Embalada pela tendência de recuperação do mercado de construção civil, a Pedreira Embu se prepara para seguir a mesma trilha de crescimento desse setor, seu grande cliente. O presidente da empresa, Luiz Eulálio de Moraes Terra, baseia suas projeções em um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que este ano prevê um aumento de 8% a 9% nas atividades da construção civil. Com a expansão do setor, ele vislumbra uma demanda crescente de agregados para construção e, consequentemente, um aumento no ritmo de produção das pedreiras do grupo, que opera com três unidades na Grande São Paulo e uma em Vitória (ES).
Para isso, a empresa fez seu dever de casa e manteve os investimentos na modernização do parque de equipamentos, mesmo no auge da crise financeira internacional, em 2009. Na entrevista a seguir, Luiz Eulálio detalha os investimentos realizados. Ele também fala sobre a filosofia e os procedimentos adotados pela empresa, que contribuem para posicioná-la entre as mais modernas e eficientes do País na operação de pedreiras.
M&T: O
Embalada pela tendência de recuperação do mercado de construção civil, a Pedreira Embu se prepara para seguir a mesma trilha de crescimento desse setor, seu grande cliente. O presidente da empresa, Luiz Eulálio de Moraes Terra, baseia suas projeções em um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que este ano prevê um aumento de 8% a 9% nas atividades da construção civil. Com a expansão do setor, ele vislumbra uma demanda crescente de agregados para construção e, consequentemente, um aumento no ritmo de produção das pedreiras do grupo, que opera com três unidades na Grande São Paulo e uma em Vitória (ES).
Para isso, a empresa fez seu dever de casa e manteve os investimentos na modernização do parque de equipamentos, mesmo no auge da crise financeira internacional, em 2009. Na entrevista a seguir, Luiz Eulálio detalha os investimentos realizados. Ele também fala sobre a filosofia e os procedimentos adotados pela empresa, que contribuem para posicioná-la entre as mais modernas e eficientes do País na operação de pedreiras.
M&T: O grupo Embu é sempre apontado como um dos mais modernos em operação de pedreiras. Poderia comentar as principais modernizações realizadas recentemente?
Luiz Eulálio de Moraes Terra: Após 10 anos de estagnação na construção civil, que se refletiu na nossa área, tivemos uma retomada dos investimentos a partir início de 2007. Acabamos usufruindo dessa situação favorável e partimos para a aquisição de novos equipamentos de desmonte de rocha, como as perfuratrizes hidráulicas DX 680, da Sandvik, e ROC D7, da Atlas Copco. Em seguida, prosseguimos com investimentos na área de carga e transporte, com a compra de escavadeiras hidráulicas Liebherr 964B e Caterpillar 345, além dos caminhões fora-de-estrada RK 430, da Randon, e das carregadeiras de rodas 966H. Tudo isso aconteceu entre 2008 e 2009, período no qual também fizemos melhorias na área de beneficiamento, como os equipamentos de britagem, os sistemas de peneiramento e correias transportadoras. Em resumo: nesse período investimos cerca de R$ 30 milhões na modernização e melhoria do nosso parque de equipamentos.
M&T: O aumento na demanda foi o único fator a impulsionar esses investimentos?
Luiz Eulálio: As boas condições de financiamento disponíveis no mercado, como a linha de crédito oferecida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a aquisição de máquinas e equipamentos, também foram decisivas nesse processo. Torcemos para que essas condições sejam mantidas, tanto na linha de crédito Finame, do BNDES, como nas operações de leasing, pois isto possibilitou a nossa modernização e favoreceu o setor como um todo. Sem acesso a financiamento, o processo fica inviável.
M&T: O senhor citou a atualização da frota realizada recentemente. Existe participação de terceiros nas operações de lavra e transporte nas minas?
Luiz Eulálio: Nossa frota é toda própria. Nunca terceirizamos os serviços de lavra e transporte em função dos bons resultados obtidos com esse modelo. O que fazemos é alugar alguns equipamentos complementares para a substituição de um nosso que esteja em manutenção. Fazemos isso em caráter transitório e em períodos curtos de locação. Terceirizamos apenas o transporte externo, ou seja, a entrega do produto final ao cliente. Optamos por terceirizar essa etapa da operação para empresas transportadoras e os resultados têm sido bons, com ganhos de eficiência e de custo por tonelada e quilômetro rodado. Nesse caso, podemos falar em uma redução média de custos de cerca de 20%.
