciso substituí-la. Um volante com baixo coeficiente de atrito pode diminuir a vida útil do sistema em mais 20%, dependendo da utilização do equipamento.
Também é necessário ficar atento ao pedal de acionamento, pois possui uma folga mínima que deve ser respeitada para evitar o pré-acionamento e a consequente patinação. A sequência de regulagem e a medida da folga variam de acordo com o fabricante e modelo de embreagem, devendo consultar-se o manual do operador.
REMONTAGEM
Após a desmontagem e posterior manutenção, é hora da remontagem do sistema, que deve ser feita dando atenção à limpeza do local e das próprias peças. A primeira medida a ser adotada é a lubrificação do entalhado do eixo piloto. Os especialistas recomendam que isso seja feito com um pincel, para que a graxa seja passada nas laterais das estrias, mas sem excesso, para não contaminar os revestimentos dos discos.
Como a embreagem pode chegar a temperaturas de funcionamento superiores a 200°C, deve-se utilizar uma graxa a base de molibdênio, que é capaz de suportar calor superior a 300°C.
O passo seguinte é verificar se o mancal/rolamento corre livre sobre o tubo-guia e se está alinhado e centralizado em relação ao garfo. Se os mancais forem de modelos mais recentes, é provável que possuam uma bucha de guia de teflon ou nylon. Nesse caso, não se deve lubrificar o tubo guia/moringa, pois as graxas atacam esses materiais sintéticos e, com o uso e o aquecimento, a bucha tende a fechar, podendo deixar o pedal duro ou causar dificuldade para o acoplamento da embreagem. Isso aumenta a patinação e diminui a vida útil do disco. Caso seja um mancal com engraxadeira (modelo mais antigo), deve-se utilizar a graxa recomendada pelo fabricante do veículo.
A colocação dos discos e do platô, que vem a seguir, também exige cuidados. N primeiro caso, os discos devem ser postos no volante, guiados por um eixo-piloto cortado, com um mandril ou um eixo apropriado. No caso do platô, depois de colocado, deve ser apertado gradativamente e de forma cruzada, para evitar a deformação de sua carcaça e a sobrecarga das roscas, o que poderia espaná-las.
Depois de concluída a remontagem, sabe-se que o sistema de acionamento está corretamente regulado quando, com o motor ligado e a primeira marcha engatada, o veículo dá sinais de início de acoplamento do disco com o pedal entre 1/4 a 1/3 do curso total. Ou seja, há reserva de curso correta e eficiente.
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