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Revista M&T - Ed.17 - Mai/Jun 1993
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PERFIL

O LADO HUMANO EM PRIMEIRO LUGAR

Manutenção & Tecnologia conversa, nesta edição, com o engenheiro Júlio Capobianco Filho, diretor de operações do Grupo Construcap. Numa entrevista descontraída, ele conta um pouco de suas experiências e trabalho.
Fotos: Jaime Cosceli

O paulista Júlio Capobianco diz estar preocupado com o lado humano do seu negócio, sem deixar a parte técnica num segundo plano. Aos 43 anos, ele atua na empresa desde 1969, onde entrou ainda no período da faculdade. Formado em Engenharia Civil pela Faculdade Mauá, afirma ter tomado um susto quando teve de deixar a teoria acadêmica e passar à prática do dia a dia.

Casado, pai de uma filha, Júlio participou desta entrevista ao lado de colegas da SOBRATEMA. Aqui, ele expõe um pouco de suas ideias sobre vários assuntos, mostrando, ainda, como atua o Grupo Construcap.
M&T - Como foi o seu início profissional?
J.C. - Trabalhei sempre na Construcap. Isso começou em 69. Estava estudando e entrei na empresa. Naquela época, não tínhamos obras em São Paulo, somente no interior. A primeira obra que vi só tinha uma retro-escavadeira. Eu tinha feito um curso de pré-fabricados na Flolanda. Uma coisa espetacular. Idealista, fui ajudar em uma obra em Ribeirão Preto. Cheguei e fiquei de cabelo em pé quando vi como era, na prática. De lá para cá, foi só me aprofundar no trabalho.
M&T - Quais são as áreas de atuação da Construcap?
J.C. - Hoje, trabalhamos em todas as áreas de construção: infra-estrutura rodoviária, saneamento, edificações. Temos também uma empresa de mineração, pedreiras, e uma destilaria de álcool. Além disso, temos atividades agropecuárias. O brasileiro gosta do trabalho com agropecuária e, ainda nesse sentido, nos dedicamos também ao reflorestamento.
M&T -


Manutenção & Tecnologia conversa, nesta edição, com o engenheiro Júlio Capobianco Filho, diretor de operações do Grupo Construcap. Numa entrevista descontraída, ele conta um pouco de suas experiências e trabalho.
Fotos: Jaime Cosceli

O paulista Júlio Capobianco diz estar preocupado com o lado humano do seu negócio, sem deixar a parte técnica num segundo plano. Aos 43 anos, ele atua na empresa desde 1969, onde entrou ainda no período da faculdade. Formado em Engenharia Civil pela Faculdade Mauá, afirma ter tomado um susto quando teve de deixar a teoria acadêmica e passar à prática do dia a dia.

Casado, pai de uma filha, Júlio participou desta entrevista ao lado de colegas da SOBRATEMA. Aqui, ele expõe um pouco de suas ideias sobre vários assuntos, mostrando, ainda, como atua o Grupo Construcap.
M&T - Como foi o seu início profissional?
J.C. - Trabalhei sempre na Construcap. Isso começou em 69. Estava estudando e entrei na empresa. Naquela época, não tínhamos obras em São Paulo, somente no interior. A primeira obra que vi só tinha uma retro-escavadeira. Eu tinha feito um curso de pré-fabricados na Flolanda. Uma coisa espetacular. Idealista, fui ajudar em uma obra em Ribeirão Preto. Cheguei e fiquei de cabelo em pé quando vi como era, na prática. De lá para cá, foi só me aprofundar no trabalho.
M&T - Quais são as áreas de atuação da Construcap?
J.C. - Hoje, trabalhamos em todas as áreas de construção: infra-estrutura rodoviária, saneamento, edificações. Temos também uma empresa de mineração, pedreiras, e uma destilaria de álcool. Além disso, temos atividades agropecuárias. O brasileiro gosta do trabalho com agropecuária e, ainda nesse sentido, nos dedicamos também ao reflorestamento.
M&T - Onde estão localizados estes empreendimentos?
J.C. - O escritório central é na capital paulista. Temos outros em Ribeirão Preto e Perus, também em São Paulo, e depósitos em Perus e outras cidades. Nosso setor de reflorestamento é na cidade de Descalvado, na região de Ribeirão Preto. Já a destilaria funciona em Goiás. A Construcap tem vários endereços.
M&T - Por que a preocupação com o reflorestamento? A empresa sempre foi ecológica?
J.C. - Na verdade, não começou bem assim. Recebemos as terras de Goiás como parte de um pagamento. Apesar das boas condições para a agricultura, optamos pelo reflorestamento, uma atividade mais adequada naquele momento. Depois, o projeto evoluiu. De um trabalho que gerasse apenas dinheiro, passou para uma preocupação real com a ecologia.
M&T -Dentro dessa filosofia de diversidade da empresa, qual é o seu carro-chefe na atualidade?
J.C. - Ainda é a construção, porém não mais com a mesma intensidade. Hoje, a destilaria vem se desenvolvendo muito bem. A construtora ainda fatura o dobro, mas acredito que, em menos de quatro anos, isso deve mudar.
M&T - A agricultura tem favorecido o desenvolvimento da manutenção. Como você vê isso e de que forma a destilaria tem lidado com essa situação?
J.C. - Considero a construção uma atividade muito rica em ensinamentos devido à variedade de problemas conjunturais que oferece. A partir do que aprendemos na construção, pudemos desenvolver um trabalho de qualidade na agricultura. Os problemas de manutenção se repetem. Através de um bom esquema que montamos na construção, tornou-se fácil a manutenção na destilaria. Por outro lado, lá podemos adotar métodos de trabalho que ainda não utilizamos na Construtora. Sem falar que a vida útil dos equipamentos na agricultura é mais longa. Até o operador pode ser o mesmo. Não é por acaso que muitas empresas da construção se deram bem na agricultura.