M&T: Qual é a estrutura adotada pela empresa para a manutenção dos equipamentos?
Luiz Eulálio: A manutenção é centralizada na nossa unidade de Embu. Temos uma oficina central, com departamento de compras, almoxarifado e toda a gerência de manutenção e reformas. Mas com a reformulação da frota, estamos basicamente contratando esse serviço junto aos distribuidores, pois não temos equipe para suportar as demandas de manutenção desses novos equipamentos. Não queremos ampliar nossa equipe e sim envolver o distribuidor com o nosso trabalho, trazendo os prestadores de serviços mais próximos da nossa operação. O contrato de manutenção preventiva, por exemplo, contempla a capacitação da equipe, o que representa outro ganho para a Embu. Atualmente, estamos implantando esse novo processo com um contrato parcial, que envolve as atividades preventivas, análises e já notamos um envolvimento maior do dealer em relação ao que era feito antes.
M&T: Essa maior interação com o distribuidor, assim como a simplificação de muitas atividades de manutenção, também decorre do avanço da eletrônica embarcada, não é mesmo?
Luiz Eulálio: Exatamente, pois os recursos eletrônicos conferem maior confiabilidade à operação por meio do melhor controle do equipamento. Junto com a gerência de manutenção e o dealer, fazemos um acompanhamento rigoroso do desempenho do equipamento em tempo real. Isso melhora o processo. Ainda se trata de algo recente, mas o uso dessas tecnologias nos permite antecipar soluções, enxergar problemas de operação e corrigir tudo de imediato. Com isso, podemos antecipar muitas situações, aumentando a disponibilidade dos equipamentos e sua vida útil. As carretas de perfuração são um exemplo: temos cinco máquinas dessa linha equipadas com recursos de eletrônica embarcada, o que nos permite coletar informações em tempo real sobre sua operação no campo.
M&T: Nessas operações, os equipamentos são hidráulicos ou ainda há o emprego de carretas de perfuração pneumáticas?
Luiz Eulálio: São totalmente hidráulicos, pois operamos com grandes volumes de produção. Como nossas pedreiras são de grande porte, o uso de carretas pneumáticas dificultaria o processo e poderia comprometer a produtividade. Cada uma delas produz entre 150 e 200 mil t/mês, o que exige a imobilização de duas a três carretas hidráulicas. Se fossemos trabalhar com modelos pneumáticas, precisaríamos mobilizar até dez unidades em cada pedreira, o que implicaria uma logística muito complexa.
M&T: A empresa adota o monitoramento remoto da frota de equipamentos?
Luiz Eulálio: Como não temos frota externa própria, não adotamos esse recurso. Os equipamentos mobilizados nas operações internas, como as escavadeiras hidráulicas, pás carregadeiras e caminhões fora-de-estrada, são dotados de rastreadores e utilizamos apenas o que é fornecido pelo fabricante, mediante adaptações ao nosso sistema, com interface via internet ou mesmo GPS. Os rastreadores nos ajudam a identificar problemas como o superaquecimento do motor ou um consumo de óleo lubrificante fora do padrão. Com isso, diminuímos a interferência da equipe, que pode ser alocada em outras etapas de trabalho.
M&T: O mercado de agregados sempre enfrentou uma severa fiscalização ambiental. Como a Embu lida com essas questões?
Luiz Eulálio: Nossa gestão se baseia em investimentos na capacitação de pessoal e no contínuo aprimoramento técnico. O cuidado ambiental é uma preocupação constante e, por isso, contratamos consultorias para nos auxiliar na redução de emissão de material particulado, no controle de detonações e também no tratamento de efluentes, apesar de não manusearmos componentes químicos em nosso processo produtivo. Ainda não conseguimos mensurar, mas trabalhamos em conformidade com os requisitos dos órgãos ambientais.
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