Como mostra a reportagem de capa desta edição, o mercado de equipamentos vem obtendo resultados surpreendentes neste ano. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) apontam que, até maio, a produção teve aumento de 33,2% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as vendas cresceram 33,8%.
A projeção coloca as carregadeiras entre os equipamentos com desempenho singular. As vendas subiram 43,7% no período, com 3.470 unidades comercializadas, seguindo a tendência de crescimento de 10% até o final do ano, conforme previsto no Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção.
Ademais, esse avanço confirma o aquecimento dos setores produtivos. Nos últimos 12 meses, os segmentos que mais adquiriram carregadeiras, segundo a Abimaq, são agricultura (25%), governo (23%) e construção (20%). As vendas só não estão mais aquecidas devido a
Como mostra a reportagem de capa desta edição, o mercado de equipamentos vem obtendo resultados surpreendentes neste ano. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) apontam que, até maio, a produção teve aumento de 33,2% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as vendas cresceram 33,8%.
A projeção coloca as carregadeiras entre os equipamentos com desempenho singular. As vendas subiram 43,7% no período, com 3.470 unidades comercializadas, seguindo a tendência de crescimento de 10% até o final do ano, conforme previsto no Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção.
Ademais, esse avanço confirma o aquecimento dos setores produtivos. Nos últimos 12 meses, os segmentos que mais adquiriram carregadeiras, segundo a Abimaq, são agricultura (25%), governo (23%) e construção (20%). As vendas só não estão mais aquecidas devido aos gargalos no fornecimento das máquinas que, dependendo do modelo, podem demorar de seis a oito meses para entrega.
Em paralelo à procura, a evolução das máquinas não deixa por menos, totalmente focada em produtividade e facilidade para quem opera. “A importância do controle produtivo ainda não é uma preocupação cotidiana no Brasil, embora as empresas estejam constantemente desenvolvendo ferramentas para melhorar a produtividade”, avalia Trazílbio Filho, especialista de produto da Case CE.
Disponibilidade do equipamento permite que as empresas se tornem mais competitivas
Com essas ferramentas, diz ele, a produção pode ser monitorada desde o manuseio da matéria-prima, com balanças que fazem a pesagem do material, por exemplo. Abrangendo diversos parâmetros, os dados são armazenados e compartilhados por meio de sistemas de telemetria, possibilitando realizar ajustes e obter melhorias contínuas.
Os dispositivos de diagnóstico têm sido fundamentais para otimizar o custo operacional. Segundo Carlos Johansen, gerente de serviços da JCB, durante anos a manutenção foi relegada a segundo plano no mercado brasileiro. Nesse contexto, os frotistas enfrentavam gastos elevados em corretivas.
“A manutenção tem o objetivo de manter a disponibilidade do equipamento no processo produtivo, colaborando diretamente para a minimização dos custos operacionais e paradas não previstas”, salienta. “O que, consequentemente, torna a empresa competitiva no cumprimento de metas e prazos.”
É dessa maneira que a telemetria ganha cada vez mais força no gerenciamento da frota. Os inúmeros sensores instalados nos componentes de powertrain garantem que o gestor atue de maneira mais ágil ante alertas recebidos por e-mail, celular ou plataformas on-line. Problemas como superaquecimento do motor, baixo nível de fluídos, falta de alimentação e tensão das baterias são detectados prontamente, com serviços remotos atuando no suporte para otimizar os custos com carregadeiras.
Devido à importância desses dispositivos, a JCB acaba de inaugurar o Latam Uptime Centre. Instalado na fábrica de Sorocaba (SP), o espaço recebeu investimento de R$ 1,2 milhão para dar suporte às máquinas no continente, o que é feito por meio do sistema LiveLink. “O sistema rastreia remotamente a operação das máquinas distribuídas por propriedades rurais, canteiros e sites de mineração em toda a América Latina”, explana Johansen.
De acordo com Mauricio Pizzol, engenheiro de serviços e suporte ao produto da Caterpillar, os dispositivos de diagnóstico são “decisivos” na solução de problemas de forma remota. “Ao perceber irregularidades, o revendedor consulta os dados em tempo real e apresenta soluções para o problema”, explica, destacando que muitos alertas são atualizações de software. “Quando a situação exige, o técnico vai até o local com o diagnóstico pronto, além de levar ferramental, sensores e peças apropriadas, sabendo exatamente o procedimento a ser feito.”
Nos modelos 966, 972 e 980 da Cat, esse recurso está disponível com interface avançada, informa Leandro Amaral, especialista de carregadeiras da marca. “Dependendo do problema, os alertas indicam se o operador deve interromper a operação”, sublinha. De acordo com ele, a telemetria permite gerenciar toda a frota a partir do escritório. “Além de valorizar a segurança, o sistema também mostra se há má utilização do equipamento, primando por boas práticas a partir do rastreamento”, diz.
