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Revista M&T - Ed.185 - Novembro 2014
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Gestão

O futuro da gestão de ativos

O debate sobre a ISO 55.000 vai ao encontro de uma necessidade premente de se minimizar custos operacionais e integrar sistemas de gestão nas organizações

Em qualquer empresa que queira sobreviver em um mercado cada vez mais acirrado, o gerenciamento de ativos está na ordem do dia. Afinal, como fator competitivo central na atualidade, a adequação às normas é um processo demorado e caro, que exige esforços consideráveis das companhias para uma efetivação satisfatória e, evidentemente, vantajosa para os negócios, com maior retorno sobre o capital investido nos ativos.

Como é de praxe, a atividade industrial tem muito a ensinar ao setor de ativos móveis nesse aspecto, indicando tendências que ditarão o seu desenvolvimento futuro. Desde o final de 2013, por exemplo, com a publicação em âmbito internacional da ISO 55.000 (Norma Internacional de Gestão de Ativos), a discussão sobre a padronização de processos nesse setor tem se desenvolvido também no Brasil, onde a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lidera os trabalhos para compreender as implicações desta norma, que afeta diretamente a organização e o próprio desempenho das empresas.

De modo geral, a ISO 55.000 visa a universalizar o conceito de gestão de ativos, buscando um consenso global sobre o assunto. Ou seja, com esta norma passará a existir um modelo único, compartilhado por todos os países na aplicação de conceitos na forma como as empresas devem se relacionar com ativos, finanças, riscos e resultados, estabelecendo requisitos para a excelência na gestão de ativos, incluindo veículos, máquinas, equipamentos e processos tecnológicos.

Trata-se de um passo importante e necessário tendo em vista que, segundo aponta o australiano Leith Hitchcock, membro do Comitê responsável pela elaboração internacional da ISO 55.000, a atividade ainda vem sendo conduzida sem qualquer padronização, mesmo nos principais centros. “É necessário controlar custos operacionais para o aumento da competitividade do mercado”, advoga o especialista.

EFICIÊNCIA

De fato, como explica Milton Zen, diretor da Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (Abraman), a ISO 55.000 preconiza diversos benefícios, tanto para as companhias, quanto para colaboradores e clientes. “Entre os principais pontos positivos d


Em qualquer empresa que queira sobreviver em um mercado cada vez mais acirrado, o gerenciamento de ativos está na ordem do dia. Afinal, como fator competitivo central na atualidade, a adequação às normas é um processo demorado e caro, que exige esforços consideráveis das companhias para uma efetivação satisfatória e, evidentemente, vantajosa para os negócios, com maior retorno sobre o capital investido nos ativos.

Como é de praxe, a atividade industrial tem muito a ensinar ao setor de ativos móveis nesse aspecto, indicando tendências que ditarão o seu desenvolvimento futuro. Desde o final de 2013, por exemplo, com a publicação em âmbito internacional da ISO 55.000 (Norma Internacional de Gestão de Ativos), a discussão sobre a padronização de processos nesse setor tem se desenvolvido também no Brasil, onde a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lidera os trabalhos para compreender as implicações desta norma, que afeta diretamente a organização e o próprio desempenho das empresas.

De modo geral, a ISO 55.000 visa a universalizar o conceito de gestão de ativos, buscando um consenso global sobre o assunto. Ou seja, com esta norma passará a existir um modelo único, compartilhado por todos os países na aplicação de conceitos na forma como as empresas devem se relacionar com ativos, finanças, riscos e resultados, estabelecendo requisitos para a excelência na gestão de ativos, incluindo veículos, máquinas, equipamentos e processos tecnológicos.

Trata-se de um passo importante e necessário tendo em vista que, segundo aponta o australiano Leith Hitchcock, membro do Comitê responsável pela elaboração internacional da ISO 55.000, a atividade ainda vem sendo conduzida sem qualquer padronização, mesmo nos principais centros. “É necessário controlar custos operacionais para o aumento da competitividade do mercado”, advoga o especialista.

EFICIÊNCIA

De fato, como explica Milton Zen, diretor da Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (Abraman), a ISO 55.000 preconiza diversos benefícios, tanto para as companhias, quanto para colaboradores e clientes. “Entre os principais pontos positivos desta norma estão a melhoria do desempenho, maior visibilidade e padronização da gestão de processos, planejamento integrado dos departamentos, gestão de terceiros, melhora de desempenho financeiro, rastreabilidade, gerenciamento de risco, melhoria de serviços e produtos, maior clareza e facilidade de uso das informações e melhor planejamento de capacidade”, afirma.

Em outras palavras, a norma pode auxiliar no gerenciamento de um ativo por todo seu ciclo de vida, considerando os riscos e recursos associados aos custos em todas as decisões, sendo ainda capaz de demonstrar sua boa utilização às partes interessadas, seja por meio de uma linguagem comum, regras claras e metas compartilhadas entre o pessoal operacional, financeiro e de outras áreas da empresa.

