Revista M&T - Ed.161 - Setembro 2012
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Mineração

Projeto de ampliação da Ferrous inclui aquisição de equipamentos móveis

Até 2016, mineradora planeja investir US$ 67 milhões na compra de máquinas

Recentemente, a Ferrous mineradora de ferro localizada no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais anunciou planos de investimentos para ampliação da sua capacidade produtiva. Na mina de Viga, em Congonhas (MG), a produção prevista para o período entre 2013 e 2016 é de 4 milhões de t/ano, enquanto na mina de Esperança, em Brumadinho (MG), já a partir de 2012 a produção deve atingir 1,6 milhão de t/ano. Para alcançar tais metas, a Ferrous está realizando aportes de US$ 40 milhões em Viga e de US$ 27 milhões em Esperança, recursos voltados principalmente para a aquisição de equipamentos de mina e de infraestrutura.

Segundo Antônio Rigotto, diretor executivo de produção e desenvolvimento da Ferrous, as ampliações previstas já contam com uma lista parcial dos equipamentos móveis de grande porte que serão adquiridos nos próximos quatro anos. “Os principais equipamentos previstos para essa operação são 50 caminhões 10 x 4, além de cinco escavadeiras com capacidade de concha de 6,5 t e cinco pás carregadeiras com caçamba na faixa de 3,5 m³”, revela.

Já para a mina de esperança, diz o


Recentemente, a Ferrous mineradora de ferro localizada no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais anunciou planos de investimentos para ampliação da sua capacidade produtiva. Na mina de Viga, em Congonhas (MG), a produção prevista para o período entre 2013 e 2016 é de 4 milhões de t/ano, enquanto na mina de Esperança, em Brumadinho (MG), já a partir de 2012 a produção deve atingir 1,6 milhão de t/ano. Para alcançar tais metas, a Ferrous está realizando aportes de US$ 40 milhões em Viga e de US$ 27 milhões em Esperança, recursos voltados principalmente para a aquisição de equipamentos de mina e de infraestrutura.

Segundo Antônio Rigotto, diretor executivo de produção e desenvolvimento da Ferrous, as ampliações previstas já contam com uma lista parcial dos equipamentos móveis de grande porte que serão adquiridos nos próximos quatro anos. “Os principais equipamentos previstos para essa operação são 50 caminhões 10 x 4, além de cinco escavadeiras com capacidade de concha de 6,5 t e cinco pás carregadeiras com caçamba na faixa de 3,5 m³”, revela.

Já para a mina de esperança, diz o diretor, o investimento em equipamentos previsto para o mesmo período envolve a aquisição de oito caminhões 10 x 4 para operação na lavra de minério, além de outros três para operação com estéril. “Ainda prevemos a aquisição de três escavadeiras com concha de 4 t para operação em lavra, estéril e taludes, uma motoniveladora, dois tratores sobre esteira e duas retroescavadeiras para operação em serviços de infraestrutura”, afirma Rigotto.

Segundo ele, o processo de extração e beneficiamento de minério de ferro nas duas minas é semelhante: “O minério é extraído das frentes de lavra por escavadeiras que carregam os caminhões, que por usa vez transportam o minério das minas até as plantas de beneficiamento e o material estéril para as pilhas”, explica o especialista. “O minério alimentado na planta de beneficiamento é então britado e peneirado, passando basicamente por dois processos de concentração, sendo um magnético e o outro gravimétrico.”

Para essa operação, além dos equipamentos móveis, as minas são equipadas com britadores, peneiras classificadoras, concentradores magnéticos, jigues e hidrociclones, entre outros equipamentos.

Quando se fala em ampliação da capacidade produtiva, porém, os planos da Ferrous vão ainda mais além, com planejamento de expansão até 2026. Antes de avançar nesse detalhamento, entretanto, Rigotto abre parênteses para explicar o motivo pelo qual na operação atual foram escolhidos os caminhões rodoviários 10 x 4, com capacidade de carga de 35 t, em detrimento dos modelos fora de estrada.