PRODUTIVIDADE
O gerente de pós-venda da John Deere, Maurício Mazzutti, assinala que o sistema JDLink tornou-se referência ao otimizar o tempo de máquina parada e a operação. “Ajuda tanto o operador a desempenhar bons níveis de produção, como dá tranquilidade para o cliente monitorar os resultados”, garante.
Emitidos em diferentes níveis, os alertas impedem que o operador danifique o equipamento, evitando intervenções, reparos e tempo de máquina parada. A carregadeira já sai de fábrica com o monitoramento, sendo que o cliente pode optar pela assistência da concessionária.
“São três níveis de alerta: o primeiro aponta anomalias no motor ou falha eletrônica no sistema hidráulico, enquanto o segundo traz mensagem de atenção, reduzindo a potência até que o operador leve a máquina a um local seguro e verifique a ocorrência”, descreve Mazzutti. “Por fim, o terceiro interrompe a operação para evitar estragos ao equipamento.”
Segundo ele, também é possível fazer a leitura do histórico de alertas, o que possibilita gestão mais eficiente e tomada de providências futuras, evitando que situações críticas se repitam de maneira sistêmica. Nesse ponto, o líder de desenvolvimento de negócios da Volvo CE, Luiz Vieira, reitera que o uso de tecnologia embarcada tem sido crucial para aumentar a produtividade, reduzir custos operacionais, garantir a segurança e dirimir o impacto ambiental das operações.
“O sistema Techtool, por exemplo, facilita a realização de diversas ações, como leitura de sensores, testes, calibração de componentes e atualização de softwares”, sustenta. “Já o Matris permite realizar um ‘raio-X’ completo da máquina.”
O portfólio da marca é representado principalmente pelos sistemas CareTrack e ActiveCare Direct. Ferramenta clássica de telemática, o primeiro permite acesso a um portal com informações vitais para a gestão da frota, com suporte feito diretamente pelo dealer. Já o ActiveCare Direct (ACD) consiste em um serviço Premium que promete maior disponibilidade, economia de combustível e eficiência da operação.
A Volvo oferece ainda uma ferramenta de suporte técnico em tempo real para ser usada no campo. Caso necessário, o sistema RTTS Onsight torna possível reunir-se de maneira remota com técnicos e mecânicos, especialistas da concessionária e, até mesmo, de apoio global. “Para garantir a agilidade, o sistema fornece boletins informativos, desenhos ilustrativos, diagramas e uma série de dados que contribuem para a solução de eventuais problemas”, repassa Vieira.
APLICAÇÕES
Em maio, a JCB fez o acompanhamento de um produtor de bovinos em Mato Grosso que utiliza a carregadeira 437ZX. A empresa está em processo de expansão, com projeção de aumento de 10 mil cabeças de gado de corte, fazendo com que a lavoura também se desenvolva. “A eletrônica embarcada otimizou a operação de rechego de compostagem e das pilhas de calcário, apoiada por sistemas de transmissão automática de quatro velocidades, além de limitador de patinagem”, conta Johansen.
Para especialistas, controle produtivo ainda não é uma preocupação cotidiana no Brasil
Ao extrair relatórios do LiveLink, o cliente visualiza os dados de maneira resumida, incluindo consumo, tempo em marcha lenta, alertas de manutenção, severidade operacional e mapas de deslocamento. “Nesse caso, o equipamento apresentou alto grau de compactação, demandando a utilização em tempo integral de primeira marcha e rotação alta do motor”, diz.
Já um cliente da Volvo do segmento de concreto possui na mesma aplicação cerca de 20 carregadeiras L60F, um dos modelos mais vendidos da marca. “Todavia, a taxa de utilização variou de 26% a 95% em um mês, com uma média pouco inferior a 80%”, relata Vieira. “Com essas informações e observação in loco, foi possível identificar melhorias no fluxo logístico e apontar os operadores que precisam de treinamento.”
Em outro case, uma mineradora montou um site somente com equipamentos da John Deere e, como no exemplo acima, obteve diferentes comparativos. “Por meio do monitoramento, o especialista identificou que algumas máquinas trabalhavam com o neutralizador aplicado, determinando como isso se refletia na operação”, conta o gerente de contas estratégicas, Ricardo Nery.
Sistemas otimizam o tempo de máquina parada e, consequentemente, a operação
Em mais um exemplo, uma mineradora reportou alertas contínuos de aquecimento de eixos. Na visita da Caterpillar, identificou-se que o freio estava sendo utilizado de maneira permanente, sem necessidade. “Com isso, descarregava muita energia no sistema e se aquecia o óleo, que perdia as propriedades lubrificantes e causava os avisos”, delineia Amaral.
Com base em códigos emitidos pela máquina, o revendedor foi orientado a enviar um especialista e ministrar treinamento aos operadores. “Após isso, os alertas cessaram”, aponta Pizzol.
UTILIZAÇÃO
Devido ao alto valor agregado dos equipamentos, a mineração é de longe o setor que mais utiliza sistemas de diagnóstico e monitoramento remoto. Caminhões autônomos, carregamentos automatizados e terraplenagem computadorizada estão entre as tecnologias usadas no setor.