M&T - É sabido que o fator humano é o maior causador de problemas de manutenção, na operação de máquinas. Existem empresas que utilizam a combinação homem/ máquina sempre. Como você vê isso na construção?
J.C. - Num dado momento, notamos que tínhamos criado uma série de “feudos”, com coordenadores específicos para cada setor. Com as diversas mudanças de ordem econômica, achamos que nossos coordenadores deveriam ser polivalentes. Nós realmente bagunçamos tudo, pois sentimos que somente poderíamos conseguir um equilíbrio se todos estivessem ocupados.
Depois de diversas reuniões, optamos por deixar o operador ligado ao equipamento. Afinal, gastos com transporte e hospedagem são pequenos se comparados ao custo do equipamento. Isso vale para todo o tipo de máquina.
M&T - Nesse sentido, existe na Construcap uma preocupação com o treinamento do pessoal?
J.C. - Essa é nossa maior preocupação. No caso de motoristas, por exemplo, somente nossos escritórios de São Paulo, Ribeirão Preto e Goiás podem fazer contratações, pois são nessas localidades que treinamos estes profissionais. Achamos, entretanto, que o mercado é carente nesse setor. Temos obtido, também, ótimos resultados com o treinamento de operadores de máquinas de construção.
M&T - Quais são os atuais clientes da Construcap?
J.C. - Como disse, a Construcap tem uma diversidade de atividades e, em decorrência disto, diversos clientes. Nosso forte, entretanto, são obras para o Estado. Estamos procurando mais o setor privado, mas não tem sido fácil. O cliente privado exige outra estratégia. Ele deixa claro que quer um parceiro. No entanto, o máximo que você consegue, no setor privado, é a preferência do cliente pelo seu trabalho. Nunca a exclusividade.
M&T - Como conseguir clientes no setor privado diante da instabilidade econômica? Qual a mágica?
J.C. - Não há mágica. É muito duro. Temos ido a todos os lugares atrás dos clientes e de todas as possibilidades, com resultados ainda não satisfatórios. Posso dizer que, hoje, o setor privado não representa em nosso faturamento a importância que lhe atribuímos. Para tanto, a saída é ter preço e competência.
M&T - Trabalhar para o Estado também não é difícil?
J.C. - O Estado, nos dias de hoje, é um cliente muito difícil. Nunca esteve tão ruim. Porém, há, nesse contexto, sinais de uma nova situação. Os governos têm sido mais exigentes, o que nos obriga a mudar o comportamento. Essa mudança tem o respaldo da alta direção, mas não tem sido fácil.
M&T - E o sindicato dos trabalhadores na construção? Ele tem ajudado na melhoria da situação do empregado?
J.C. - Tive de aprender a conhecer o sindicato a partir de uma greve que tivemos durante uma obra para o município de Diadema. Depois de muita conversa e protestos, aprendemos que tudo foi altamente válido. Amadurecemos com o fato. Conseguimos notar uma série de problemas que não estávamos percebendo. O sindicato é, sem dúvida, importante. Só acho que o trabalho que ele realiza deveria ser feito dentro de cada empresa, sem intermediários.
M&T - E a ISO 9000? Qual a sua importância?
J.C. - É muito válida. Infelizmente, há muitas empresas que não sabem nem a data para sua implantação. Nosso programa de qualidade visa a implantação das normas da ISO 9000, prestando atenção à formação do elemento humano para que ele aceite desafios. O tempo que esse método exigirá para ser implantado não é de fundamental importância. Você precisa estar com o seu pessoal satisfeito. Estou muito interessado na parte humana, pois ela está ligada à minha área.
M&T - E o futuro?
J.C. - O Brasil é o País dos otimistas. Tem tudo para dar certo e nós acreditamos nisso. Vamos ter muitos problemas e nem começamos a lição de casa. A Construção acredita tanto no Brasil que não pensa em investir no exterior. Ainda temos muito o que fazer aqui.

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