“A opção entre o caminhão rodoviário ou o off-road foi um assunto muito debatido na empresa e, hoje, podemos concluir que o principal benefício dos modelos rodoviários é sua menor pressão sobre o solo, o que favorece a operação em terrenos de poeira e lama, como são os da mineração”, diz ele, salientando que na mina de Viga já há caminhões 10 x 4 operando há cerca de um ano, sempre com bom desempenho.

LONGO PRAZO

Voltando ao planejamento de longo prazo da Ferrous, que prosseguirá durante os próximos 14 anos, um dos principais desafios é a implantação de um mineroduto de 400 km ligando a mina de Viga, em Congonhas, ao município de Presidente Kennedy (ES), cidade onde a empresa também planeja construir um terminal portuário próprio, que será outra aposta-chave nos planos de crescimento da empresa.

Segundo Rigotto, as licenças prévias do Ibama para a implantação do mineroduto e do porto já foram concedidas e o próximo passo é a obtenção da Licença de Instalação, que deverá acontecer a partir do segundo semestre de 2013. “A escolha por mineroduto no lugar do transporte sobre trilhos é pragmática: enquanto no primeiro sistema o custo operacional foi calculado entre US$ 0,70 e US$ 0,90 por tonelada, no modal ferroviário esse valor sobe para uma estimativa de US$ 8 a US$ 10”, diz ele, salientando que essa é apenas uma projeção de valores calculada em cima de uma distância de transporte de 400 km. “Outro aspecto positivo do mineroduto é a questão energética e ambiental, pois ele é acionado por bombas elétricas, enquanto o trem tem motor a diesel e passa a céu aberto”, complementa.

Enquanto o mineroduto encontra-se em fase de projeto, a Ferrous avança com o transporte rodoviário. Aliás, a empresa concluiu recentemente o terminal de carregamento ferroviário na mina de Viga. O ramal, que liga as operações da Ferrous com a malha da MRS Logística, já está em operação e tem capacidade para transportar até 18 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, sem a necessidade de qualquer investimento adicional em infraestrutura. “Essa é uma capacidade sobressalente à que necessitaremos até 2013, quando pretendemos produzir um total de aproximadamente 5,6 milhões de toneladas, e também está além do nosso plano de produção até 2016, que é de 17 t/ano”, explica Rigotto.

Mas o planejamento de longo prazo da Ferrous inclui uma estratégia ainda mais arrojada de negócios, prevendo um desempenho central da mina de Viga, a mais produtiva das que a empresa possui e na qual a capacidade produtiva deve chegar a 15 milhões de toneladas por ano até 2026. “Até esse período, as minas de Viga Norte e Serrinha também serão desenvolvidas e terão potencial para produzir um total de 25 milhões de toneladas, sendo 15 milhões em Serrinha e 10 milhões em Viga Norte”, informa Jayme Nicolato, diretor-presidente da mineradora.

EXPANSÃO ACELERADA

Criada em 2007, a Ferrous possui atualmente cinco ativos minerários em Minas Gerais, incluindo as minas de Esperança, Serrinha, Viga, Santanense e Viga Norte. A mineradora também já conduz estudos para a implantação de um projeto para extração de minério de ferro da mina de Jacuípe (BA), adquirida em 2009.

Somente em Viga e Esperança, Antônio Rigotto afirma que em 2012 as minas produzirão cerca de 3 milhões de toneladas de minério de ferro. O montante, segundo ele, representa um crescimento de 1,7 milhão de toneladas comparado ao que foi produzido em 2011. Ou seja, mais que o dobro. “Esse crescimento ocorreu, basicamente, devido à entrada em operação da mina de Viga, iniciada neste ano”, diz.

Além disso, a Ferrous também se beneficia do fato de ser uma das únicas quatro mineradoras que possuem autorização da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para operar com terminal portuário próprio. Assim, segundo Rigotto, o plano de construção do local será iniciado tão logo todas as licenças sejam expedidas, o que deve ocorrer em 2013, como destacado no inicio desta reportagem.

 

 

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