Frotistas focados em TCO (Custo Total de Propriedade) também recorrem a esses sistemas, muitas vezes com trabalho em dois ou três turnos. Nesses casos, o impacto do consumo e da disponibilidade mecânica tem peso elevado.
“Para otimizar a produção, esses setores mantêm frotas atuando de maneira ininterrupta, que precisam ser monitoradas com frequência”, acentua Nery, da Deere, apontando que os setores de construção, agrícola e de locação também têm empregado a tecnologia. “Com a disponibilidade das tecnologias 4G e 5G, as empresas aplicam essas possibilidades em benefício da operação.”
Johansen, da JCB, avalia que as locadoras ainda utilizam pouco esses sistemas, devido à falta de investimentos e gestão. “Locais que não dependem da pá também não fazem uso dessas tecnologias para impulsionar a produção”, diz. A afirmação condiz com a visão de Trazílbio, da Case, para quem somente as empresas com maior controle produtivo tendem a utilizar os recursos.
“A automatização e o autodiagnóstico eliminam a interrupção da operação ou, ao menos, o tempo de hora parada, que é impensável na mineração”, resume. “Empresas de locação e governamentais estão menos atentas a esses recursos.”
AUTOMAÇÃO
Em operações da Linha Amarela, nem sempre os movimentos são tão repetitivos para facilitar a automatização. No caso das carregadeiras, a Case disponibiliza mudanças automatizadas de marchas, nivelamento da caçamba, fim de curso dos braços no sentido de elevação e de abaixamento e amortecimento dos movimentos do braço, entre outros recursos. “Esses recursos auxiliam o operador para que sua atenção e esforço estejam focados nos demais movimentos”, explica Trazílbio.
Na nova geração da Caterpillar, é possível especificar a altura de descarga e de entrada na pilha com um simples toque de tela, sem a necessidade de pressionar o joystick. “Esse comando pode ser pré-estabelecido pelo operador dentro da cabine, sem limitadores de cilindro”, comenta Pizzol, acrescentando que é possível fazer o carregamento de forma automática.
Quando necessário, técnico vai ao canteiro com diagnóstico pronto a partir do monitoramento
Nesse caso, a máquina entra na pilha sem patinar pneus e carrega a caçamba com 100% de fator de enchimento, além de ficar pouco tempo e levantar o braço na altura programada. O operador apenas acelera, aquece a rotação do motor e faz a troca de marchas. “Isso propicia tempos mais rápidos de ciclo, melhora a vida útil da máquina e reduz o consumo de combustível, por carregar mais toneladas por litro”, assegura.
As máquinas da Volvo também contam com diferentes recursos, que auxiliam nas operações de carregamento e transporte. Com a função de elevação automática, por exemplo, o operador pode se concentrar no percurso ao realizar uma manobra, com a segurança de que não irá colidir com estruturas do teto, o que é comum em ambientes fechados.
“Esse recurso também pode ser usado para evitar que o braço seja elevado até seu curso máximo, reduzindo impactos no sistema hidráulico, trazendo mais conforto e preservando o equipamento”, reforça Vieira.
Funções parecidas, como inclinação automática e retorno à escavação, fazem com que o operador possa colocar a caçamba na inclinação e altura ideais, iniciando novo ciclo sem precisar prestar atenção no movimento ou diminuir a velocidade.
Tecnologia embarcada tem sido crucial para aumentar a produtividade de carregadeiras
“Além de tudo, esses recursos também conservam o local de operação, pois a caçamba trabalha paralela ao piso, evitando irregularidades, queda na velocidade de deslocamento ou derramamento de material”, arremata.
TECNOLOGIA
Como a telemetria facilita a gestão da frota
Nas carregadeiras da Liebherr, o recurso da telemetria oferece informações em tempo real para que o cliente possa fazer uma gestão mais eficiente da frota. Dados sobre horímetro, localização, combustível, consumo e falhas podem ser vistos a qualquer distância e local. Esse tipo de monitoramento facilita desde a gestão de preventivas até os contratos, no caso de máquinas em sites distantes.
Além dos recursos de monitoramento, as máquinas da marca oferecem sistemas semiautomáticos de carga/descarga de caçamba, posicionamento automático do braço de elevação, balança embarcada e interface integrada.
“Para o operador, a cabine conta com um robusto display que apresenta em tempo real as informações de sensores de pressão, temperatura, nível e outros”, descreve a empresa. “Com essas informações em mãos, o operador recebe um feedback instantâneo durante o trabalho, o que aumenta significativamente a produtividade da operação.”
Com a telemetria, dados operacionais podem ser acompanhados a qualquer distância e local
Saiba mais:
Case CE: www.casece.com/latam/pt-br
Caterpillar: www.caterpillar.com/pt
JCB: www.jcb.com/pt-br
John Deere: www.deere.com.br/pt
Liebherr: www.liebherr.com/pt/bra
Volvo CE: www.volvoce.com/brasil/pt-br
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