Para Zen, a ISO 55.000 de fato é similar a outras normas com foco em gestão, como as ISO 9.000, 14.000 ou 31.000. No entanto, a ISO 55.000 exige muito mais das empresas e dos profissionais, como explica o executivo. “A partir do momento que ela exige mais dos profissionais, também exige maior conhecimento técnico e humano das organizações”, enfatiza. “Assim, a ISO 55.000 permite dar início a uma revolução no ambiente empresarial e industrial, com foco em todas as atividades. Com ela, o executivo de manutenção passa a ter de participar obrigatoriamente da gestão de toda a empresa.”

É importante ressaltar que a ISO 55.000 não substitui quaisquer outras normas sobre sistemas de gestão, mas trabalha em conjunto e em complementariedade com cada um desses sistemas normativos. Nesse contexto, o papel do executivo de manutenção é importante principalmente na aplicação correta dos (futuros) princípios universais de gestão de ativos, constituindo um elo entre as diversas partes da empresa, como aponta Zen. “Sua visão deve ser sistêmica e abrangente, visto que o recomendado na nova norma nos leva a uma necessária atuação conjunta entre os vários departamentos organizacionais”, explica.

PRINCÍPIOS

Durante o Fórum Internacional “Gestão & Estratégia para Manutenção”, especialistas da área discutiram como uma boa gestão permite priorizar investimentos e concentrar esforços nos ativos mais importantes e críticos, que colaboram para sustentar os demais processos de uma organização.

No encontro, realizado em setembro em São Paulo (SP) com apoio da Sobratema, foi reforçado que a descrição de gestão de ativos na ISO 55.000 inclui quatro princípios básicos: ativos existem para fornecer valor para a organização e partes interessadas; a gestão de ativos transforma a intenção estratégica em tarefas, decisões, atividades técnicas e financeiras; liderança e cultura do local de trabalho são determinantes da percepção de valor; e gestão de ativos fornece garantia de que os ativos vão cumprir e desempenhar a sua função.

Tais princípios são válidos para todos os ativos da empresa, incluindo equipamentos móveis (como caminhões de transportes, máquinas de mineração etc.), que precisam ser devidamente controlados para atingirem uma vida útil plena, proporcionando maior disponibilidade e confiabilidade na sua operação. “Mas a gestão de ativos só pode ser eficiente e bem-sucedida se for traçada de acordo com os objetivos organizacionais”, adverte Zen, destacando a necessidade de sintonia e transversalidade nas empresas.

DESAFIOS

Segundo o presidente da Abraman, João Ricardo Barusso Lafraia, o maior desafio diz respeito à quantificação da eficiência em termos de risco. “O desafio é demonstrar para as empresas os riscos associados”, afirma o engenheiro em entrevista ao site da entidade. “É claro que as oportunidades também devem ser quantificadas, afinal, associadas ao risco existem oportunidades para este aumento de eficiência.”

Nesse sentido, o papel do executivo de manutenção inclui a elaboração de um planejamento estratégico, incluindo análise de demanda, aquisição de ativos, gestão de projetos, desenvolvimento sustentável, análise de falhas e de custos do ciclo de vida, planos de contingência e outros aspectos. “Com o passar dos anos, o executivo de manutenção se caracterizará como um ‘gestor de ativos’, pois será responsável por todo e qualquer equipamento, da porta de entrada da empresa até a de saída”, diz Zen.

Mas, até lá, ainda há muito a ser feito. Conforme aponta o especialista, atualmente apenas uma única empresa está regulamentada na PAS 55 (procedimento técnico com 28 pontos que visa a estabelecer uma gestão abrangente e aperfeiçoar o sistema de gestão para todos os tipos de ativos físicos das empresas), mas não na ISO 55.000 (evolução da PAS para norma, na forma de ISO). “Isso mostra a complexidade da norma, pois esses itens são o mínimo que se espera que as empresas façam”, destaca Zen. “Mas, daqui a cinco anos, as empresas serão cobradas para a realização completa desses tópicos.”

Debate tem abrangência global

Em setembro, a ABNT e a Abraman anunciaram o lançamento da Norma Brasileira de Gestão de Ativos (ABNT NBR ISO 55.000, 55.001 e 55.002). “Com o apoio da ABNT, conseguimos publicar a tradução apenas 20 dias após a publicação da Norma Internacional”, afirma João Ricardo Barusso Lafraia, presidente da Abraman.

Com isso, o país atualiza-se ao processo que teve início há dez anos no IAM (Institute of Asset Management), organização britânica que pesquisa como controlar os custos operacionais para manter a competitividade empresarial. Após analisar marcos regulatórios em diversos países, o IAM elaborou a primeira versão do PAS 55, que foi revisada em 2008, resultando na ISO 55.000.

A norma não estabelece procedimentos técnicos específicos para a gestão de ativos, mas esforça-se para que as organizações compreendam a correlação conceitual entre ativos e balanço, riscos, oportunidades e desempenho. Atualmente, participam dos trabalhos 50 organizações de 15 setores da indústria, em 10 países.

 

 

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